Meteoro (Meteor)
METEORO (Meteor)
Miguel Carqueija
American International Pictures, EUA, 1979. Produção executiva: Sandy Howard, Gabriel Katzka. Supervisão: Samuel Z. Arkoff. Produção: Arnold Orgolini e Theodore Parvin. Direção: Ronald Neame. Roteiro: Stanley Mann e Edmund H. North. Com Sean Connery, Nathalie Wood, Trevor Howard, Brian Keith, Martin Landau, Henry Fonda, Karl Malden, Richard Dysart, Joseph Campanella. Música: Laurence Rosenthal.
Embora o gênero cinema-catástrofe seja geralmente desprezado pela crítica especializada, e o mesmo aconteça em menor escala à ficção científica, “Meteoro” obteve certo prestígio por questionar algo que, depois, tornou-se comum em discussões científicas sérias a possibilidade de colisão da Terra com algum outro astro, nomeadamente cometas, planetoides ou grandes meteoros. Há precedentes como o revelam certas crateras (supõe-se que a queda de um meteoro gigante tem relação com a extinção dos dinossauros).
“Meteor” tem furos científicos. O sinistro visitante encaminha-se inexoravelmente para a Terra, vindo da região dos asteroides. E as melhores sequências são aquelas em que o meteoro aparece, avançando silenciosa e lugubremente sobre o fundo negro do espaço. Ele vem vindo. Enquanto isso, na Terra, os políticos e militares das duas superpotências discutem sem chegar logo a um consenso sobre a utilização conjunta dos mísseis orbitais que poderão destruir a ameaça. Produzido em 1979, o filme supõe a continuação da guerra fria em futuro próximo. Não prevê a “perestroika”, o que é compreensível.
Na parte científica, porém, podemos questionar a certeza que os cientistas dão, de que o meteoro acertará a Terra se não for detido. Pois afinal a mecânica celeste tem suas incógnitas e desvios seriam possíveis por efeitos gravitacionais. Isto não é levado em consideração e o bólido vem direitinho, como se seguisse uma linha reta em direção a um alvo imóvel, quando afinal a Terra também se encontrava em movimento. Pior, estrelas cadentes e fragmentos maiores precedem o meteoro e também atingem a Terra, provocando até uma avalanche.
Apesar de tudo o veterano Ronald Neame dirigiu um exemplar aceitável em termos de escapismo disfarçado em seriedade. O suspense todo está na utilização dos mísseis orbitais, que vai sendo retardada, ao mesmo tempo em que o monstro vai chegando. O filme utiliza um elenco famoso para papéis pouco marcantes.
Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1995.
METEORO (Meteor)
Miguel Carqueija
American International Pictures, EUA, 1979. Produção executiva: Sandy Howard, Gabriel Katzka. Supervisão: Samuel Z. Arkoff. Produção: Arnold Orgolini e Theodore Parvin. Direção: Ronald Neame. Roteiro: Stanley Mann e Edmund H. North. Com Sean Connery, Nathalie Wood, Trevor Howard, Brian Keith, Martin Landau, Henry Fonda, Karl Malden, Richard Dysart, Joseph Campanella. Música: Laurence Rosenthal.
Embora o gênero cinema-catástrofe seja geralmente desprezado pela crítica especializada, e o mesmo aconteça em menor escala à ficção científica, “Meteoro” obteve certo prestígio por questionar algo que, depois, tornou-se comum em discussões científicas sérias a possibilidade de colisão da Terra com algum outro astro, nomeadamente cometas, planetoides ou grandes meteoros. Há precedentes como o revelam certas crateras (supõe-se que a queda de um meteoro gigante tem relação com a extinção dos dinossauros).
“Meteor” tem furos científicos. O sinistro visitante encaminha-se inexoravelmente para a Terra, vindo da região dos asteroides. E as melhores sequências são aquelas em que o meteoro aparece, avançando silenciosa e lugubremente sobre o fundo negro do espaço. Ele vem vindo. Enquanto isso, na Terra, os políticos e militares das duas superpotências discutem sem chegar logo a um consenso sobre a utilização conjunta dos mísseis orbitais que poderão destruir a ameaça. Produzido em 1979, o filme supõe a continuação da guerra fria em futuro próximo. Não prevê a “perestroika”, o que é compreensível.
Na parte científica, porém, podemos questionar a certeza que os cientistas dão, de que o meteoro acertará a Terra se não for detido. Pois afinal a mecânica celeste tem suas incógnitas e desvios seriam possíveis por efeitos gravitacionais. Isto não é levado em consideração e o bólido vem direitinho, como se seguisse uma linha reta em direção a um alvo imóvel, quando afinal a Terra também se encontrava em movimento. Pior, estrelas cadentes e fragmentos maiores precedem o meteoro e também atingem a Terra, provocando até uma avalanche.
Apesar de tudo o veterano Ronald Neame dirigiu um exemplar aceitável em termos de escapismo disfarçado em seriedade. O suspense todo está na utilização dos mísseis orbitais, que vai sendo retardada, ao mesmo tempo em que o monstro vai chegando. O filme utiliza um elenco famoso para papéis pouco marcantes.
Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1995.