A SOCIEDADE DOS AMIGOS DO DIABO (SOCIETY 1989)
Primeiro filme do produtor Brian Yuzna na cadeira de diretor (depois ele dirigiria também trashs como A NOIVA DO RE-ANIMATOR, de 1990 e FAUST- PESADELO ETERNO, de 2000), A SOCIEDADE DOS AMIGOS DO DIABO não é uma produção que versa sobre conspirações satânicas, como o título brasileiro pode sugerir. O mal aqui é bem maior, mais sinistro; é um mal que não se limita apenas a fazer vítimas desavisadas, ele cresce e se enraíza na sociedade, se camufla na política e na cultura, e é formado por uma classe dominante cujo poder e dinheiro fizeram-na perder o senso de tudo que é considerado decente e humano.
A trama acompanha o jovem Bill Whitney (Billy warlock), que começa a desconfiar que sua família e as demais pessoas à sua volta não são exatamente o que parecem ser. Depois que seu amigo morre em circunstâncias misteriosas, Bill percebe que os habitantes e a polícia da cidade estão muito preocupados em ocultar o ocorrido. A partir daí ele passa a ser implacavelmente perseguido.
Muitos filmes apresentam finais inesperados, que deixam o público totalmente embasbacado, e fazem a história ganhar um novo sentido instantaneamente. O final de A SOCIEDADE DOS AMIGOS DO DIABO, no entanto, pode ser definido como o mais ousado e bizarro da história do cinema. Essa sequência é tão estranha que quatro minutos tiveram que ser cortados para que a película pudesse estrear nos circuitos. O filme tem todo um visual típico das comédias de adolescentes dos anos 80, mas essa impressão só fica mesmo na aparência. No decorrer da trama, o espectador vai se dando conta de que está diante de algo muito diferente do que os cenários, roupas e penteados mostram. Os efeitos especiais é a cereja do bolo, e vão entregando, num crescendo, imagens surpreendentemente bizarras que vão culminar na insana e lisérgica sequência final. Vale a pena conferir.