Filme Loucura de amor
A princípio, "Loucura de amor" parece uma comédia romântica mediana, mas é um filme que toca profundamente na questão da estigmatização dos transtornos mentais. O protagonista tinha uma visão muito supérflua acerca de tal tema. A mesma perspectiva que, muitas pessoas que não acompanham de perto tem, como achar que controlamos tudo, escolhemos a forma como vamos viver, que ansiedade e depressão, por exemplo, são meras crenças de nossa "cabeça". Em uma das cenas, a mãe de uma personagem com transtorno bipolar diz: "Você consegue se controlar! Eu mesma, se estou triste, vou ver uma comédia", como se estivesse em nossas mãos o controle e a cura de transtornos tão sérios que acarretam grande parte da população. Quando se lida com saúde mental é preciso se despir de tais pensamentos tão pequenos e entender melhor a complexidade dos transtornos e tudo que eles acarretam na vida de quem os porta. Somente nos distanciando do senso comum e prestando mais atenção nos portadores de transtornos mentais, vamos poder ajudá-los. Pois, se uma pessoa já enfrenta algo tão difícil, e em alguns casos incuráveis, nossa ignorância e julgamento não somarão em nada. Não julgue aquilo que você não tem idéia de como é sentir na pele. Precisamos parar de diminuir e minimizar a saúde mental. É preciso desmistificar a crença de que o sujeito é bipolar, borderline, depressivo, ansioso (e tantos outros diagnósticos) porque quer. Nem tudo está em nossas mãos. Mas se tornar cidadãos realmente mais empáticos, conhecedores e respeitadores dos problemas mentais alheios, isso sim está. Cuidado para não buscar "normalizar" e enquadrar aquele que não escolheu ter um transtorno mental. É preciso, mais do que nunca, conhecer mais e julgar menos.
Texto @freudianices