O ELO PERDIDO episódio 11: o dilema de Enik
O ELO PERDIDO episódio 11: o dilema de Enik
Miguel Carqueija
Este episódio é especialmente interessante por trazer de volta o estranho alienígena Enik, interpretado por Walter Edminston — mas que atua de forma invisível por assim dizer, dentro da rígida fantasia reptiliana. A história põe em discussão o dilema entre ajudar e apoiar alguém ou safar-se isoladamente de uma situação difícil.
Will tem a chance de passar por um portal dimensional que abre para a Terra e que só durará alguns segundos — e não retorna ao seu mundo porque o pai e a irmã não estavam junto e ficariam para trás. Quanto a Enik, o dilema era ainda pior. Manipulando os cristais coloridos da Cidade Perdida, Enik obtivera a disposição certa que permitiria a ele retornar à sua época no passado, quando os Sleestaks (a sua raça) ainda eram civilizados. Então chega Will pedindo ajuda porque o pai levara um forte choque, também manipulando cristais, e se encontrava à beira da morte. Para Enik, Rick Marshall não representava tanto como para Will: não era parente e nem da mesma raça.
Resenha do episódio 11 (primeira temporada) do seriado de televisão "O elo perdido" (Land of the lost), “A pesquisa” (The search). Crofft Productions, EUA, 1974-1976. Criação e produção dos irmãos Sid e Marty Crofft. Co-produção: Dennis Steinmetz. Direção: Dennis Steinmetz. Roteiro: Ben Bova. Desenhista de caracteres: Wah Chang. Animação: Peter Kleinow, Gene Warren Jr. e Harry Walton. Música: Jimmie Haskell. Tema: Linda Laurie, M. Jimmie Haskell. Fotografia: Tom Lindner. Produção executiva: Albert J. Tenzer. Co-criação: Allan Foshko.
Elenco:
Rick Marshall............. Spencer Milligan
Holly Marshall............ Kathy Coleman
Will Marshall.............. Wesley Eure
Walker Edminston...... Enik
“Você está tão teimosa quanto sua mãe.”
(Rick Marshall)
“Os humanos ficam juntos quando estão em apuros. É assim que funciona para nós!”
(Will Marshall)
No disco desse episódio encontra-se, nos extras, a edição comentada pelos atores que fazem Will e Holly (mas uns 30 anos depois, Kathy Coleman usando também o sobrenome Bel). Eles brincam com as idiossincrasias do filme: quando os dinossauros abrem suas bocarras, as línguas estão secas: nenhuma saliva. Holly consegue ajudar o pai (cem quilos) a chegar na caverna embora o mesmo estivesse inválido em decorrência do choque. Mas com todas as falhas de lógica, os truques baratos, as fantasias ridículas e os cenários pobres, a série diverte muito e traz valores por trás dos diálogos onde se valorizam a lealdade e a afeição familiar. É o caso da cena onde Rick, ainda sem poder se levantar, elogia Holly por ser teimosa como sua falecida mãe, de quem ela admite quase não se lembrar. E também fala de como Holly está se tornando bonita — observação que a surpreende.
Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2022.