Freud Além da Alma

Além da Alma

O Filme “Além da Alma” que trata da vida de Sigmund Freud, o pai da psiquiatria, que nasceu em Freiberg na Morávia, seu pai era um mercador judeu e eles moravam nesta região que era antissemita. Ele mostrou que a partir das próprias neuroses e de seus sonhos há um caminho que o leva até a mente humana.

Ao autoanalisar-se criou a psiquiatria. Como médico tratou de pacientes com neuroses e aprendeu muito sobre a mente humana e o que ele chamou de inconsciente, descobriu em áreas reprimidas da mente o que havia sito banido do pensamento.

Incentivou a sexualidade das crianças, em períodos da vida que para a população em geral elas eram consideradas inocentes em relação a este tema. Adquiriu então a fama de libertino, foi acusado de produzir material pornográfico e por isso tido como uma pessoa suja e repugnante.

Freud teve uma infância e adolescência tribulada, um período muito difícil na vida familiar, passou pela perda de irmão aos dois anos, mudanças para um gueto, mas tinha uma grande sabedoria e dedicava-se intensamente aos estudos, aprendia com facilidade línguas estrangeiras, falava seis idiomas já aos doze anos. Tinha regalias na vida familiar devido a essa sua característica.

Desde criança mantinha um diário com os próprios sonhos, onde se destacava atos de heroísmo, quando soube que o pai fora afrontado por ser judeu e nada fez se decepcionou, dizia que não aceitaria jamais.

Aos 25 anos teve um namoro vitoriano durante quatro anos com Martha Bernays com a qual trocava cartas.

Em 1884 começou a testar uma nova droga, a qual hoje conhecemos por cocaína em relação a seus efeitos terapêuticos, ele ainda não sabia que era viciante. Para estuda-la usou em si mesmo e um colega chamado Ernest Von que era viciado em morfina e acabou no vicio da nova droga.

Pensava em ficar famoso aprendendo administrar esta droga, mas não teve sucesso pelos seus efeitos.

Largou a cocaína muitos anos depois, pois atrapalhava o andamento de seu maior vício: o trabalho.

No hospital tratava doentes com histerias, doenças nervosas e distúrbios excêntricos. Nesta época a doença mental praticamente não tinha tratamento, achavam que todas estavam ligadas ao sistema nervoso.

Em 1885 foi a Paris estudar com Jean Martim Charcot que utilizava da hipnose para tratar dos histéricos. Freud percebeu então que as doenças podem ser causadas por ideias, pois na hipnose sugere-se aos pacientes e estes criam em si sintomas físicos, tamanha é a força da mente.

Jean chamava de segunda mente, aquilo que Freud denominou inconsciente. Ele abriu um consultório próprio em Viena e passou a fazer a hipnose em Divãs, por ser mais fácil de entrar em transe na posição horizontal.

Mas com o tempo percebeu que não funcionava realmente, todas as tentativas tinham parcos resultados, usava de spas, eletroterapia, hidroterapias, imãs, nada tinha o resultado esperado por ele.

Conheceu então Breuer que tratava de Anna com um novo modo chamado: “Talking Cure” Por ser uma histérica grave que tinha até mesmo contrações, paralisias, deterioração da fala e dos olhos foi uma experiência muito enriquecedora. Percebeu-se que quando ela falava de seus problemas eles tendiam a desaparecer, esse tratamento pela palavra é hoje ainda a base da psicoterapia.

Freud passa a aplicar e explorar seus efeitos tendia a experiências traumáticas que envolvia sexo, e este parecia ser a raiz da neurose, acabou por generalizar por um tempo, mas depois acrescentou que poderia vir de uma reprimida do cunho sexual na infância.

Durante as terapias percebeu que as pacientes transferiam seus sentimentos amorosos paternais para ele, esta percepção tornou-se uma ferramenta essencial para a psicoterapia.

Com sua vida sexual em crise depois de longos anos de casamento passou a analisar as neuroses a partir da própria experiência, concluiu para si que abominava o controle de natalidade, principalmente a interrupção do coito e convenceu-se de que esta era a causa da neurose em homens. O homem tinha que ter relações livres e não limitadas, concluiu.

Em 1890 se estabeleceu no consultório que ficaria por 47 anos, até sair devido à guerra. Aos 40 anos ele perde o pai e resolve se autoanalisar, é um momento lendário da história da psiquiatria, pois jamais alguém tinha tido esta coragem ou até mesmo pensado nisto.

Teve que superar as próprias defesas e interpretar o próprio inconsciente e percebeu que a estrada real eram os sonhos. Usava então o método de falar o que viesse a mente, sem censura.

Freud tinha fobias por viagens, desmaiava na presença de amigos talentosos e era viciado em charutos. Dizia:

“Há dias que não compreendo nada sobre os sonhos e há outros que um lampejo me traz a coerência”

No primeiro ano ele sentiu-se pior, exploração o que chamava de “monte de estrume”, sentimentos indignos ou vergonhosos arrastados para o subconsciente, e cita as questões relacionadas a fantasias de incesto (do filho para com a mãe), de assassinatos (do filho para com os irmãos) e de ódio (do filho para com o pai).

Generalizou novamente: E se todas as crianças tivessem sentimentos de amor e ódio pelos pais? E se fizesse parte do próprio processo de desenvolvimento? A estas descobertas denominou “Complexo de Édipo”, tirou o nome de uma peça de teatro onde Édipo, Rei de Tebas sem saber, mata o pai e se casa com a própria mãe.

Concluiu que dirigimos o primeiro impulso sexual para nossa mãe e o primeiro ódio e desejo de morte para nosso pai.

Depois de quatro anos de análise, escreveu um registro de sua autoanálise, sua grande obra: “A Interpretação dos Sonhos”.

Com vasto material para colocar a Psicanálise como uma nova ciência passou a se esforçar em divulgar, com cuidado para que não a vissem como uma ciência judaica, devido ao forte ante - semitismo.

Nesta época conseguiu chamar a atenção de Jung, primeiro não judeu a dar atenção às suas ideias, abrindo novos caminhos para ele, chegou a ser chamado para uma conferência em uma Universidade, mas Jung acaba por divergir das ideias centrais de Freud e estes deixam de seguir caminhos juntos. Isto em 1914.

Com a guerra Freud conclui que além da libido há um instinto agressivo de morte, e observa isto nos fatos que ocorrem.

Constrói então a teoria de Eros e Tanatos, Eros um instinto construtivo e Tanatos um instinto agressivo e destrutivo, chegando à autodestruição.

Com a fama escolhia o que fazer profissionalmente, em uma de suas análises sociais tentou entender as mulheres, as chamava de “Continente Obscuro” A resposta às suas observações foram rechaçadas, tidas como insatisfatórias e ofensivas.

Uma de suas conclusões era de que os homens eram superiores por possuírem um pênis, e elas invejavam isto.

Seguem-se fatos da guerra, ele perde irmãs nos campos de refugiados, escreve um de seus livros: “O mal estar na civilização” onde narra a guerra psíquica entre cultura e barbarismo.

Após tantos traumas ele percebe que estes não dividem a mente, mas geram desconfortos, pois não tem saída por estarem no inconsciente.

Sérgio Ricardo de Carvalho
Enviado por Sérgio Ricardo de Carvalho em 18/06/2020
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