“ESCRITORES DA LIBERDADE”

O filme “Escritores da Liberdade”, narra a história indisciplinar recorrente dentro das escolas reais, e mostra através de um desenrolar envolvente e instigante as múltiplas faces do educador. A busca incessante por uma educação melhor, o transcendentalismo das transformações individuais, e a interatividade entre os diversos personagens da instituição de ensino nos leva a romancear a educação civil, a esquecer por algum tempo os motivos ignóbeis que colocamos a nossa frente como empecilho para abandonarmos o barco a deriva do mar bravio.

A história é narrada por uma jovem latina que possui problemas familiares e compartilha sua ingenuidade para defender os seus companheiros de gangues na luta para permanecer na América. Ela cresce neste ambiente desolador, deixando as tristezas e injustiças da vida tomarem conta de seu coração, tornando-a frívola e delinqüente. E é através deste fato que ela se insere no contexto escolar.

A professora desta classe é novata e idealista, está lecionando porque é a realização de seu sonho de vida. Porém diferentemente dos outros professores ela é colocada em uma turma considerada problemática e turbulenta. A princípio ela parece desanimar, mas não se deixa abater pelas circunstâncias e resolve enfrentá-las com novos métodos de ensino. E assim como nós educadores da vida real, ela também enfrentou problemas gigantescos com a direção da escola e até mesmo com outros professores por querer ser o diferencial para seus alunos. Utilizou-se de métodos infalíveis, deixou seus alunos livres para elaborarem textos sobre suas próprias vidas em diários informais, os instigou a escrever, e depois a ler, com um livro intitulado “O Diário de Anne Frank”, que retratava a vida de uma jovem judia perseguida por alemães furiosos de racismos.

Através desta leitura a professora conseguiu mostrar aos alunos que as pessoas partem, mas que seus ideais permanecem vivos em diários, em memórias e em corações idealistas, os fazendo notar a necessidade da tolerância de uns com os outros, que independente de terem nascido em terras diferentes, de possuírem vidas diferentes, todos tinham muito em comum, e isso os tornava fortes o bastante para se considerarem irmãos.

Com o passar o tempo os jovens começam a dividir suas experiências relatadas nos diários com os colegas de classe, tornando-se mais tolerantes, flexíveis e reflexivos, superando juntos os males causados pela insanidade dos homens ditos sociais.

Portanto, ao ver que seus alunos tinham a liberdade de exprimir suas confidencias aos outros, como um circulo de confiança, a professora dá-lhes a ideia de transformar os diários individuais em um único diário, como o de “Anne Frank”. Os próprios escritores digitaram seus textos e juntos formularam o livro, intitulado “Escritores da Liberdade”. O projeto foi lançado no Estados Unidos em 1999 em escolas públicas e de preferência nas salas que possuíssem o número 203 na porta de entrada, tornando-se um sucesso entre os americanos.

Sabemos todos, que projetos como este são raros, pois se tratando de estabelecimentos de ensino, logo nos vem a memória a falta de incentivo, apoio, as precariedades, burocracias e as barreiras impostas para destruir antigos sonhos e manter velhos paradigmas na educação, porém, são educadores idealistas, e maquiavélicos como a professora do filme (Erin) que com a força de “gigantes”, tendo tamanhos de “Davis” conseguem ruir as muralhas criadas pela decepção de uma educação bordada em lenços velhos.

Daiane Durães
Enviado por Daiane Durães em 17/03/2023
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