Baleias no espaço
BALEIAS NO ESPAÇO
Miguel Carqueija
O sucesso do seriado “Jornada nas estrelas” (Star Trek) nos anos 60 reveste-se de características especiais, pois foi a pressão dos fãs, ao que consta, que obteve o regresso da franquia e sua posterior chegada às telas grandes.
“The voyage home”, de 1986, é o número 4 dos longa-metragens lançados a partir de 1979, ainda com os principais personagens televisivos como Kirk, Spock e Mc Cloy,além de um Chékov e um Scotty mais aproveitados que habitualmente. O que sabemos é que dramáticos acontecimentos ocorridos nos filmes anteriores colocaram uma equipe reduzida a sete (seis homens, contando Sulu, e uma mulher, Uhura) no planeta Vulcano e utilizando uma nave klingon capturada.
Estão mais velhos, é claro, isto se nota bem em Leonard Nimoy, o famoso Senhor Spock — da raça dos vulcanos e cujas orelhas pontudas fazem lembrar os elfos.
Resenha do filme “Star Trek IV: The voyage home” (Jornada nas estrelas IV: A volta para casa). Paramount Pictures, EUA, 1986. Produção: Harve Bennett. Direção: Leonard Nimoy. Produção executiva: Ralph Winter. Argumento: Leonard Nimoy e Harve Bennett. Consultor executivo e criador da franquia: Gene Roddemberry. Roteiro: Steve Meerson, Peter krikes, Harve Bennett e Nicholas Meyer. Fotografia: Don Petterman. Música: Leonard Rosenman.
Elenco:
Capitão Kirk..........................William Shatner
Spock....................................Leonard Nimoy
Dr. Mc Cloy............................De Forest Kelley
Scotty.....................................James Doohan
Sulu.........................................George Takei
Pavel Chekov..........................Walter Koenig
Uhura.....................................Nichelle Nichols
Amanda..................................Jane Wyatt
Sarek.......................................Mark Lenard
Federation Council President..Robert Ellenstein
Lt. Saavik................................Robin Curtis
Klingon Ambassador..............John Schuck
“É ilógico caçar uma espécie até levá-la à extinção.”
(Spock)
Há quem diga que de boas intenções o inferno está cheio. Pois na verdade “Star Trek IV” tem as melhores intenções do mundo — um libelo contra o extermínio das baleias — mas o enredo é tão mal costurado que não satisfaz, pois o argumento básico é de todo inaceitável.
Uma enorme sonda chega ao Sistema Solar emitindo uma mensagem em idioma desconhecido; ninguém consegue responder e ela chega à Terra ionizando a atmosfera e provocando um colapso de energia. Spock e Kirk (cujos intérpretes, Leonard Nimoy e William Shatner, eram da Greenpeace) descobrem que a mensagem era dirigida às baleias jubartes (!), já extintas no século 23. Então é preciso viajar no tempo, pegar algumas jubartes no século 20 e retornar ao futuro com elas, para que as próprias baleias respondam à sonda alienígena e esta vá embora sem destruir a vida no planeta (curiosamente todas as defesas da Terra foram incapazes de deter a sonda).
O notável criador de Star Treck, Gene Roddemberry, já se havia afastado da condução direta da franquia, aqui entregue a outro produtor, Harve Bennett. Gene aparece somente como consultor. Mas o fato é que o enredo é pueril e com cenas inverossímeis como o resgate de Chekov no hospital. E a facilidade como a Dra. Amanda resolve acompanhar Kirk dando adeus ao século 20 pois muito convenientemente, diz ela, “não tenho família”. E pelo que parece nem bicho de estimação, a não ser as suas jubartes. E ela vai com a roupa do corpo, sem se despedir de ninguém. Na vida real isto não seria tão fácil.
Mesmo assim salvam-se a mensagem ecológica, o capricho da produção e a presença dos personagens fixos, principalmente Spock (Chekov tem uma inusitada presença). E sim, mesmo a mais fraca produção “Star Trek” ainda é muito melhor do que a média do que o cinema exibe.
Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2019.
BALEIAS NO ESPAÇO
Miguel Carqueija
O sucesso do seriado “Jornada nas estrelas” (Star Trek) nos anos 60 reveste-se de características especiais, pois foi a pressão dos fãs, ao que consta, que obteve o regresso da franquia e sua posterior chegada às telas grandes.
“The voyage home”, de 1986, é o número 4 dos longa-metragens lançados a partir de 1979, ainda com os principais personagens televisivos como Kirk, Spock e Mc Cloy,além de um Chékov e um Scotty mais aproveitados que habitualmente. O que sabemos é que dramáticos acontecimentos ocorridos nos filmes anteriores colocaram uma equipe reduzida a sete (seis homens, contando Sulu, e uma mulher, Uhura) no planeta Vulcano e utilizando uma nave klingon capturada.
Estão mais velhos, é claro, isto se nota bem em Leonard Nimoy, o famoso Senhor Spock — da raça dos vulcanos e cujas orelhas pontudas fazem lembrar os elfos.
Resenha do filme “Star Trek IV: The voyage home” (Jornada nas estrelas IV: A volta para casa). Paramount Pictures, EUA, 1986. Produção: Harve Bennett. Direção: Leonard Nimoy. Produção executiva: Ralph Winter. Argumento: Leonard Nimoy e Harve Bennett. Consultor executivo e criador da franquia: Gene Roddemberry. Roteiro: Steve Meerson, Peter krikes, Harve Bennett e Nicholas Meyer. Fotografia: Don Petterman. Música: Leonard Rosenman.
Elenco:
Capitão Kirk..........................William Shatner
Spock....................................Leonard Nimoy
Dr. Mc Cloy............................De Forest Kelley
Scotty.....................................James Doohan
Sulu.........................................George Takei
Pavel Chekov..........................Walter Koenig
Uhura.....................................Nichelle Nichols
Amanda..................................Jane Wyatt
Sarek.......................................Mark Lenard
Federation Council President..Robert Ellenstein
Lt. Saavik................................Robin Curtis
Klingon Ambassador..............John Schuck
“É ilógico caçar uma espécie até levá-la à extinção.”
(Spock)
Há quem diga que de boas intenções o inferno está cheio. Pois na verdade “Star Trek IV” tem as melhores intenções do mundo — um libelo contra o extermínio das baleias — mas o enredo é tão mal costurado que não satisfaz, pois o argumento básico é de todo inaceitável.
Uma enorme sonda chega ao Sistema Solar emitindo uma mensagem em idioma desconhecido; ninguém consegue responder e ela chega à Terra ionizando a atmosfera e provocando um colapso de energia. Spock e Kirk (cujos intérpretes, Leonard Nimoy e William Shatner, eram da Greenpeace) descobrem que a mensagem era dirigida às baleias jubartes (!), já extintas no século 23. Então é preciso viajar no tempo, pegar algumas jubartes no século 20 e retornar ao futuro com elas, para que as próprias baleias respondam à sonda alienígena e esta vá embora sem destruir a vida no planeta (curiosamente todas as defesas da Terra foram incapazes de deter a sonda).
O notável criador de Star Treck, Gene Roddemberry, já se havia afastado da condução direta da franquia, aqui entregue a outro produtor, Harve Bennett. Gene aparece somente como consultor. Mas o fato é que o enredo é pueril e com cenas inverossímeis como o resgate de Chekov no hospital. E a facilidade como a Dra. Amanda resolve acompanhar Kirk dando adeus ao século 20 pois muito convenientemente, diz ela, “não tenho família”. E pelo que parece nem bicho de estimação, a não ser as suas jubartes. E ela vai com a roupa do corpo, sem se despedir de ninguém. Na vida real isto não seria tão fácil.
Mesmo assim salvam-se a mensagem ecológica, o capricho da produção e a presença dos personagens fixos, principalmente Spock (Chekov tem uma inusitada presença). E sim, mesmo a mais fraca produção “Star Trek” ainda é muito melhor do que a média do que o cinema exibe.
Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2019.