Sobre a saga Crepúsculo, insegurança e autodestruição.
Impossível ver a saga Crepúsculo novamente, depois de anos e ter a mesma visão. Observando os filmes com um olhar mais crítico, vemos o quanto a personagem Bella é insegura e extremamente autodestrutiva. Sua vida passa a valer a pena apenas na presença de seu amado Edward, apesar de todos os perigos que o mesmo lhe traz. Ao descobrir que ele é um vampiro, nem sequer cogitou os perigos que ela e seu pai poderiam ser envolvidos. Sem contar as pequenas coisas como falta de espaço, largar tudo para tentar salvar o seu grande protetor (complexo de mulher maravilha) e se isolar para viver em prol apenas daquele relacionamento. No filme "Lua Nova", chega a por sua vida em situações de risco apenas para ver a imagem do companheiro lhe protegendo, como se não fosse capaz de discernir o que é melhor ou não para si, sozinha. E quando Edward se afasta, logo se envolveu com Jacob na tentativa de preenchimento, sentido a própria vida.Um caso de "amor" extremamente dependente, onde no final a mesma ainda quis abrir mão de sua humanidade para se encaixar no mundo de seu único salvador. Claro que o filme é apenas uma fantasia. Ninguém vai encontrar vampiros e lobos por aí. Mas a questão é: o quanto romantizamos esse tipo de relacionamento? Onde há de se transformar e abandonar tudo que se é em prol do outro? Onde a vida só faz sentido na presença do objeto amado? Quando você alimenta somente uma pequena parte da vida, todo o resto se empobrece. E são justamente os filmes e fantasias que alimentam nosso imaginário acerca dessa triste ilusão. Até que ponto é seguro se entregar em um relacionamento sem matar,dia após dia, um pouco de si?
Texto @danielladantaas @freudianices