Ilha do Medo - de Martin Scorsese
Depois de assistir "Garota, Interrompida," um filme meia-boca que se passa em uma instituição psiquiátrica, elevei o nível ao assistir "Ilha do Medo." Este, ambientado também em uma instituição psiquiátrica, mas mais precisamente em uma prisão. É o filme predileto do meu amigo J., não sem bons motivos... Ele conta com a parceria de Leonardo DiCaprio e Martin Scorsese, essa dupla que nunca me decepciona. Então, por que demorei tanto para ver esse filme?
A resposta está no nome, "Ilha do Medo," que me fez pensar que seria um filme de terror. Evito esse gênero, e essa impressão se destacou nos primeiros minutos, quando o personagem de DiCaprio chega à ilha e se depara com uma detenta com o pescoço cortado. No entanto, o filme revela-se mais um thriller com toques de terror psicológico.
Em "Ilha do Medo," DiCaprio interpreta Teddy Daniels, um detetive em busca de redenção após ter cometido atrocidades na Segunda Guerra Mundial. Enviado à ilha para investigar o desaparecimento de uma detenta, sua verdadeira intenção é buscar pistas do assassino de sua esposa, Andrew Laeddis, também na prisão, que a incendiou viva em casa. Sonhos, realidade e visões perturbadoras se entrelaçam desde sua chegada à ilha.
Para complicar, os chefes da prisão são figuras misteriosas que não colaboram com as investigações. O detetive é forçado a confrontar seus próprios medos, tornando "Ilha do Medo" um filme sombrio com uma história enigmática, atmosfera de paranoia crescente e um clímax perturbador.
Trata-se de um exercício estilístico e inventivo de Scorsese, que nesse filme encontra-se no auge da sua performance como diretor.
Evitando spoilers, destaco que o filme tem uma reviravolta surpreendente e merece ser assistido por todos. É tão bom, que em breve pretendo revê-lo novamente.