Das sombras do silêncio ao suspiro no caminho a igualdade (Filme o Grande Desafio)
Marcus Vinícius Araújo Pereira
O filme O grande desafio ou Grande Debate de tema original The Great Debaters (2007) dirigido por Denzel Washington e que possui por elenco além deste o também ator Nate Parker, a atriz Jurnee Smollet e Denzel Whitaker retrata um grupo de estudantes do Texas em 1935 que incentivados pelo então professor Melvin Tolson, professor da universidade Wiley Collegeem, lutam por direitos civis iguais através de debates. Filme de Produção de Oprah Winfrey, Todd Black, Kate Forte, Joe Roth e roteiristas Robert Eisele e Suzan-Lori Parks, baseado em fatos reais retrata um período de conflito anterior a guerra civíl norte-americana (sul abolucionista x norte escravista).
O filme começa com citações famosas feitas por Melvin Tolson subindo na mesa da sala de aula, em uma forma de sair da rotina comum dos professores, tentando buscar alunos que já tinham de certa forma um pensamento crítico, escolhendo de um pequeno grupo inscrito 4 membros que através de confrontos iniciais com os mesmos, após isso um paralelo é traçado entre a busca do professor por seus ideais como membro ativo da sociedade e sua tentativa de formar alunos que possam através do meio acadêmico provar a igualdade através dos debates até então inéditos entre negros e brancos (que tinham escolas separadas), após uma sequência de vitórias chegam ao almeijado confronto onde um prodígio de 14 anos se destaca pela sua argumentação.
O filme é sem dúvida além de um olhar sobre a história do preconceito racial um caminho para reflexão de ação social individual, uma demostração sobre argumentação que muitas vezes usa a paixão e emoções como meio (se adaptando ao público, que vai desde o acadêmico, grupos de indivíduos até ao diálogo como o do pai de James L. Farmer, Jr. para soltar o professor da cadeia), mas aborda técnicas de confiança super interessantes quando o professor insere o “Quem é o Juiz?” onde tira o foco dos alunos dos demais e põe sob a visão de defesa da verdade, julgada por Deus e que é acredito ser uma poderosa ferramenta contra o nervosismo da defesa dos argumentos pois retira o adversário do campo e resume o trabalho a defender sua verdade, trata também o poder de absorver o conhecimento como ferramenta de transformação porém sem deixar esmaecer seu lado humano e empático, quando cita-se autoridades sob o viés de conhecimento histórico mas não se esqueçe do “olhar da mãe para o filho faminto”.
O filme é uma ótima opção para quem quer expandir sua visão sobre racismo e provocar uma reflexão sobre o seu papel social, em uma parte do argumento de Samantha Booke ela fala sobre nosso direito de manter a consciência mesmo perante ao direito legal de maioria em um dever ético de não se manter na sombra do silêncio enquanto não houver um supiro de alívio na igualdade.