A lenda da abelha de mel

A LENDA DA ABELHA DE MEL

Miguel Carqueija

 

Resenha da animação de longa-metragem “As aventuras de Honeybee Hutch” (honeybee=abelha de mel) ou “The adventures of Hutch the honeybee”. Tatsunoko Productions, Japão, 2010. Direção: Tetsuro Amino. Roteiro: Bochibochi Uchida, Juri Takeda e Kenko Koyama. 101 minutos em cores.

Elenco de dublagem:

Hutch the honeybee.....................Ayaka Saito

Ami...............................................Ayaka Wilson

Kunekune.....................................Naoki Tanaka

Poncho.........................................Jim Komori

Koganenash..................................Eiji Benado

 

Simpática e agradável esta animação de longa-metragem japonesa, que se passa no mundo dos insetos e outros animais pequenos. Surpreendi-me ao descobrir que a personagem Hutch, a abelha-de-mel (abelha operária), já existia numa série de 1971 em produção germano-japonesa. Ao que parece o argumento básico é que Hutch é filha da abelha rainha, que desaparece durante um raide de vespas. Separada da colméia, Hutch (erroneamente chamada Kathy numa legendagem) inicia um périplo pelo mundo à procura de sua perdida mãe. Dizem que a série original, que não foi a única, tem episódios bem cruéis com a morte de amigos de Hutch. O fato é que a abelhinha é generosa e, ao largo da sua jornada, vai estabelecendo diversas amizades e sempre se mostra bondosa, prestativa e determinada em sua missão. O desenho de longa-metragem resume certamente a série e tem poucos detalhes mais tristes.

Embora as vespas sejam as grandes vilãs, o louva-a-Deus conhecido como Pata-Serra é muito violento e agride covardemente a abelhinha, só ficando seu amigo e aliado quando ela salva os seus filhos.

Uma figura muito especial é Ami, a menina que consegue entender e falar com os insetos. É antológica a cena em que Hutch fica emaranhada nos cabelos de Ami e é uma luta para conseguir se livrar. Ami custa a acreditar que possa falar com uma abelha. A menina, porém, será de grande ajuda no esforço final para resgatar a mãe de Hutch.

Os roteiristas fizeram ótimo trabalho. Quanto ao visual, não é de todo bom: o traço é meio tosco. Entretanto o colorido é belo, as plantas são bem desenhadas.

A história da abelha-de-mel Hutch é uma exaltação da amizade, da lealdade e da solidariedade. Desde as primeiras cenas, quando Hutch encontra e protege a borboletinha Blance, passando pela sua linda amizade com a menina tocadora de gaita, e pelos encontros com outros pequenos animais, sem esquecer a perseverante fidelidade com a mãe, Hutch é uma personagem exemplar em sua ética e o filme é altamente recomendável para o público infantil.

 

Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2017.