O som do silêncio
O som do silêncio
Um drama digno de reconhecimento. Indicado ao Oscar, é um filme surpreendente. Fugindo dos padrões atuais que são repletos de efeitos especiais, cenas de ação, explosões, que se aproveita da potência hoje nos dispositivos eletrônicos para chamar a atenção a qualquer custo dos expectadores, esse drama nos faz refletir.
Um baterista que perde a audição. Essa é a trama. Simples? Nem tanto. O filme começa com a perda da audição de um baterista. Ex- viciado em drogas e tendo como componente da banda sua namorada, ele entra em crise quando deixa de ouvir.
Apesar do estado de negação, a preocupação de sua namorada de que ele tenha uma recaída leva o rapaz a procurar ajuda numa comunidade de surdos. Lá ele aprende a linguagem de sinais, convive com pessoas surdas. Enfim, uma comunidade que presta auxílio para que as pessoas se aceitem como são, e não vejam a surdez como uma doença ou algo incapacitante. Pelo contrário mostra uma vida completamente normal.
Entre diversas crises de identidade o protagonista passa por diversas situações e reviravoltas até conseguir se aceitar. Seus planos em conseguir voltar a ouvir e voltar a tocar com sua namorada deixam-no incapaz de ver novas possibilidades para sua vida.
Nesse contexto vemos como é difícil a aceitação das pessoas em situações adversas que pode acontecer com qualquer um. Porém a reação sempre parece previsível, querer voltar a ser como era antes. Nem sempre o novo é ruim. Muitas vezes pode trazer novas oportunidades. Porém estamos presos à nossas vidas, aos nossos pequenos mundos que mal nos arriscamos para algo novo, apenas tentamos negar.