Um país, um filme
1- Dinamarca, A caça (2012): Thomas Vinterberg traz uma verdadeira obra prima que não vai sair da sua cabeça. A atuação de Mads Mikkelsen é uma das melhores que eu já vi no cinema e mostra uma ambiguidade ainda mais angustiante em relação ao tema do filme, quando não podemos ter certeza de o personagem teria ou não molestado uma criança. Disponível na Amazon Prime Video.
2- Turquia, Cinco graças (2015): Outra obra prima, onde veremos cinco irmãs, em um vilarejo turco, que são mantidas em cárcere privado e obrigadas a se casarem enquanto elas são apenas adolescentes. Mesmo em uma situação que chega a ser um pesadelo, o amor e afeição que elas têm entre si é lindo e gera momentos de respiro após elas terem suas vidas roubadas por um mal entendido, coberto pelo machismo e sexismo da sociedade. Disponível no Belas Artes à la carte.
3- Japão, Perfect Blue (1997): Para não falar de estúdio Ghibli, vamos exaltar a obra de Satoshi Kon. Se você gosta de Cisne Negro, é a sua obrigação assistir esse filme. Perturbador em vários sentidos, principalmente quando ele critica os abusos contra as mulheres na indústria do entretenimento, além de ter cenas bem bizarras. Disponível no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=HWXdz0Te9T0)
4- Espanha, [Rec] (2007): Um dos melhores filmes de zumbi e Found footage do cinema. Com menos de 80 minutos, o filme é brilhante em construir uma tensão que cresce vertiginosamente até os últimos cinco minutos (que eu simplesmente não consegui ver de tanto medo). Um dos mais assustadores e frenéticos filmes que eu já vi. Disponível na Amazon Prime Video.
5- Itália, Europa 51 (1952): Nesse filme do Neorrealismo Italiano do grande mestre Roberto Rosselini, vemos a melhor atuação de Ingrid Bergman que interpreta uma mãe lutando com o luto após o trágico suicídio de seu filho, que tinha apenas dez anos de idade. O filme discute as mazelas e consequências de uma guerra para a saúde mental de alguém e como momentos tão sombrios são capazes de despertar o pior e o melhor que o ser humano tem a oferecer. Disponível no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=pPAFXjXueCY)
6- Senegal, Atlantique (2019): A diretora Mati Diop foi a primeira mulher negra a ganhar o prêmio do júri do festival de Cannes e apenas esse motivo já é suficiente para assistir esse filme, que com certeza merece muita mais atenção do que ele tem. A história é bem particular com uma mistura de drama social, mistério, fantasia e com cenas muito bonitas. Disponível no Netflix.
7- Macedônia do Norte, Honeyland (2019): Que documentário espetacular e sobre um tema que aparenta ser simples e chato, mas que os diretores criaram uma jornada como você nunca viu no cinema. O filme não segue as típicas fórmulas do gênero e em alguns momentos você esquece de que estar vendo um documentário. É hipnotizante acompanhar a trajetória da protagonista. Disponível no Globoplay.
8- Suécia, Persona (1966): Nunca é demais para exaltar o genial Ingmar Bergman, é nesse filme que ele mais faz experimentos e o que nos faz mais teorizar sobre as mensagens da história. As atrizes Bibi Andersson e Liv Ullmann são praticamente as únicas em tela durante a uma hora e vinte minutos do filme e como não ficar abismado com essas personagens tão complexas ? A cena em que Andersson fala sobre uma experiência sexual que ela teve é o melhor monólogo que eu já vi no cinema. Pura arte. Disponível no Telecine Play e no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=OqzRzdXqT7M)
9- Israel, De amor e trevas (2015): Natalie Portman chega na sua estreia como diretora com um filme tão belo, delicado e triste, mas que eu sinto uma profunda raiva pelo fato de que ele não é apreciado como precisa (Eu sou a única pessoa que eu conheço que assistiu essa perfeição). O filme é baseado no livro de mesmo nome escrito por Amós Oz, que conta a sua infância no recente estado de Israel pelos olhos de sua amada mãe. Disponível no Belas Artes à la carte.
10- Áustria, A fita branca (2009): Mais uma obra prima nessa lista. Não se assuste pelas suas duas horas e vinte minutes de duração, pois o filme é um imenso estudo sobre a criação da violência e sobre como o ser humano se omite à atos bárbaros contra a própria espécie. Justiça não existe nesse filme, nem redenção, nem esperança, mas vemos a maldade humana em diferentes aspectos e a hipocrisia da sociedade. O diretor Michael Haneke ainda nos mostra alguns resquícios de bondade em alguns personagens, mas sem tirar a reflexão e dúvida do filme: Será mesmo que eles vão ser imunes e também se omitir à violência contra o próximo ? Disponível no Belas Artes à la carte.