SHRECK

Assisti ao fime Shreck I, II, muitas vezes, e, não obstante, já estou com vontade de assistí-lo novamente. É simplesmente fantástico! A primeira vez, minha filha - Maria Eduarda - quem decidiu a qual filme iríamos ver. Como sou sempre o último a decidir, então disse: tudo bem! Sem problemas.

Pois bem, ante tão comprometimento de meu gosto, não posso querer ser traído pelas palavras, quero antes, pactuar em dizer por meio do filme algumas, quiçá, inquientantes verdades, isso sob minha ótica.

O filme Shreck é bem antogônico com a realidade de nossas novelas. É incrível como a rede de televisão faz nascer sonhos tão vazios nas pessoas. Explico: algumas telenovelas inspiram grande parte da juventude para aquilo que não é exatamente o meio de ser feliz. Isso ao compararmos que, invariavelmente, lidam diretamente com o que há de mais mesquinho nos valores da pessoa humana. Quanto mais degradante mais audiência!

Em Shreck há a figura de um ser "Ogro" totalmente feio, gordo e além de tudo pobre, que vive no pántano. Mas traz em si, valores que estão a cada dia, mais distantes do ser humano, como a sinceridade, a força de vontade, o amor ao próximo, independentemente de sua condição física, social e econômica, etc; o que torna o filme mais envolvente é que o "Ogro" embora com tais características é feliz.

Quantas pessoas, ao se olharem no espelho, acham-se gordas, feias e o pior, não têm dinheiro para buscar recursos em cirurgia plástica. Isso faz com que se tornem cada vez mais infelizes. Será que já existe cirurgia plástica para o espirito?

Espirito criativo Shreck tem demais. Consegue buscar refúgio em seu grande amigo, um burro. É mole! Pessoas ficam sem ter amigos, com várias desculpas, tenho que me relacionar com pessoas do meu nível! Ora, envolver-me com quaisquer pessoas não é para mim, prefiro a solidão.

O que é inquietante em muitas pessoas é, via de regra, não conseguirem conviver com suas delimitações, seja financeira ou física, e com isso tornam-se escravas absolutas da falta, sempre falta algo. Shreck sempre soube conviver com suas delimitações, embora, nunca houve limites para o espirito de bondade e amor.

O filme vai mais longe, quando uma princesa aparece na vida desse ser feio, gordo e pobre, mas riquíssimo em espiritualidade e valores morais. Fiona, está é a princesa, que aos poucos, se encanta por esse personagem amigo de um burro.

Quantas pessoas não queriam morar num castelo. Mas Shreck não! Contentava-se com seu habitat, sua casa. Assim também vejo no campo literário, quantas pessoas gostam de desprezar os nossos escritores ante os estrangeiros? No campo do Direito é muito natural sempre se buscar na doutrina escritores estrangeiros, principalmente os Alemães. Ora, não é outra nossa realidade? Com tantas situações diferentes e, não obstante, com tantos e tantos escritores de altíssimo quilate em nosso país e, entretanto, o estrangeiro é melhor?

Shreck se envolve com a princesa Fiona, há uma harmonia de espirito e, aos olhos das pessoas que confundem o ter com o ser, total desproporcionalidade. Mas o verdadeiro amor sempre harmoniza as desigualdades.

Talvéz precisemos de mais amor para tornar menos desigual a triste e surreal situação do povo brasileiro.

Clovis RF
Enviado por Clovis RF em 04/10/2007
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