O TALISMÃ ESCARLATE episódio final: todas por Yuuto
O TALISMÃ ESCARLATE episódio final: todas por Yuuto
Miguel Carqueija
“Omamori Himari” é uma típica série japonesa de harém – sem sustos, não o harém de sultões, e nem há sexo envolvido, mas a história em que um personagem masculino, em geral tímido, bondoso e inocente, vai aos poucos sendo rodeado de garotas (não necessariamente humanas) que, mesmo quando a princípio forem inimigas, depois darão até a vida por ele se necessário.
Yuuto Amakawa, herdeiro pacifista da tradição de família (ou teoricamente um matador de ayakashis, seres fantásticos do folclore japonês), termina a série rodeado por nove garotas, sendo duas humanas e as demais ayakashis de forma humana, além da garota-xícara Lizlet, cuja essência vital encontra-se numa xícara.
Neste desfecho, a batalha entre Himari, a gata-ayakashi que é o “talismã escarlate” de Yuuto do título, e a Raposa de Nove Caudas (outra figura comum no folclore nipônico, como o boto no brasileiro), forma real da ayakashi Tama, chega ao clímax da violência, até com exageros gráficos. Não conseguindo vencer a poderosa ayakashi-canibal por seu poder normal e precisando resguardar seu mestre Yuuto, Himari deixa afinal subir à tona sua natureza secreta selvagem e descontrolada, mudando de aparência e tornando-se uma fera incontrolável. E nesta batalha ao ar livre, assistida a distância pelo grupo de Yuuto (e Kuezu alertou-o que era perigoso interferir, por causa da própria Himari) a gata-samurai sai vencedora, surpreendendo o sórdido Shuten-Doiji, o ayakashi que, buscando vingança contra os humanos por coisas de século atrás, jogara a Raposa contra o grupo de Yuuto. Mesmo assim ele acha que poderá obter sua vingança através da própria Himari já que, em sua forma selvagem, ela já não reconhece os amigos...
Resenha do capítulo 12 — “A gata, o Yuuto e a donzela de coração puro” — da mini-série de animação “Omamori Himari” (O talismã escarlate). Adaptação do mangá de Milan Matra publicado entre 2006 e 2013 pela Kadokawa Shoten (Japão). Zexcs Estúdio, 2010. Produção: Seiichi Hachna. Direção: Shinji Ushiro. Roteiro: Katsumi Hasegawa. Música: Yukari Hashimoto.
Elenco de dublagem:
Himari Noihara...............Ami Koshimizu
Yuuto Amakawa...............Daisuke Hirakawa
Rinko Kuzaki...................Iori Nomizu
Taizo Masaki..................Tatsuhisa Suzuki
Shizuru...........................Kei Shindô
Kuezu Jinguji...................Yuki Matsuoka
Lizlet L. Chelsie...............Aski Ôgame
“Sinto muito, mestre.”
(Himari Noihara, quando deixa vir à tona sua natureza de fera)
“Se algo acontecer a mim, por favor, cuide do jovem mestre.”
(Himari Noihara para Rinko Kuzaki)
“Não subestime o coração de uma mulher!”
(Rinko Kuzako para Shuten-Doiji)
“Por que não voltamos à nossa vida normal?”
(Rinko Kuzaki)
Curiosamente a história (embora definitivamente não seja para crianças, apesar do traço suave do desenho; mas o traço é primoroso, suave não quer dizer pueril) é bem mais inofensiva do que parece à primeira vista. Com toda a violência do embate entre Himari e Tama, esta, derrotada na forma de raposa gigantesca, volta à forma de garota e, tornada inofensiva, acaba se juntando a Yuuki. Somente Shuten-Doiji, o principal vilão e realmente mau e vingativo, é morto por Himari no combate final.
Aliás este ponto sublima a força dos sentimentos amorosos, pois Yuuto, arriscando a vida, abraça Himari e consegue fazê-la voltar a si, logo antes do ataque de Shuten-Doiji. Ele também consegue afinal evocar o poder ancestral da família, o “Barco de Luz”, passando esse poder para Himari derrotar o vilão. Logo depois, porém, Yuuto mostra-se incapaz de chamar esse poder, dada a sua natureza pacífica; fôra necessária uma situação de perigo extremo. E assim Himari resolve continuar perto de Yuuto, como sua guardião, pois ele ainda precisa ser protegido.
Rinko Kuzaki, a garota normal e colega de colégio de Yuuto, consegue afinal trazê-lo de volta para casa, ela é a “donzela de coração puro” do título do episódio e manteve-se ao lado de Yuuto, a quem ama discretamente, ao longo de todos os perigos passados. Mas quando a diretora, uma professora e o colega Taizo aparecem para saber porque Yuuto estava ausente da escola, a série chega a um final puramente humorístico. Ao verem nove garotas na casa de Yuuto todos se espantam e Taizo, cheio de ciúmes, exclama: “O que todas essas garotas fazem aqui???”
É difícil imaginar o que Yuuto poderia responder, portanto a série acaba desse jeito, e nos créditos finais apenas se vêem algumas cenas sem palavras e posteriores. Qualquer solução afetiva para Yuuto fica inconclusa, ainda mais com tantas garotas gostando dele. Eu particularmente acho que quem mais merece é Rinko, que além de doce e inocente é extremamente leal e, mesmo sem ter poderes, não abandona Yuuto por nada desse mundo.
E o que não se explica mesmo, sendo mais difícil de engolir que a existência dos ayakashis, é quem vai bancar tanta gente na casa de Yuuto, pois tirando fora Lizlet, que tem uma casa de chá, ninguém ali trabalha; e tirando fora Rinko e o próprio Yuuto, ninguém ali estuda...
Rio de Janeiro, 2 de novembro de 2018.
(no fotograma da série: Himari Noihara, a samurai-gata (veja-se a orelha), que também é o "talismã escarlate" do título, defende Yuuto Amakawa; à esquerda a garota normal, Rinko Kuzaki; a aliança delas é muito bonita, pois esquecendo o mútuo ciúme elas se unem para proteger Yuuto)
O TALISMÃ ESCARLATE episódio final: todas por Yuuto
Miguel Carqueija
“Omamori Himari” é uma típica série japonesa de harém – sem sustos, não o harém de sultões, e nem há sexo envolvido, mas a história em que um personagem masculino, em geral tímido, bondoso e inocente, vai aos poucos sendo rodeado de garotas (não necessariamente humanas) que, mesmo quando a princípio forem inimigas, depois darão até a vida por ele se necessário.
Yuuto Amakawa, herdeiro pacifista da tradição de família (ou teoricamente um matador de ayakashis, seres fantásticos do folclore japonês), termina a série rodeado por nove garotas, sendo duas humanas e as demais ayakashis de forma humana, além da garota-xícara Lizlet, cuja essência vital encontra-se numa xícara.
Neste desfecho, a batalha entre Himari, a gata-ayakashi que é o “talismã escarlate” de Yuuto do título, e a Raposa de Nove Caudas (outra figura comum no folclore nipônico, como o boto no brasileiro), forma real da ayakashi Tama, chega ao clímax da violência, até com exageros gráficos. Não conseguindo vencer a poderosa ayakashi-canibal por seu poder normal e precisando resguardar seu mestre Yuuto, Himari deixa afinal subir à tona sua natureza secreta selvagem e descontrolada, mudando de aparência e tornando-se uma fera incontrolável. E nesta batalha ao ar livre, assistida a distância pelo grupo de Yuuto (e Kuezu alertou-o que era perigoso interferir, por causa da própria Himari) a gata-samurai sai vencedora, surpreendendo o sórdido Shuten-Doiji, o ayakashi que, buscando vingança contra os humanos por coisas de século atrás, jogara a Raposa contra o grupo de Yuuto. Mesmo assim ele acha que poderá obter sua vingança através da própria Himari já que, em sua forma selvagem, ela já não reconhece os amigos...
Resenha do capítulo 12 — “A gata, o Yuuto e a donzela de coração puro” — da mini-série de animação “Omamori Himari” (O talismã escarlate). Adaptação do mangá de Milan Matra publicado entre 2006 e 2013 pela Kadokawa Shoten (Japão). Zexcs Estúdio, 2010. Produção: Seiichi Hachna. Direção: Shinji Ushiro. Roteiro: Katsumi Hasegawa. Música: Yukari Hashimoto.
Elenco de dublagem:
Himari Noihara...............Ami Koshimizu
Yuuto Amakawa...............Daisuke Hirakawa
Rinko Kuzaki...................Iori Nomizu
Taizo Masaki..................Tatsuhisa Suzuki
Shizuru...........................Kei Shindô
Kuezu Jinguji...................Yuki Matsuoka
Lizlet L. Chelsie...............Aski Ôgame
“Sinto muito, mestre.”
(Himari Noihara, quando deixa vir à tona sua natureza de fera)
“Se algo acontecer a mim, por favor, cuide do jovem mestre.”
(Himari Noihara para Rinko Kuzaki)
“Não subestime o coração de uma mulher!”
(Rinko Kuzako para Shuten-Doiji)
“Por que não voltamos à nossa vida normal?”
(Rinko Kuzaki)
Curiosamente a história (embora definitivamente não seja para crianças, apesar do traço suave do desenho; mas o traço é primoroso, suave não quer dizer pueril) é bem mais inofensiva do que parece à primeira vista. Com toda a violência do embate entre Himari e Tama, esta, derrotada na forma de raposa gigantesca, volta à forma de garota e, tornada inofensiva, acaba se juntando a Yuuki. Somente Shuten-Doiji, o principal vilão e realmente mau e vingativo, é morto por Himari no combate final.
Aliás este ponto sublima a força dos sentimentos amorosos, pois Yuuto, arriscando a vida, abraça Himari e consegue fazê-la voltar a si, logo antes do ataque de Shuten-Doiji. Ele também consegue afinal evocar o poder ancestral da família, o “Barco de Luz”, passando esse poder para Himari derrotar o vilão. Logo depois, porém, Yuuto mostra-se incapaz de chamar esse poder, dada a sua natureza pacífica; fôra necessária uma situação de perigo extremo. E assim Himari resolve continuar perto de Yuuto, como sua guardião, pois ele ainda precisa ser protegido.
Rinko Kuzaki, a garota normal e colega de colégio de Yuuto, consegue afinal trazê-lo de volta para casa, ela é a “donzela de coração puro” do título do episódio e manteve-se ao lado de Yuuto, a quem ama discretamente, ao longo de todos os perigos passados. Mas quando a diretora, uma professora e o colega Taizo aparecem para saber porque Yuuto estava ausente da escola, a série chega a um final puramente humorístico. Ao verem nove garotas na casa de Yuuto todos se espantam e Taizo, cheio de ciúmes, exclama: “O que todas essas garotas fazem aqui???”
É difícil imaginar o que Yuuto poderia responder, portanto a série acaba desse jeito, e nos créditos finais apenas se vêem algumas cenas sem palavras e posteriores. Qualquer solução afetiva para Yuuto fica inconclusa, ainda mais com tantas garotas gostando dele. Eu particularmente acho que quem mais merece é Rinko, que além de doce e inocente é extremamente leal e, mesmo sem ter poderes, não abandona Yuuto por nada desse mundo.
E o que não se explica mesmo, sendo mais difícil de engolir que a existência dos ayakashis, é quem vai bancar tanta gente na casa de Yuuto, pois tirando fora Lizlet, que tem uma casa de chá, ninguém ali trabalha; e tirando fora Rinko e o próprio Yuuto, ninguém ali estuda...
Rio de Janeiro, 2 de novembro de 2018.
(no fotograma da série: Himari Noihara, a samurai-gata (veja-se a orelha), que também é o "talismã escarlate" do título, defende Yuuto Amakawa; à esquerda a garota normal, Rinko Kuzaki; a aliança delas é muito bonita, pois esquecendo o mútuo ciúme elas se unem para proteger Yuuto)