Coma - A Dimensão do Futuro (2019) - direção: Nikita Argunov
Em uma dimensão cuja realidade é constituída de fragmentos de memórias de pessoas em estado-de-coma, os protagonistas enfrentam os ceifeiros, seres tétricos, pretos, fantasmagóricos, horripilantes, agentes da morte. É tal dimensão caótica; não tem um centro de gravidade, um planeta; tem pedaços de locais da Terra dispostos num espaço a constituir um mundo fantástico cuja configuração lembra a do cérebro - a das representações, muito populares, dos neurônios e suas conexões. Há cenas em que uns personagens estão caminhando por uma rua, fragmento de uma cidade, num tiroteio com pessoas que estão num plano, em terreno paralelo, ambos os planos de cabeça para baixo em relação um para o outro. O visual é fascinante. Os personagens pulam de um terreno para outro, e para outro, os terrenos sem conexões por terra. É um mundo irreal, criado pela reunião de lembranças dos personagens, que, repito, estão em estado-de-coma. E neste mundo é o protagonista Viktor (Rinal Mukhametov), o Arquiteto, que, após um acidente de carro, desperta, a sua mente a aventurar-se pela dimensão criada pela sua memória e pelas memórias de outras pessoas, dentre elas, Fly (Lyubov Aksyonova), Phantom (Anton Pampushnyy), Astro (Miloš Biković), Yan (Konstantin Lavronenko), Spirit (Polina Kuzminskaya), Tank (Vilen Babichev), Gnome (Rostislav Gulbis) e Cable (Leonid Timtsunik), todos eles reunidos, em um grupo de aventureiros, sob o governo de Yan e o comando de Phantom, à procura de um lugar seguro, além do alcance dos ceifeiros.
A história não se resume às façanhas dos protagonistas na dimensão que a mente deles concebeu. Há um mundo real no qual eles vivem, e neste mundo real a Viktor revela-se sua real condição, e a sua relação com Fly e o papel de Yan na trama.
É "Coma - a Dimensão do Futuro" um filme intrigante, e fascinante, uma aventura surrealista agradável.