COWBOY BEBOP, um seriado diferente
“COWBOY BEBOP”, um seriado diferente
Miguel Carqueija
Anuncia-se para 2011 uma versão cinematográfica em imagem real para “Cowboy Bebop”. Em princípio é uma boa notícia, considerando que a série original é extraordinária e deixou muitas pontas soltas, com um final até certo ponto decepcionante.
O seriado, dirigido por Shinishiro Watanabe (Estúdio Sunrise), consta de 26 episódios produzidos entre 1998 e 1999. Seguiu-se o mangá, desenhado por Hajime Yatate e que totalizou três volumes — saiu de 1999 a 2000. Finalmente em 2001 Watanabe dirigiu um OVA de longa-metragem, “Cowboy Bebop: tengoku no tobira”.
Infelizmente o mangá e o filme longo apenas contam novos episódios avulsos, que nada acrescentam ao capítulo 26 do seriado, ou seja, não avançam com a saga ali bruscamente interrompida.
Os personagens são poucos e o argumento muito interessante. É como se fosse um faroeste cósmico: os “cowboys” são caçadores de recompensas, que procuram criminosos com a cabeça a prêmio. A Bebop é uma nave onde viajam três deles: Spike Spiegel (ex-gangster da máfia chinesa “Dragão Vermelho”), Jet Black (ex-policial, com um braço mecânico) e Faye Valentine (cujo passado é misterioso). Ainda aparecem na Bebop o cachorro Ein, que é muito inteligente, e a excêntrica “haker” Ed, de treze anos.
O nome “Ein”, por sinal, é uma abreviação de Einstein — para dar uma idéia da inteligência do cachorro. Quanto a Ed., a seu modo também é inteligentíssima, inigualável num computador, apesar de sua aparência desmazelada de “hyppie” e só andar descalça.
Sem embargo da comicidade de diversos episódios a história tem uma raiz altamente dramática e um desfecho trágico. É uma história de crime, paixão e vingança, envolvendo um amor frustrado e um caso mal resolvido. Cínico, cético, Spike Spiegel já se considera morto e por isso liga pouco para a vida. Jet Black também tem um passado doloroso como policial, algo que lhe valeu a perda do braço. Quanto a Faye, que veio depois, é um caso curioso: atingida pelos cataclismos que vitimaram a Terra, planeta agora praticamente abandonado, foi levada em coma a Marte e permaneceu congelada por 54 anos, sendo resgatada sem ter envelhecido além dos 23 anos que tinha. Mas já foi acordada com o hospital cobrando os 54 anos de internação sem que ela pudesse pagar, tornando-se assim a pessoa mais endividada do Sistema Solar.
É uma série que vale a pena assistir por seu dinamismo e criatividade.
Resenha iniciada em 7 de novembro de 2010 e somente completada em 12 de abril de 2021.
“COWBOY BEBOP”, um seriado diferente
Miguel Carqueija
Anuncia-se para 2011 uma versão cinematográfica em imagem real para “Cowboy Bebop”. Em princípio é uma boa notícia, considerando que a série original é extraordinária e deixou muitas pontas soltas, com um final até certo ponto decepcionante.
O seriado, dirigido por Shinishiro Watanabe (Estúdio Sunrise), consta de 26 episódios produzidos entre 1998 e 1999. Seguiu-se o mangá, desenhado por Hajime Yatate e que totalizou três volumes — saiu de 1999 a 2000. Finalmente em 2001 Watanabe dirigiu um OVA de longa-metragem, “Cowboy Bebop: tengoku no tobira”.
Infelizmente o mangá e o filme longo apenas contam novos episódios avulsos, que nada acrescentam ao capítulo 26 do seriado, ou seja, não avançam com a saga ali bruscamente interrompida.
Os personagens são poucos e o argumento muito interessante. É como se fosse um faroeste cósmico: os “cowboys” são caçadores de recompensas, que procuram criminosos com a cabeça a prêmio. A Bebop é uma nave onde viajam três deles: Spike Spiegel (ex-gangster da máfia chinesa “Dragão Vermelho”), Jet Black (ex-policial, com um braço mecânico) e Faye Valentine (cujo passado é misterioso). Ainda aparecem na Bebop o cachorro Ein, que é muito inteligente, e a excêntrica “haker” Ed, de treze anos.
O nome “Ein”, por sinal, é uma abreviação de Einstein — para dar uma idéia da inteligência do cachorro. Quanto a Ed., a seu modo também é inteligentíssima, inigualável num computador, apesar de sua aparência desmazelada de “hyppie” e só andar descalça.
Sem embargo da comicidade de diversos episódios a história tem uma raiz altamente dramática e um desfecho trágico. É uma história de crime, paixão e vingança, envolvendo um amor frustrado e um caso mal resolvido. Cínico, cético, Spike Spiegel já se considera morto e por isso liga pouco para a vida. Jet Black também tem um passado doloroso como policial, algo que lhe valeu a perda do braço. Quanto a Faye, que veio depois, é um caso curioso: atingida pelos cataclismos que vitimaram a Terra, planeta agora praticamente abandonado, foi levada em coma a Marte e permaneceu congelada por 54 anos, sendo resgatada sem ter envelhecido além dos 23 anos que tinha. Mas já foi acordada com o hospital cobrando os 54 anos de internação sem que ela pudesse pagar, tornando-se assim a pessoa mais endividada do Sistema Solar.
É uma série que vale a pena assistir por seu dinamismo e criatividade.
Resenha iniciada em 7 de novembro de 2010 e somente completada em 12 de abril de 2021.