Marty, ou os feios também amam
MARTY, OU OS FEIOS TAMBÉM AMAM
Miguel Carqueija
Resenha do filme “Marty”. Hecth-Lancaster, Metro-Goldwyn-Mayer, 1954. Produção: Harold Hecht e Burt Lancaster. Direção: Delbert Mann. Roteiro, argumento e produção associada: Paddy Chayefsky. Música: Roy Webb, George Bussman.
Elenco:
Ernest Borgnine.....................Marty Piletti
Betsy Blair..............................Clara
Esther Minciott......................Sra. Piletti
Augusta Ciolli.........................Tia Catherine
Joe Mantell............................Angie
Karen Steele...........................Virginia
Jerry Paris...............................Tommy
Produção tipicamente hollywoodiana de outros tempos, inocente (ou quase) e melosa, para variar conta um romance de gente feia. Borgnine faz um nada glamuroso açougueiro que, aos 34 anos, está solteiro e sem compromisso. Freguesas implicam com ele por não ter se casado, o que me parece inverossímil. Afinal de contas o que é que elas tinham com isso?
Quando Marty descobre em Clara, num salão de dança, uma pessoa tão solitária quanto ele, e igualmente considerada feia, uma sucessão de esquisitices acontece. Marty fica passeando com Clara até tarde da noite e acaba levando-a para sua própria casa em hora tão inconveniente apesar de sua mãe não se encontrar por ter ido ao cinema. Aí a mãe de Marty chega e flagra a garota com ele, embora não estivessem fazendo nada. A reação negativa da Sra. Piletti é compreensível. Depois, ao acompanhar Clara até o ônibus, Marty é abordado pelo seu colega de noitadas, Angie, que se mostra grosseiro com Clara só por ela ser feia, o que também é difícil de engolir. De fato os amigos de Marty referem-se a Clara como “bagulho”, num evidente exagero (Marty, afinal de contas, também seria).
Afinal, a questão decisiva se resume para Marty em seguir seus próprios sentimentos ou ir na onda dos outros por respeito humano.
A velha Hollywood nutria-se de situações forçadas e irrealistas. A atual nutre-se de grosseria e obscenidade, além de violência, o que é bem pior.
Rio de Janeiro, 30 de abril de 2020.
MARTY, OU OS FEIOS TAMBÉM AMAM
Miguel Carqueija
Resenha do filme “Marty”. Hecth-Lancaster, Metro-Goldwyn-Mayer, 1954. Produção: Harold Hecht e Burt Lancaster. Direção: Delbert Mann. Roteiro, argumento e produção associada: Paddy Chayefsky. Música: Roy Webb, George Bussman.
Elenco:
Ernest Borgnine.....................Marty Piletti
Betsy Blair..............................Clara
Esther Minciott......................Sra. Piletti
Augusta Ciolli.........................Tia Catherine
Joe Mantell............................Angie
Karen Steele...........................Virginia
Jerry Paris...............................Tommy
Produção tipicamente hollywoodiana de outros tempos, inocente (ou quase) e melosa, para variar conta um romance de gente feia. Borgnine faz um nada glamuroso açougueiro que, aos 34 anos, está solteiro e sem compromisso. Freguesas implicam com ele por não ter se casado, o que me parece inverossímil. Afinal de contas o que é que elas tinham com isso?
Quando Marty descobre em Clara, num salão de dança, uma pessoa tão solitária quanto ele, e igualmente considerada feia, uma sucessão de esquisitices acontece. Marty fica passeando com Clara até tarde da noite e acaba levando-a para sua própria casa em hora tão inconveniente apesar de sua mãe não se encontrar por ter ido ao cinema. Aí a mãe de Marty chega e flagra a garota com ele, embora não estivessem fazendo nada. A reação negativa da Sra. Piletti é compreensível. Depois, ao acompanhar Clara até o ônibus, Marty é abordado pelo seu colega de noitadas, Angie, que se mostra grosseiro com Clara só por ela ser feia, o que também é difícil de engolir. De fato os amigos de Marty referem-se a Clara como “bagulho”, num evidente exagero (Marty, afinal de contas, também seria).
Afinal, a questão decisiva se resume para Marty em seguir seus próprios sentimentos ou ir na onda dos outros por respeito humano.
A velha Hollywood nutria-se de situações forçadas e irrealistas. A atual nutre-se de grosseria e obscenidade, além de violência, o que é bem pior.
Rio de Janeiro, 30 de abril de 2020.