LIFE: Um Retrato de James Dean

Anton Corbijn, diretor desse filme, é conhecido mais por sua colaboração com o Depeche Mode, dirigindo diversos de seus videoclipes, e também pelo filme "Control", uma biografia sobre o vocalista suicida do Joy Division, Ian Curtis. Ele também esteve à frente do excelente "O Homem Mais Procurado" com o saudoso e talentoso Philip Seymour Hoffman.

"Life: Um Retrato de James Dean" se passa na dita era de ouro de Hollywood, que abarca a década de 50 até metade da década de 60, quando houve um franco declínio, só retomada nos anos 70 com as produções da Nova Hollywood, bem mais modesta do que na fase de ouro, mas com bastante sucesso de bilheteria.

O filme narra a amizade improvável de um fotógrafo da LIFE, Dennis Hook, com o então desconhecido ator James Dean, que decidiu posar para ele em um ensaio fotográfico em 1955, pouco antes da ascensão meteórica de Dean à fama e da sua trágica morte em um acidente de carro em setembro daquele mesmo ano, com apenas 24 anos de idade.

James Dean é símbolo cultural da moda e da juventude e rebeldia dessa época, pelo qual ficou muito conhecido pelo seu papel em "Juventude Transviada".

Algumas coisas me chamaram atenção negativamente no filme. A principal delas é a atuação dos atores que interpretam James Dean, Dane DeHaan, e o fotógrafo Dennis Hook, Robert Pattinson. A baixa qualidade como ator deste último já ficou mundialmente conhecida pela série "Crepúsculo", e aqui a atuação previsivelmente foi muito abaixo também. Uma cena em que eles consomem uma espécie de êxtase e ele age sob o efeito da droga beira o constrangimento. O ator que interpreta James Dean, por outro lado, eu não sei se ele quis reproduzir fielmente os trejeitos característicos deste ator, mas o modo blasé que ele incorporou ao personagem, junto com maneira de falar meio sussurrando cada palavra, é extremamente desagradável, caricato e angustiante de assistir. E também não gostei que o fato que desencadearia uma discussão fundamental para a história entre os dois, que faz Dennis quase desistir de fazer um perfil de James Dean para a LIFE, foi uma conversa que ele escuta, por "acaso", entre o ator e o tio dele dizendo que ele, Denis, não sabia lidar com a própria vida dele.

Apesar das críticas que fiz, "Life" oferece um retrato sóbrio e intrigante sobre a vida de James Dean, com as facetas da sua personalidade e até sua facilidade de lidar com crianças. E também fala sobre a indústria de cinema da época, mostrando a relação conturbada deste com o dono da Warner. E, o que é melhor, é baseado numa história real. No final, lá pelos créditos, é lindo quando mostra as fotografias reais tiradas por Dennis do astro em ascensão.