Hiruko the Goblin (1991)

Quando menos você espera, tem dois caras em cima de uma bike, dentro de uma escola, contra uma cabeça-aranha demônio. Hieda, um professor de arqueologia, e Masao, um estudante assombrado, investigam as mortes sangrentas e, eventualmente, batalham com Hiruko, um demônio cujo a missão é abrir os portões do inferno.

Tem ótimos efeitos práticos e uma fotografia bem aesthetic Japão anos 90, além de ser bem divertido. Me lembra a sensação de assistir Evil Dead 2 pela primeira vez. Tem aquela coisa non-sense bem gostosa, que te surpreende de forma positiva, sem entrar na picaretagem. Os efeitos práticos são muito bons, hora é maquiagem, hora são cabeças falsas, que deixa bem esquisito, dando aquela um pontadinha de medo e repulsa.

Tem ótimos momentos de tensão, o roteiro e a direção sabem dosar o humor e o terror, como o que acontece na cena do piano. Acho que os fãs de mangá gostaram muito, porque tem essa coisa esquisita que chega ser engraçada, que nem as obras do Junji Ito. Os únicos momentos que ele perde a força é quando ele entra no sentimentalismo, aí ele se leva um pouco a sério, mas são só detalhes.

Gosto da dinâmica dos dois protagonistas, me lembrou muito o Marty McFly e o doutor do De Volta Para o Futuro. Tem aquela química de velha e nova geração. O humor também é presente nessa interação de tio e sobrinho. Tem até aqueles equipamentos de filme de comédia, tipo a panela improvisada que mostra se o demônio ta perto. Usa também elementos folclóricos da cultura japonesa, como maldições, profecias e até o demônio bizarro, acho isso bem legal.

Os personagens de apoio ficam o necessário, mas achei que ficou faltando aquele espírito de grupo pra causar aquela sensação de ter que proteger e sacrifício, igual o que acontece em Hausu (1977).

Hiruko The Goblin é divertido, tem ótimos momentos de comédia e também de terror, escorrega só um pouco na seriedade, mas termina com um terceiro ato forte e bem satisfatório. Amei a direção e roteiro de Shinya Tsukamoto, vou ver mais filmes dele, me lembrou até a direção radical e non sense do Robert Rodriguez.

Hoganes Molva
Enviado por Hoganes Molva em 02/04/2023
Código do texto: T7754346
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