As deformidades dos comunistas em dois filmes do Batman.
Os filmes não são peças de entretenimento apenas, a narrarem aventuras dos mais variados gêneros, para o gozo das massas; são obras literárias que trabalham com imagens em movimento que respeitam um roteiro, e são o conteúdo delas mensagens políticas, e de comportamento, pensadas em laboratório de engenheiros sociais, a moldarem a visão-de-mundo de toda uma sociedade, de todo um povo, de povos e sociedades inteiras há um século. O cinema, no século XX, fez do universo mental dos homens uma criatura - dir-se-ia, e, penso, equivocadamente - americana. Digo equivocadamente porque vendeu a sétima arte como sendo típicos, autenticamente americanos, cultura e costumes que foram criados artificialmente em provetas, e não gerados pelo povo americano, e assim, em cinco gerações, milhões de pessoas em todo o mundo, vaidosas, certas de que estavam a mimetizar a cultura da nação mais rica e próspera, copiaram uma outra, de origem espúria, bastarda - e os americanos, inocentemente, compraram a idéia de que Hollywood é um espelho do Tio Sam, e deixaram-se corromper.
Se os filmes moldam a cultura de povos inteiros; se os filmes criam novos hábitos, novos costumes; se os filmes criam novas religiões; e novos ídolos; e novas estéticas, eles também condenam ideologias, e a devastação que as culturas que os filmes criaram, e contam histórias edificantes, a preservarem os valores mais caros aos humanos.
Não há inocência nos filmes por mais inocentes que eles aparentam ser. E nos de super-heróis, gênero literário que ora está a fazer sucesso nas telas de salas de cinema, vê-se muito mais do que a inocência de quem os assiste percebe - e é assim também nos quadrinhos.
Christopher Nolan dirigiu três filmes protagonizado pelo alter-ego de Bruce Wayne, o Batman, e em dois deles conta a história da mentalidade revolucionária, O Cavaleiro das Trevas e O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Na primeira destas duas películas, vemos o Coringa, um personagem disforme - e é a sua deformidade, além de física, moral -, doentio, insano, que, a atormentá-lo sua aparência física - e moral também -, sonha com um mundo perfeito, o outro mundo possível, a sociedade igualitária, do novo homem, que ele irá criar, uma sociedade em que ele é o modelo mais bem acabado, perfeito, de ser humano, e neste mundo, todos de igual rosto, rosto idêntico ao do Coringa, este não mais se vê uma anomalia, um ser bizarro, monstruoso, a culpar-se pela sua hediondez, pela sua iniquidade, pela sua maldade intrínseca, da qual ele tem consciência. Não é o Coringa um louco senil, uma pessoa que não tem em ordem a potência de pensar a respeito de si mesmo; ele sabe quem ele é, conhece-se, entende-se um monstro; e é a sua estampa um emblema, um emblema unicamente, de sua feiúra anímica. É a sua mentalidade revolucionária, tal qual a dos comunistas, que se sabem hediondos, inescrupulosos, assassinos, e que, além de se reconhecerem maldosos e horríveis no aspecto moral, e muitos também no quesito aparência física, estão, sempre a se esmurrarem a si mesmos, numa luta íntima, luta que se arrasta até o instante em que partem desta para a melhor, a transferirem seus conflitos espirituais para a arena social, e recebem, como golpes mortais, que os machucam em sua sensibilidade, que em vão esforçam para de todos e de si mesmos esconder, toda imagem, toda estética bela, atraente, harmoniosa, todo valor elevado, que os obriga a verem a própria feiúra, daí eles odeiarem tanto, e de morte, o homem sábio, a arte em sua mais elevada perfeição, enfim, tudo o que não reflete a sua horripilante feiúra, que,tão imunda, exala odor fétido de matar tudo o que toca. É o Coringa um personagem tão insano, tão doentiamente mal, que a sua presença corruptora, tão poderosa, faz de um homem nobre, Harvey Dent, destruindo-lhe a estrutura psiquíca, um demônio, o Duas-Caras, e converte muitas pessoas em seus sectários, que o seguem instintivamente, irracionalmente - e não é o que vemos além da esfera da ficção?
Na segunda película é Bane o antagonista do Homem-Morcego, que também se vê às voltas com o Espantalho. Bane é o homem das massas, que seduz, com sua oratória revolucionária, multidão que nele vê um homem poderoso, multidão saída do submundo, de gente que vive à margem da sociedade, gente que se sente explorada, humilhada - tal gente é o coitadinho que a sociedade oprime, e é esta gente que o revolucionário vai arregimentar para um empreendimento de subversão da ordem social, e é tal gente do lumpemproletariado (Que palavrão!). Ao contrário do Coringa, que busca seus sequazes no esgoto da sociedade, Bane usa da força de sua oratória para aliciar os seus soldados em qualquer camada social, pessoas sugestionáveis, manipuláveis, de espírito débil, de alma apodrecida; e com o uso da sua força física, e do medo que sua figura inspira nos homens, ele domina e controla uma sociedade inteira, mas só o faz porque elimina a comunicação com o espaço exterior das pessoas que ele está a oprimir, criando, assim, uma sociedade fechada - não foi assim com as sociedades atrás da Cortina de Ferro?
Outro vilão relevante é o Espantalho, que se faz, em um tribunal revolucionário, simulacro de Justiça, de juiz, e, coadjuvado pelos revolucioários, assume o papel de advogado de acusação, promotor público, procurador de justiça, testemunha de acusação e júri. E antes de transporem o umbral de tal templo, os réus tinham decretadas as suas condenações, à morte, ao paredón. O veredicto o Espantalho já o havia publicado, em documento oficial, antes de os réus serem informado do julgamento. É este um exemplo do que os comunistas entendem por justiça. Mais terrível, mais assustador, mais desumano do que o que se sucede em processos kafkianos.
Tais filmes reproduzem, tirando-se-lhes os aspectos fictícios, a essência do comunismo, de sua mentalidade revolucionária, assassina. São, dentre os poucos que atacam de frente a cultura comunista, os mais significativos, penso assim. Acredito que a substância deles cala fundo em todas as pessoas que os assistiram, e a mensagem - o da iniquidade dos revolucionários comunistas - que eles preservam, tenha, talvez, é uma conjectura, penetrado no subconsciente do mais desatento e alienado dos homens.