Dois filmes: Quantum Voyage (The Black Hole); e, Interstellar Wars.
Não sou íntimo do idioma de Shakespeare, e tampouco do de Mark Twain.
Com a intenção de aprender um pouco do idioma do qual pouco, melhor, quase nada, entendo, decidi, para saber ouvir o que dizem os falantes conterrâneos de Melville, e os de Dickens, e os de Walter Scott, e os de Joyce, e os de outras nações anglófonas, e associar as palavras por eles ditas com as respectivas palavras convertidas em alfabeto, assistir a filmes, no original falados em inglês, com as legendas também em inglês, e assim aprender, é o meu propósito, a associar estas àquelas - e unindo o útil ao agradável, assisti a filmes de ficção-científica (ou space-ópera, se assim o desejarem), gênero que muito aprecio, embora eu o tenha negligenciado ultimamente. E assim fiz. Os dois filmes, que estão no título desta resenha, que não sei se é apropriado chamar-se resenha, Quantum Voyage (The Black Hole) e Interstellar Wars - deixo no original os títulos porque aos filmes assisti em inglês -, são, ambos, antecipo a informação, desprovidos de atrativos, o segundo, inexplicavelmente menos atraente do que o primeiro.
É sofrível, tenho de reconhecer, o meu conhecimento da língua inglesa; a minha ignorância, todavia, não me impediu de compreender as falas dos personagens. E umas cinquenta palavras anotei numa folha de rascunhos, e os seus respectivos significados disse-me quais são mister Michaelis, o father of donkeys. E algumas expressões idiomáticas, poucas, presumo, se me escaparam ao entendimento. Tenho a obrigação de informar: o mister Michaelis não soube me dizer o significado de algumas palavras, o que me obrigou a recorrer a sites de traduções.
Deixando de lado o blablabla, de Quantum Voyage (The Black Hole) digo: é um filme sem atrativos, que trata da viagem, os viajantes espaciais-temporais-dimensionais a dobrarem o tecido do cosmos, entre as dimensões, em sua infinitesimal estrutura quântica, desordenada porque sob a inescapável influência de sentimentos poderosos de dois deles, as amigas Mattie Carver (Izzie Steele) e Jess Silvy (Natalie Distler), esta, hospitalizada, a odiar aquela após um acidente de carro que aquela, ao volante, negligente, provocara. A viagem quântica a empreendem, sem que a queiram, sem que a entendam, as duas personagens e alguns coadjuvantes, poucos, sempre que se ouve o vibrar do som de um violino, o instrumento que provoca a ruptura entre os tempos, as dimensões, amedrontando as personagens, que não compreendem os inusitados, singulares, inéditos fenômenos que se passam com elas.
Já Interstellar Wars conta a aventura de uma espécie extra-terrestre que, a bordo de uma espaçonave, após atravessar um portal espaço-temporal-dimensional localizado no lado oculto da Lua, um buraco de minhoca, chega à Terra, e dispara contra os humanos raios de uma certa frequência, que ativa, nos humanos que abduzira há décadas, vírus inativos que neles, sem que eles soubessem, inoculara, tranformando-os em zumbis.
É o filme pobre de recursos, desprovido de atrativos, um filme, eu diria, B, melhor, Z. Um trash. Um lixo cinematográfico trash.
Quantum Voyage (The Black Hole) conta com uma produção razoável; Interstellar Wars, não. Este é um bem acabado filme mal feito. Mas tem a sua graça. E ajudou-me, tal qual o outro, a enriquecer o meu vocabulário e a aprender a ouvir os falantes da língua do Tio Sam.