PECADOS ÍNTIMOS

Na disciplina “Introdução à Publicidade e Propaganda”, ministrada pelo Prof. Elwyn Lourenço Correia, os alunos do 1º Período de PP assistiram ao filme Pecados Íntimos com a orientação de refletir sobre a carreira de publicitário em seus diversos desdobramentos: profissão, vida pessoal, mercado, concorrência, sentimentos etc. Nasceu, de tal reflexão, a resenha de Armando Vicente que temos a satisfação de publicar. Confira!

RESENHA

De acordo com a análise que fiz do filme “Pecados Íntimos” (em inglês, LITTLE CHILDREN), produção americana de 2006, concluo que o roteiro remete a situações autênticas e mostra bem o estilo de vida americano, conhecido também como o trágico “American Way of Life”: aquelas mansões e casas luxuosas, onde a vida dos norte-americanos é relatada, parecem esconder vestígios de uma sociedade patológica. O filme aborda a hipocrisia de todos os moradores da cidade que serve como cenário.

No decorrer da história, percebi que todos os cidadãos, sem exceção, tinham algo a esconder, e que também surgiam diversas situações complicadas e extraconjugais entre muitos personagens, que se afastavam do convívio familiar.

Em especial, Richard Pierce, marketeiro de sucesso, abusa da paciência de qualquer um com o descaso em relação aos assuntos familiares, principalmente com a filha de Lucy, e mais íntimos, como o seu vício em pornografia na Internet.

Pelo que pude perceber, “Pecados Íntimos” não quer ser erótico – como o pôster do filme pode insinuar –, e não procura ser perfeito. Claro que há uma abordagem sobre sensualidade, mas é algo além do sexo. É um drama sobre relacionamentos a partir de um ponto de vista muito mais pessoal. Cada personagem tem uma situação, uma inquietude que, ao ser extravasada, afeta as pessoas ao redor de formas diversas.

E, pensando bem, é disso que o filme trata: das inquietações típicas de cada um de nós. Tais inquietações nos impulsionam a agir, mas, ao agirmos, conseqüentemente afetamos a vida daqueles ao nosso redor. São os nossos “pecados íntimos”. Somos como que “pequenas crianças” (daí o título original em inglês) que, ansiosas, erram na tentativa de acertar.

Do ponto de vista publicitário, constatei que, tanto no filme como na área, existem muitos atos correlatos, como, por exemplo, a ambição, o status, e, em alguns casos, a hipocrisia, no afã de se atingir os objetivos.

O convívio social também é assim. Quem trabalha nessa área costuma se dedicar ao trabalho, esquecendo-se de seus verdadeiros valores, de sua vida pessoal, da família, do lazer e da importância do casamento.

A vida de um publicitário muitas vezes é contraditória e injusta, assim como mostra o filme na parte do marido que não dá atenção a sua família, ou da esposa que se perde pela ausência de atenção. No decorrer da história, também são abordadas questões relevantes, como a inclusão social. As pessoas são freqüentemente discriminadas por não terem uma profissão regulamentada, ou por não obterem méritos naquilo que fazem. Em busca de reconhecimento, acredito que vários profissionais se dedicam integralmente ao seu oficio e, assim, acabam deixando de lado os aspectos humanísticos que a natureza nos deu, bem como a liberdade e o tempo para que equilibremos nossa vida pessoal e profissional.

Em muitos momentos, é fácil identificarmos a arrogância do publicitário Richard, que se esquece de seus princípios e acaba se destruindo e, por conseguinte, fugindo do seu foco principal como profissional da área de comunicação. Achei bem legal esse “lance” do filme ao abordar os aspectos gerais dos personagens, especialmente do publicitário Richard.

Autor: ARMANDO VICENTE BARBOSA, aluno do 1º Período da disciplina “Introdução à Publicidade e Propaganda” (lecionada pelo Prof. Elwyn Lourenço Correia)