Série MAID

"Maid" pode trazer angústia a quem assiste. Isso porque é difícil não se identificar com algum tema por ela abordado. Trata-se dos ciclos vividos pelas mulheres que sofrem violência. Entre os temas, podemos identificar: Dificuldade de entender a violência psicológica: a própria protagonista não se sente bem ao registrar um bo, uma vez que não quer tirar o "lugar daquela que apanhou de verdade." Ainda hoje é difícil para as pessoas entenderem que aquilo que fere a alma é tão violento quanto o ferimento físico. Ameaças, calúnias, difamações... O tacar objetos na parede, quando se sabe que o intuito era, na verdade, na vítima. Ciclos que repetimos: pelos flashbacks da história nota-se o passado conturbado dos personagens. Algumas cenas são exatamente iguais ao que a mãe da protagonista vivenciou. Quando não temos consciência da nossa própria história, não aceitamos e ressignificamos, fica mais fácil repetir pois consideramos aquilo como normal, o "amor" que buscamos é aquele que nos foi ensinado em exemplo vivo na infância. Somente é possível quebrar o ciclo depois de um longo processo de entendimento e aceitação. A "mudança": o namorado diz a Alex que irá mudar, que está sóbrio e frequentando reuniões do AA. Tal atitude se deu quando a mesma saiu de casa, ou seja, na verdade não é uma melhora que ele busca para si, mas sim para trazer a vítima de volta. Nenhuma mudança se sustenta se não há o real desejo de mudar por si mesmo, mas sim para manter os laços do relacionamento. As dependências: no caso da série, as amarras que mais prendem a protagonista são a dependência financeira e a emocional, já que há um elo que os une: a filha. A importância de uma rede de apoio: praticamente todos os outros personagens julgavam Alex como teimosa, exagerada. Isso se dá porque várias condutas violentas são normalizadas como "coisa de casal." Sua vida se tornaria muito mais difícil sem o apoio do abrigo de emergência.

Além de todos esses temas, a série ainda traz imagens impactantes, como a de Alex no fundo do poço, tentando escalar por ela e pela filha. Mostrando que há sim, muita força proveniente das mulheres, mesmo que por um tempo elas mesmas não acreditem nisso.

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