RETORNO DE SAILOR MOON episódio 13: a árvore se revela

RETORNO DE SAILOR MOON episódio 13: a árvore se revela
Miguel Carqueija

Encerrando o primeiro arco da segunda temporada de “Bishojo senshi Sailor Moon”, a verdade se revela no apartamento de Natsumi e Seijuno, já inteiramente tomado pela misteriosa “árvore da escuridão” e que se espalhou pelo prédio. Este episódio traz as explicações finais sobre a identidade dos dois alienígenas, a verdadeira natureza da árvore e quem e de fato o Cavaleiro do Luar. Este nada mais é do que a projeção da alma de Mamoru Chiba (Darien na dublagem brasileira), o Tuxedo Mask ou Endymion (identidades que não aparecem neste arco), já que o próprio Mamoru não havia ainda recordado o passado. Note-se que o Cavaleiro do Luar, com seu traje a sheik de Rodolfo Valentino, atira rosas brancas em vez das vermelhas do Tuxedo Mask.
Em todo o caso parece-me exagerado o poder atribuído ao casal de alienígenas, o que parece ter sido calculado apenas para permitir que somente a árvore fizesse diferença no fim, ao revelar ter voz e personalidade, não sendo apenas uma sugadora de energia para redistribuí-la a En e Ali (Natsumi e Seijuno). Apenas por entenderem no fim o sentido do amor, eles são poupados quando a árvore ataca com seus galhos. Coisas belas são ditas por Sailor Moon e suas amigas, mas a sensação de enredo forçado é muito grande. É preciso repisar que este arco foi inventado pela Toei no desenho animado mas inexiste no mangá de Naoko Takeushi, e só foi feito porque a mangaká não havia ainda apresentado a verdadeira segunda parte e a empresa queria continuar logo com a série. Então criaram este arco para tapar buraco enquanto esperavam que Naoko publicasse a segunda fase, a fase da Lua Negra.


Resenha do episódio 59 – “O segredo da árvore” (episódio 13 da segunda temporada, “Retorno de Sailor Moon”) – do seriado de tv “Bishoujo senshi Sailor Moon” ou “Pretty Guardian Sailor Moon” (A linda guardiã Sailor Moon) – Toei, Japão, 1993. Produção executiva: Iriyma Azuna. Produção e direção: Junichi Sato. Roteiro: Shigeru Yanagawa. Caracteres: Kazuko Tadano. Supervisão de Naoko Takeushi. Tema de abertura: Moonlight densetsu. Tema de encerramento: Otome no policy.

Usagi Tsukino (Serena, Sailor Moon).................Kae Araki
Tuxedo Kamen ou Tuxedo Mask (Darien, Mamoru Chiba)...........Toru Furuya
Luna....................................................................Keiko Han
Ami Mizuno (Sailor Mercúrio)..............................Aya Hisakawa
Makoto Kino (Sailor Júpiter)...................................Emi Shinohara
Artêmis..........................................Yasuhiro Takato
En (Natsumi Ginga).........................Yumi Toma
Ali (Seijuno Ginga)..........................Hikaru Midorikawa
Shingo Tsukino...............................Chyoko Kawashima
Haruna Sakurada............................Chiyoko Kawashima
Gurio Umino.....................................Keiichi Nanba
Naru Osaka......................................Shino Kanikuma
Hino Rei (Sailor Marte)......................................Michie Tomizawa
Minako Aino (Sailor Vênus)...........Rika Fukami


“Preciso de muita coragem para proteger o garoto que eu amo!”
(Sailor Moon)

“As plantas são a vida da Terra e a vida de todas as criaturas! A Natureza tem as suas próprias leis e nós não temos nenhum direito de interferir!”
(Sailor Moon)

“Lembra que eu sou a menina que daria a sua vida por você?”
(Sailor Moon)


A origem dos personagens que surgem neste arco é resumida assim: num planeta crescia a árvore dotada de inteligência e gerou em seus brotos seres humanoides (com cor esverdeada e aparência de elfos) mas estes com o tempo se tornaram egoístas e criaram guerras terríveis. O planeta foi destruído e alguns sobreviventes passaram a vagar pelo espaço. Ficaram En e Ali, um casal ainda contaminado pelo egoísmo que destruíra sua espécie, navegando pelo espaço numa espécie de meteorito, levando a árvore numa forma reduzida. Os dois procuraram alimentá-la com a energia dos humanos, mas ela não queria energia e sim amor. Daí, no fim, ela estava encolerizada e disposta a matar seus dois hóspedes. Sailor Moon consegue purificá-la com o poder de seu cetro e os dois vão embora da Terra numa bolha, levando a árvore em forma de muda para um novo porvir. Mas os pontos soltos da história são demasiados.
Por exemplo, em suas falsas identidades de humanos eles estudavam na mesma escola da Serena, e quem iria explicar o seu desaparecimento? Isso nem é cogitado. E a destruição do prédio provocada pelo súbito crescimento da árvore, onde estavam os demais moradores? Afinal, En e Ali só ocupavam um apartamento. No mundo real, até helicópteros da polícia teriam surgido. De fato são episódios infantis até a puerilidade, mas quando o seriado retorna (já no episódio seguinte) o roteiro de Naoko Takeushi, a trama melhora consideravelmente, pois chega a fase em que, diferente da primeira temporada baseada no passado longínquo, a situação se baseará no futuro distante, revelando-se o que o porvir trará para Sailor Moon.
O melhor que o arco de En e Ali trouxe foi sem dúvida a dica sobre os habitantes do planeta destruído, onde os poucos sobreviventes “passaram a vagar pelo espaço”, com certeza a ideia que fez surgir a animação de longa-metragem para o cinema, “A promessa da rosa” (já resenhada por mim) que é um dos melhores filmes de todos os tempos.

Rio de Janeiro, 6 de novembro de 2019.