Canaan episódio 13 (final): o impactante desfecho

A mini-série japonesa "Canaan" é uma verdadeira obra-prima da animação, numa mistura eletrizante de espionagem e ficção científica. Girando em torno de uma heroína de contrastes, causa verdadeiro impacto nos espectadores.
Recapitulando, a trama fala de duas meninas órfãs de guerra no Oriente Médio, adotadas por um líder terrorista, o misterioso Siam, que chefia a sinistra organização "Cobra". Ele chamou as duas meninas de Canaan (a terra da promissão, segundo a Bíblia) e as treinou para que se tornassem poderosas guerreiras. A Cobra ambicionava a posse de um vírus mortal (a série é muito anterior à pandemia do Covid-19) e numa operação para se apossar dele a Canaan mais velha, de cabelos negros e sorriso sardônico, e que repudiara esse nome passando a chamar-se Alphard (Solidão), dá um golpe, matando Siam, seu pai adotivo, e passando a controlar a Cobra. A Canaan mais nova, de cabelos albinos, a verdadeira Canaan da série, consegue escapar e passa a dedicar sua vida a combater a Cobra e se vingar de Alphard, agora sua inimiga mortal. Entretanto, de uma vida de violência como matadora e guerrilheira Canaan, que possui poderes paranormais sinestesicos, evolui moralmente ao conhecer a jovem fotógrafa Maria Oosawa, tornando-se sua amiga. A bondade e gentileza de Maria tocam Canaan, que se torna menos violenta e mais sensível.
Agora porém, com a vida de Maria e Yun Yun por um fio no trem mortal e travando o duelo definitivo com a terrível Alphard, Canaan chegará a uma encruzilhada de sua trepidante existência.


Resenha do episódio 13 (final) do seriado de animação "Canaan": "Terra da Esperança". Estúdio PAWoorks, 2009. Criação de Kinoto Nasur e Takashi Nakeushi com base em seu jogo "428: Shibuya scramble". Direção: Masahiro Ando. Produção: Hiroshi Kawamura, Jiro Ishii, Kei Fukura, Kenji Orikawa, Shigeru Saito, Yaswhi Oshima. Roteiro: Mari Okada. Música: Hikaru Nanase.
Elenco de dublagem:
Canaan: Miyuki Sawashiro.
Alphard: Maaya Sakamoto.
Oosawa Maria: Yoshiro Nanjo.
Mino: Kenji Hamada.
Siam: Akio Otsuka.
Yun Yun: Hawka Tomatsu.
Cummings: Toru Okawa 
Jin: Joji Nakata


"Mesmo depois de tudo ainda não podemos dar um fim nisso. Devemos morrer juntas?"
(Alphard)

"Você sempre teve uma cor estranha. Às vezes era marrom claro como a do Siam. E hoje é branco. E eu finalmente consegui entender porque. É porque você já está morta."
(Canaan)

"O direito de decidir pertence àqueles que estão vivos. E eu estou viva!"
(Canaan)

"A Canaan ainda está viva. A existência dela é tão brilhante... brilhante demais para que os olhos possam enxergar diretamente."
(Oosawa Maria)



O acerto de contas final entre Canaan e Alphard é uma sequência inesquecível que começa no capítulo 12 e atravessa a maior parte do décimo-terceiro e último capítulo. É aqui que Canaan atinge o seu clímax como heroína e seus poderes sinestésicos vão além dos limites habituais. É também onde os diversos caminhos irão se separar. No fundo Canaan reconhece o que deve à pura amizade de Maria, ter aparado seu caráter de mercenária, tornando-se uma pessoa moderada. Mas Canaan sabe que se ficar perto de Maria atrairá sempre perigos contra a sua amiga. Ocupada na luta contra Alphard não pôde socorrer Maria e Yun Yun, mas a pequena e cômica chinesa conseguiu quebrar o vidro do compartimento onde ambas estavam presas com uma bomba-relógio prestes a explodir. Fazendo das tripas coração Yun Yun conseguiu levar Maria desacordada para longe do trem. E agora, mesmo tendo a bomba explodido Canaan sabe que Maria está viva, pois ainda sente a sua gentileza pelos seus estranhos sentidos.
A luta chegará ao desfecho sobre o trem, quando Canaan, tendo virado o jogo contra sua mortal inimiga, lança uma terrível apóstrofe sobre Alphard. Por que, depois de ter uma cor amarronada (a cor vista pela sinestesia de Canaan) agora
Alphard aparecia em cor branca? E Canaan explica: "É porque você já está morta". Realmente, após matar Siam, Alphard, cujo sorriso sardônico e cínico perpassa a série, parece ter passado a se detestar ou, como alguém já comentou, "não se perdoa por estar viva". No entanto, numa cena intensa e ao mesmo tempo bonita, tendo embora a vida de sua inimiga mortal em mãos, Canaan resolve não matá-la. O que ela jamais teria feito se não houvesse conhecido Maria.
O desfecho da mini-série é algo que não se esquece. Uma obra profunda e impressionante.