TROPA DE ELITE
Enfim, assisti Tropa de Elite, o filme brasileiro mais discutido dos últimos tempos.
Sou avessa a filmes de ação (chego a cochilar), não gosto do submundo e estou cansada de ver as mazelas brasileiras nos jornais. Tudo isso seria motivo para que eu não tivesse a mínima vontade de ver o filme.
Mas algo me fez ir ao cinema, na última sessão do sábado e com exceção dos momentos em que fechei os olhos (foram muitos), fiquei atenta do começo ao fim.
O filme, sob a direção de José Padilha, que também participou do roteiro junto com Rodrigo Pimentel e Bráulio Montovani, conta a história de dois amigos de infância que desejam entrar para polícia. Neto (Caio Junqueira) e Matias (André Ramiro).
O longa é narrado por Wagner Moura, o Capitão Nascimento, que deseja preparar seu substituto no Bope - Batalhão de Operações Especiais da Policia Militar.
O elenco convence, destacando Caio Junqueira e até o calouro André Ramiro. Wagner Moura dá vida (e como dá!) ao Capitão Nascimento. Policial incorruptível, rígido e implacável.
A atuação de Wagner Moura poderia ser discutida à parte de tanto que me impressionou.
Não posso deixar de registrar que o Capitão Nascimento é um personagem fascinante e que os seus idealizadores zelaram pela sua humanidade. O policial duro sofria de crises de ansiedade terríveis.
O filme traz a verdade sobre a situação nos morros do Rio de Janeiro. Uma realidade onde não há santos: A polícia tem seu lado podre. Os traficantes não são Hobin Hoods, coisissima nenhuma e boa parte da burguesia da Zona Sul, que faz passeata em favor da Paz, freqüenta o morro e arma os traficantes consumindo o produto do tráfico.
Dessa vez valeu a pena ver a face crua do mundo na tela do cinema.