SUZUKA episódio 10: o passado de Suzuka

 

SUZUKA episódio 10: o passado de Suzuka

Miguel Carqueija

 

As recordações de Suzuka, que de certa forma explicam o seu temperamento fechado e casmurro, ocupam este capítulo. Ficamos conhecendo Tsuda Kazuki, o adolescente mais velho que ela — “senpai” — na turma de atletismo, que frequentemente trocava farpas com ela mas secretamente a amava — até o dia em que se declarou e foi correspondido — mas antes que ela desse a resposta ele morreu num desastre.

Era um personagem simpático, embora destinado ao sacrifício — é uma memória, já havia morrido quando a história começa. Ele se preocupava com Suzuka, apontando-lhe a fraqueza, o estresse, que a impedia de aprimorar sua eficácia no salto em altura.

Suzuka carregava esse trauma.

 

 

Resenha do seriado de animação “Suzuka”, episódio 10, “Rival no amor”. Estúdio Comet, Japão, 2005. Com base no mangá de Kouji Seo (Editora Kodansha, 2004-2007). Produção: Tsukuru Maruyama, Gou Shukur, Minoru Yoshida e Kazunari Ueda. Direção: Hiroshi Fukutom. Roteiro: Hiroko Tokita. Música: Masanori Takumi. Desenho de personagens: Tadashi Shida.

Elenco de dublagem:

Suzuka Asahina......................Kanako Mitsuhashi

Yamato Akitsuki.....................Daisuke Nakamura

Yuuka Saotome......................Masami Suziki

Megumi Matsumoto..............Hatsumi Miura

Yasunobu Hattori...................Takanori Ohyama

Ayano Fujikawa......................Yuki Kaida

Sakurai Honoka......................Yumiko Hosono

 

“Nesse dia, o rosto de Asahina, não importa a feição que eu vira até agora, parecia a de uma pessoa madura, e estava linda.”

(Yamato Akitsuki)

 

“Certamente o meu tempo parece estar parado, junto com aquele tempo.”

(Suzuka Asahina)

 

 

A impressão que nós temos é que Yamato, pelo fim das contas, nem merece a Suzuka que ele ambiciona, apesar das suas palavras no comentário da visão da garota em meditação e oração diante da lápide de Kazuki. A irmã de Suzuka conta a verdade a Yamato. Afinal, a tragédia ocorrera na cidade onde Suzuka morava antes de ir morar na mesma hospedaria onde Yamato foi parar.

Ao sentir ciúme e despeito de um morto, Yamato mostra-se imbecil e grosseiro: abandona os treinos e, quando Suzuka o procura no quarto para censurá-lo por isso, ele dirige palavras tão duras e absurdas — acusando Suzuka de compará-lo a alguém que morreu — que Suzuka lhe aplica um tapa tão violento que faz barulho e marca a sua cara. A cena do tapa é antológica e Suzuka se retira sem dizer mais nada. E Yamato, de tão tapado, com a mão na face magoada, ainda pergunta: “Ela precisava me bater?”

 

Rio de Janeiro, 8 de novembro de 2022.

 

Suzuka esbofeteia Yamato ruidosamente e merecidamente: cena antológica.