Projeto Gemini (Gemini Man - 2019) - Direção: Ang Lee. Com Will Smith.

Não há muito o que dizer deste filme, que assisti atraído pelos nomes de Ang Lee e Will Smith, duas personalidades populares, ambas respeitadas pelos amantes da Sétima Arte.

Henry Brogan (Will Smith), assasino de elite, o melhor de todos, profissional irrivalizado, é traído por Del Patterson (Ralph Brown) e tem a sua cabeça dada a prêmio pelos inescrupulosos Clay Varris (Clive Owen) e Lassiter (Linda Ermond), superiores da agência de espionagem para a qual Henry Brogan trabalha. Não pôde gozar de sua merecida aposentadoria Henry Brogan, que, com a ajuda de Baron (Benedict Wong) e Danny (Mary Elizabeth Winstead), enfrenta os assassinos enviados para matá-lo. Mas apenas um assassino poderia matar Henry Brogan: Henry Brogan. Mas ele não podia ir no encalço de si mesmo. Não podia; e foi. Não o Henry Brogan original, primeiro e único, mas seu clone, mais jovem, dotado do talento de Henry Brogan para operações de assassinato. E não apenas um clone seu Henry Brogan encarou; enfrentou dois deles, o segundo, mais jovem do que o primeiro, e mais poderoso do que ele, um garoto, quase uma criança, era um ser humano aperfeiçoado, máquina de matar, sem espírito humano, criado para substituir soldados humanos nos campos de batalhas - questão, esta, explícita nas palavras de Clay Varris.

Ótimas, as cenas de ação do filme. O roteiro, simples. Estranhou-me o rosto de Will Smith, rejuvenescido por computadores, nas figuras dos clones dele. Por mais sofisticada que seja a tecnologia de efeitos especiais, ela ainda não pode emprestar ao rosto humano a sua natureza - irreproduzível por máquinas?

Está na ordem do dia o transhumanismo, que, para os seus proponentes, é o aperfeiçoamento, o melhoramento do ser humano, a conversão dele num ser superior, que se obtêm suprimindo-lhe a essência transcendental; o filme, removido o seu teor fictício, faz de tal questão o seu estribilho. A controvérsia existe, conquanto muita gente a evite, dela se esquive, e a maioria a ignore: É possível melhorar o ser do ser humano? O clone de Henry Brogan, o primeiro deles, após o encerramento de sua aventura, segue uma vida de um ser humano. O clone, pergunta-se, tem alma? E muitas perguntas se seguem: Se não tem, é humano? Se tem, então, o que a alma é, se o clone é um produto da ciência humana? O clone é criação dos humanos, e estes são criaturas de Deus, então o que os humanos criam está contemplado nos desígnios divinos? A alma existe, ou é uma abstração filosófica e teológica? Que ninguém queira encontrar tal discussão em Projeto Gemini, que é única e exclusivamente uma obra de entretenimento. Ou não?

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 17/08/2021
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