O episódio do Bismarck

Resenha do filme "Afundem o Bismarck!" (Sink the Bismarck!) - Reino Unido, 20th. Century Fox, 1960. Produção: John Brabourne. Direção: Lewis Gilbert. Argumento e roteiro: Edmund H. North. Adaptação do livro "Os ultimos nove dias do Bismarck", de C.S. Forester. Música: Clifton Parker. Fotografia: Christopher Challis. 
Elenco:
Keneth More..,..........,................... Capitão Jonathan Shepard
Dana Wynter....,............................ Segunda Oficial Anne Davis
Laurence Naismith,...,.,................ Sir Dudley Pound
Maurice Denham......................... Comandante Richards
Edward R. Murrow....................... ele mesmo (locutor de rádio)
Carl Mohner..........,.......,.............. Capitão Ernst Lindemann
Karel Stepanek........................... Almirante Gunther Lutjens
Michael Goodliffe...................... Capitão Banister
Michael Hordern........................ Almirante Tovey, do King George V

Quando "Afundem o Bismarck!" foi anunciado nos cinemas do Rio de Janeiro, mesmo sendo ainda criança eu já sabia do que se tratava: havia assistido na televisão a série documental "Memórias de Churchill" sobre a Segunda Guerra Mundial e um dos episódios focalizava o Bismarck, o terrível encouraçado nazista cuja fama de invencibilidade lembrava o Titanic com sua aura de insubmersivel.
Aqui não se trata de documentário mas drama de guerra baseado em fatos reais. É sóbrio e assistivel, tem boa qualidade mas certa frieza de realização. O Bismarck circula pelo Atlântico provocando grandes danos na Marinha e Força Aérea britânicas sendo por fim afundado, como conta a História.
Na película alguns detalhes merecem menção. O radialista Edward R. Murrow, interpretando a si mesmo, aparece dando notícias. Hitler também é visto, na cena inicial, no filme-documentario que os próprios nazistas fizeram no lançamento do Bismarck, do estaleiro para o mar. Uma lista mais sofisticada coloca Hitler no "elenco", interpretando a si mesmo (sic).
Há uma distração romântica que aos poucos atravessa a barreira da formalidade militar: o relacionamento entre o severo e fechado Capitão Shepard e a oficial Anne Davis, ela também bastante sóbria e séria.
As cenas de batalha naval não parecem muito realistas e o preto-e-branco, já meio a anacrônico em 1960, ajuda no clima de tensão. Um bom filme, embora frio.

Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2021.