A mansão que não era do Morcego

A MANSÃO QUE NÃO ERA DO MORCEGO
Miguel Carqueija

Resenha do filme “A mansão do Morcego” (EUA, Allied Artistis/London Filmes, 1959). Título original: “The Bat” (O Morcego). Preto-e-branco, 80 minutos. Produção: C.J. Tevlin. Direção e roteiro: Crane Wilbur. História original de Mary Roberts Rinehart.
Elenco:
Dr. Malcolm Wells.....................Vincent Price
Cornelia Van Gorder..................Agnes Loorehead
Judy Hollander...........................Darla Hood
Dale Bailey.................................Elaine Edwards
Tenente Andy Anderson............Gavin Gordon
John Fleming..............................Harvey Stephens
Mark Fleming.............................John Bryant
Warner.......................................John Sutton
Lizzie Allen..................................Lenita Lane
Victor Bailey................................Mike Steele


Um bom exercício policial com toques de horror é este “The Bat” onde Vincent Price pontifica como o dúbio médico Dr. Malcolm Wells, cujo papel insinuante mexe com os espectadores. Os assassinatos e atentados — até com o uso de um morcego vivo — encurralam na imensa mansão por ela alugada a escritora de mistério Cornelia Van Gorder (Agnes Moorehead). Banqueiros, policiais e empregados da mansão revolvem-se nas pistas falsas e no mistério que envolve o frio e ardiloso assassino conhecido como “The Bat”.
Vincent Price sempre é uma garantia de interesse, levando-se em conta a máscara de fria ironia que acompanha suas interpretações. A história de uma escritora de romances policiais que se vê dentro de uma trama policial e como possível alvo é um clichê já visto em outras criações. Quanto ao resultado final, não é de todo surpreendente para quem conhece as sutilezas e reviravoltas da trama policial clássica, que é cerebral e não exploração da violência e do sensacionalismo.
A história original foi escrita por uma consagrada autora de mistério, Mary Roberts Rinehart, e já filmada duas vezes no cinema mudo.
Filme recomendável. Em tempo, está visto que o título em português é inadequado, pois a mansão não era do Morcego. O título original daria apenas “O Morcego”.

Rio de Janeiro, 16 de março de 2019.