Um filme da Madre Teresa

 

UM FILME DA MADRE TERESA

Miguel Carqueija

 

Resenha do filme “Mother Teresa”. Lux Star, Luzvide, Mother Teresa Production, Euroficcion S.L., 2003. Roteiro: Francesco Scalda Maglia e Massimo Cerofolini. Produção executiva: Matilde e Luca Bernabei e Anselmo Parrinello. Produção: Carlo Boserman, Pete Maggi, Luca Bernabei. Música: Guy Falley.

Elenco:

Madre Teresa de Calcutá.................Olivia Hussey

Irmão Serrano..................................Sebastiano Somma

Virginia/Aenese................................Ingrid Rubio

Padre Exem......................................Michael Mendi

Periel................................................Guillermo Ayesa

Anna.................................................Emily Hamilton

Kline.................................................Neil Stuke

Drana Bolaxhiv.................................Valeria Cavalli

Irmã Celes........................................Nimmi Harasgama

Dr. Gupta.........................................Kenneth Desai

Papa Paulo VI..................................Massimo Rinaldi

Madre Teresa, jovem......................Egle Patané

Gonxha............................................Egle Patané

Gonxha, 18 anos depois..................Azurra Antonacci

 

 

“Tudo o que fazemos é só uma gota no oceano. Mas se não o fizermos esta gota se perderá para sempre.”

(Madre Teresa)

 

 

A extraordinária figura humana que é Madre Teresa de Calcutá (Inês Gonxha Bojaxhiu, nascida na atual Macedônia em 26/8/1910 e falecida em Calcutá, Índia, em 5/9/1997) teve a sua vida filmada nesta co-produção que envolveu Itália, Espanha e Reino Unido. A atriz Olivia Hussey, afora a semelhança fisionômica, interpretou tão bem a biografada que a gente às vezes esquece, durante a projeção, que aquela figura na tela não é a Madre Teresa, mas uma atriz.

Trata-se de uma superprodução, um filme épico, em parte rodado no Ceilão, muito bem dirigido por Fabrizio Costa e bem cuidado pelos diversos produtores.

Acompanhamos a comovente saga real de uma freira — a início, jovem (aqui interpretada por Egle Petané) que não segue o conformismo no convento ao qual pertencia e, diante da miséria humana das ruas de Calcutá, não consegue aceitar que nada se faça pelas pessoas que morrem à míngua de socorro e ao relento.

Ao pleitear a criação de uma congregação (as Missionárias da Caridade) que cuide especificamente dos pobres, esbarra com resistências entre os hinduístas e também na própria Igreja, além de fofocas da mídia.

A tudo ela enfrentou e venceu, impôs respeito ao mundo sem deixar de ser humilde e despojada. O filme não silencia sobre a “escuridão” ou aridez espiritual que Madre Teresa sofreu, igual a tantos santos.

“Se minha dor e minhas trevas O consolam... faças o que quiseres comigo, Senhor Jesus. Se minha separação de Ti coloca outros em Seu caminho... e se o amor deles Lhe traz alegria... então, Jesus, estou pronta para sofrer o que estou sofrendo. Sua vontade é tudo o que desejo. Agora sei que nunca me abandonaste.”

Bondade gera bondade e dá gosto ver na tela as garotas acompanhando a Madre Teresa para trabalhar com ela na ajuda aos pobres, independente de qual fé eles seguiam. A bondade de Madre Teresa era cativante e gerava entusiasmo. E quando recomendam a ela que descanse de tanto trabalho ela responde: “Eu tenho toda a Eternidade para descansar!”

A película reproduz o encontro de Madre Teresa com o Papa Paulo VI, entre outros fatos importantes.

A reprodução da promiscuidade e pobreza nas ruas da Índia é realista e impressionante.

Um dos grandes filmes do século.

 

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2022.