O poço
"O poço" é um filme que permite várias interpretações, uma vez que tem seu final em aberto e sem dar maiores explicações. Se relacionarmos o filme com os tempos de pandemia atuais, podemos perceber que a questão alimentar da prisão é exatamente igual ao que estamos vendo nos supermercados hoje: pessoas comprando mais do que o necessário, movidas pela ansiedade e pânico, sem se preocupar com outras famílias que também deveriam estar se beneficiando daquele material. No poço, há comida para todos os níveis. Porém a estupidez humana não deixa todos se alimentarem. O egoísmo mata. Cheio de metáforas, o filme traz diversos questionamentos. Seria o homem um ser que nasce bom, mas a sociedade o corrompe, assim como defendia Russeau? Ou um ser naturalmente mau, que só é bom quando lhe convém? E a resposta final do filme, seria uma amostra de que em meio a tanto egoismo, lei do "olho por olho, dente por dente" os detentos ainda foram capazes de manter viva uma criança, símbolo da esperança? "O poço" não é um filme para aqueles que gostam de respostas prontas. É um filme instigante, que apresenta várias possíveis interpretações sobre essa sociedade egoísta, desigual e por muitas vezes, cruel.