A filha americana
A FILHA AMERICANA
Miguel Carqueija
Resenha do filme “Rita, la figlia americana”. Itália, 1965. CMV, Gitanus; 91 minutos, preto-e-branco. Produção: Giancarlo Marchetti e Fabrizio Capucci. Direção e roteiro: Piero Vivarelli. Direão de produção: Sergio Boreli. Fotografia: Emanuele Di Cola. Música: Guido Cenciarelli e David Norman Shapiro.
Elenco:
Totó........................................Maestro Serafino Benvenutti
Rita Pavone............................ Rita D”Angelo (Rita Benvenutti)
Fabrizio Capucci......................Fabrizio Carli
Lina Volongui.......................... Greta Wagner
Umberto D’Orsi....................... Orazio
The Rokes
Considerado o primeiro filme de longa-metragem de Rita Pavone, parece não ter sido exibido comercialmente no Brasil; tenho uma vaga notícia de haver passado rapidamente em São Paulo. É muito divertido, uma comédia romântica com final feliz e o carisma extraordinário da cantora-atriz.
De há muito reparei que os melhores filmes não são necessariamente os mais badalados ou premiados. “Rita, la figlia americana” tem fama entre os muitos fãs de Rita Pavone, mas não goza dos favores da crítica especializada. E no entanto é perfeito e prende a atenção com personagens bem delineados.
Certa vez um amigo meu comentou que Totó, o comediante italiano, era “pior do que Costinha”. De fato era meio tosco a julgar por esta amostra já de seus últimos anos, não lembro de tê-lo visto em outras atuações. Mas no papel do caricato maestro Serafino Benvenutti, com seu jeito patusco de reger, até que está muito bem. Ele é o tipo carrancista, que não gosta ou diz não gostar dos ritmos modernos, como o rock. Seu passado porém o trai, pois ele nem fez conservatório. Serafino é um tipo original, que conta até com um mordomo faz-tudo, Orazio, que serve até de barbeiro.
A situação se arma em torno a dois elementos: o grupo que se reúne na casa ao lado para dançar e ensaiar rock, e a chegada da órfã chilena, Rita D”Angelo (depois Rita Benvenutti), sobrevivente de um terremoto e que o maestro adotara a distância supondo ser uma criança.
À época da filmagem Rita Pavone, com todo o seu gigantesco carisma, tinha apenas uns 18 ou 19 anos mas, tendo baixa estatura, podia facilmente passar por 16 ou 17, menor de idade. Incomodado com o som da casa ao lado o pobre maestro se aborrece ao descobrir que Rita gosta de cantar e dançar rock. Pior, ela se enamora de Fabrizio, o jovem cantor que ensaia na tal casa junto com o conjunto The Rokes.
Rita está esplêndida, praticamente interpretando a si mesma. Com um viço invejável ela se mostra ótima atriz, engraçada e encantadora, roubando a cena facilmente.
A governanta alemã Greta, como a pessoa que não é o que parece — de matrona austera acaba se revelando fumante, jogadora de cartas e até fã de música ligeira — é personagem muito interessante, tendo sido contratada pelo maestro para vigiar a filha adotiva, sendo uma indicação — com segundas intenções — do mordomo Orazio.
Rita Pavone interpreta ao longo da película seus conhecidos sucessos “Somigli ad un’oca”, “Plip”, “Solo tu”, “Cuore”, “Lui” e “Stasera con te”.
Uma comédia sadia para ser vista e revista.
Rio de Janeiro, 29 e 30 de agosto de 2020.
A FILHA AMERICANA
Miguel Carqueija
Resenha do filme “Rita, la figlia americana”. Itália, 1965. CMV, Gitanus; 91 minutos, preto-e-branco. Produção: Giancarlo Marchetti e Fabrizio Capucci. Direção e roteiro: Piero Vivarelli. Direão de produção: Sergio Boreli. Fotografia: Emanuele Di Cola. Música: Guido Cenciarelli e David Norman Shapiro.
Elenco:
Totó........................................Maestro Serafino Benvenutti
Rita Pavone............................ Rita D”Angelo (Rita Benvenutti)
Fabrizio Capucci......................Fabrizio Carli
Lina Volongui.......................... Greta Wagner
Umberto D’Orsi....................... Orazio
The Rokes
Considerado o primeiro filme de longa-metragem de Rita Pavone, parece não ter sido exibido comercialmente no Brasil; tenho uma vaga notícia de haver passado rapidamente em São Paulo. É muito divertido, uma comédia romântica com final feliz e o carisma extraordinário da cantora-atriz.
De há muito reparei que os melhores filmes não são necessariamente os mais badalados ou premiados. “Rita, la figlia americana” tem fama entre os muitos fãs de Rita Pavone, mas não goza dos favores da crítica especializada. E no entanto é perfeito e prende a atenção com personagens bem delineados.
Certa vez um amigo meu comentou que Totó, o comediante italiano, era “pior do que Costinha”. De fato era meio tosco a julgar por esta amostra já de seus últimos anos, não lembro de tê-lo visto em outras atuações. Mas no papel do caricato maestro Serafino Benvenutti, com seu jeito patusco de reger, até que está muito bem. Ele é o tipo carrancista, que não gosta ou diz não gostar dos ritmos modernos, como o rock. Seu passado porém o trai, pois ele nem fez conservatório. Serafino é um tipo original, que conta até com um mordomo faz-tudo, Orazio, que serve até de barbeiro.
A situação se arma em torno a dois elementos: o grupo que se reúne na casa ao lado para dançar e ensaiar rock, e a chegada da órfã chilena, Rita D”Angelo (depois Rita Benvenutti), sobrevivente de um terremoto e que o maestro adotara a distância supondo ser uma criança.
À época da filmagem Rita Pavone, com todo o seu gigantesco carisma, tinha apenas uns 18 ou 19 anos mas, tendo baixa estatura, podia facilmente passar por 16 ou 17, menor de idade. Incomodado com o som da casa ao lado o pobre maestro se aborrece ao descobrir que Rita gosta de cantar e dançar rock. Pior, ela se enamora de Fabrizio, o jovem cantor que ensaia na tal casa junto com o conjunto The Rokes.
Rita está esplêndida, praticamente interpretando a si mesma. Com um viço invejável ela se mostra ótima atriz, engraçada e encantadora, roubando a cena facilmente.
A governanta alemã Greta, como a pessoa que não é o que parece — de matrona austera acaba se revelando fumante, jogadora de cartas e até fã de música ligeira — é personagem muito interessante, tendo sido contratada pelo maestro para vigiar a filha adotiva, sendo uma indicação — com segundas intenções — do mordomo Orazio.
Rita Pavone interpreta ao longo da película seus conhecidos sucessos “Somigli ad un’oca”, “Plip”, “Solo tu”, “Cuore”, “Lui” e “Stasera con te”.
Uma comédia sadia para ser vista e revista.
Rio de Janeiro, 29 e 30 de agosto de 2020.