Amnésia: só mais um filme confuso
Christopher Nolan é um diretor que gera opiniões divididas: alguns o consideram genial, enquanto outros, como eu, veem nele um engodo. Talvez seu estilo cinematográfico seja complexo demais para o meu entendimento intelectual; no entanto, suspeito que ele utiliza a artimanha de contar tramas de forma não cronológica para conferir-lhes um status cult a suas obras, abrindo espaço para interpretações e ocultando o fato de que ele próprio desconhece as respostas sobre os finais de seus filmes, algo semelhante ao que ocorreu na série "Lost". Recorri novamente ao Google para entender "Amnésia", mas as explicações encontradas não me convenceram sobre a qualidade da obra.
A trama, aparentemente simples, segue um homem em busca de vingança pela morte de sua esposa. No entanto, ele enfrenta a complicação de uma rara doença que o impede de registrar memórias de curto prazo, decorrente de um ataque do mesmo agressor que matou sua mulher. A utilização de tatuagens e fotografias para auxiliar na recordação momentânea torna sua investigação delicada. O filme é narrado de trás para frente, com momentos em preto e branco contando a história cronologicamente, o que, na minha opinião, torna a trama desconexa e pouco contribui para o enredo. A não linearidade da narrativa deveria estar intrinsicamente ligada à história, como em "Irreversível", por exemplo, mas em "Amnésia", parece apenas confundir.
Explicarei o que entendi das análises que li para que quem me lê não perca tempo assistindo ao filme e procurando explicações, como eu fiz. A primeira cena, que na verdade é a última, mostra Teddy sendo morto por Lenny, o protagonista. Posteriormente, descobrimos que Teddy é um policial corrupto envolvido na investigação da morte da esposa de Lenny. Ele utiliza a condição de Lenny, sua constante perda de memória, para cometer crimes e lucrar com isso. Lenny, antes enfermo, trabalhava como investidor de seguros e frequentemente menciona a história de Sammy, um homem com perda de memória recente, similar a ele.
Ele conta que a esposa de Sammy sofria de diabetes e, querendo não acreditar na condição do marido, pediu para ele aplicar a insulina nela seguidas vezes. Como ele não se lembrava que já aplicou, por causa da condição dele, isso acabou resultando na morte dela. Mais pra frente é explicado que esse tal de Sammy nunca existiu, que era só coisa da cabeça de Lenny, e que a mulher que sofria de diabetes, na verdade, era a própria esposa de Lenny. Ela sobreviveu ao ataque criminoso que fez com que ele perdesse a memória, e foi ele, Lenny, que aplicou as doses fatais em sua esposa. Acontece que a memória dele recalcou essas lembranças.
As memórias reprimidas levam Lenny a procurar o assassino de sua esposa como seu objetivo máximo de vida. No final, descobrimos que ele já havia matado o assassino há muito tempo, mas devido à sua condição de memória, esqueceu-se. Cômico, não é?
No entanto, ele apaga as provas de seu crime para continuar a busca como objetivo principal de sua vida.
Essa explicação, resumida, revela uma trama aparentemente simples que Nolan tenta enriquecer com não linearidade, mas, ao meu ver, sem acrescentar lógica e coerência. Ao contrário de filmes de difícil compreensão como "Cidade dos Sonhos", "Amnésia" não apresenta a mesma profundidade, tornando a escolha narrativa de Nolan totalmente esquecível, pelo menos pra mim.