Filme Beleza oculta: para além do entendimento cético
"Beleza oculta" é um filme para além do entendimento. Como assim? Somos seres que buscamos respostas para tudo. Tudo queremos entender, palpitar, olhar com olhos céticos. E esse filme não é para esse tipo de interpretação seca. Ele tem um enredo que precisa ser sentido.
Amor, tempo e morte. Se pararmos para pensar, toda nossa trajetória mundana se resume a esses três elementos. Mas no corre corre da vida, não nos lembramos disso. E é exatamente isso que o filme nos mostra.
Após perder sua filha, Howard (Will Smith) se torna uma pessoa amarga e sem perspectiva de vida. Depois desse fato, resolve escrever cartas para o amor, tempo e morte, lamentando o ocorrido.
Ao ver o seu sofrimento e vida em declínio, seus colegas de serviço resolvem contratar atores para cada um desses elementos, com o objetivo que Howard pensasse estar tendo alucinações e buscasse se tratar.
E é aí que toda a magia do filme se apresenta. As histórias se cruzam, tanto do protagonista, quanto dos atores e colegas de serviço. Cada um apresenta um dilema, uma dor na vida. Todos carregando seus próprios fardos.
O filme aborda além de vários problemas, talvez o mais sofrido para os humanos: o luto. Nos faz pensar: como suportar as perdas? Seria a superação da morte uma criação individual de cada um? Como prosseguir a vida após esse dor que dilacera e também leva um pedaço de quem fica?
Muitos críticos de cinema julgaram o filme como fantasioso demais, como "morno" e fraco. Mas eu vos digo: é um filme forte, feito para pessoas fortes. Seu final é surpreendente e deixa para cada telespectador uma possibilidade de interpretação. Mas, apesar dessa diferença, só as pessoas fortes assimilam esse filme. Apenas aquelas que vêem uma beleza oculta nas dores da vida e buscam, dia após dia, supera-las.