A criada (2017)
O cinema sul-coreano tem se destacado bastante nos últimos anos, com uma forma bem diferente de contar histórias e de atuar, e um dos diretores mais consagrados atualmente é Park Chan-wook, o qual dirige esse irretocável filme.
A trama se passa nos anos 30 durante a colonização japonesa na Coreia do Sul e dois ladrões se juntam para roubar a fortuna da sobrinha de um rico aristocrata. O roteiro se divide em três partes e todas elas apresentam muitas reviravoltas que trazem uma dinâmica e uma tensão inacreditável, fazendo com que as duas horas e vinte minutos parecerem uma hora.
O figuro e a direção de arte estão belíssimos, além de apresentar uma fusão dos estilos coreano, japonês e britânico. Essa estratégia remete à hierarquização de culturas manifestado no filme pela visão da inferioridade da cultura coreana.
O erotismo não é desnecessário, mas algo a favor da narrativa, com cenas de sexo originais, impressionantes e inesquecíveis. É impossível não lembrar delas, e de outras também, dias depois de ver essa magnífica obra cinematográfica. Além disso, a violência tão conhecida de Chan-Wook está presente nos últimos minutos, causando um desconforto esperado desse diretor.
A narração dos personagens é bem característica de animes e de um outro filme do diretor, "Oldboy", e não apresenta afirmações redundantes de algo que o público já sabe.
A trilha sonora composta por Jo Yeong-wook é diversificada e ajuda a criar um clima mais tenso e surpreendente. Os personagens apresentam arcos interessantes e as suas verdadeiras essências vão sendo reveladas gradativamente, criando, assim, um cativante estudo da malícia e do desejo humano.
Nota: 10,0
Classificação Indicativa: 18 anos
Elenco: Kim Tae-ri, Kim Min-hee, Ha Jung-woo, Jo Jin Woong e Kim Hae-sook.