A ladra de livros

A LADRA DE LIVROS
Miguel Carqueija

Resenha do filme “The book tief” (título em português: “A menina que roubava livros”) – Sunswept Entertainment, EUA/Alemanha, 2013. Distribuição: 20th Century Fox. Produção: Ken Blancato e Karen Rosenfelt. Direção: Brian Percival. Roteiro de Michael Petroni, com base no livro de Markus Zusak. Música: John Williams. Narração: Roger Allam, como a “Morte”. Fotografia: Florian Ballhaus.
Elenco:
Sophie Nélisse......................Liesel Meminger
Geofrey Rush........................Hans Hubermann (pai adotivo)
Emily Watson........................Rosa Hubermann (mãe adotiva)
Nico Liersch...........................Rudy Steiner (o amigo de Liesel)
Ben Schnetzer.......................Max Vandenburg (o judeu clandestino)

Apesar de todo o lixo que vem inundando as telas nas últimas décadas ainda se fazem filmes nobres e dignos, e este é um deles.
Como “O menino do pijama listrado”, é um pungente drama de guerra mostrando o nazismo por dentro. O detalhe a um tempo curioso e surreal é a narração feita pela Morte. Fora isso, uma história passada num plano puramente realista. É triste desde o início, com a menina Liesel Meminger (Sophie Nélisse, em envolvente interpretação) sendo abandonada, junto com o irmão, pela mãe, uma comunista fugitiva naquela Alemanha nazista. Liesel viverá com pais adotivos, que esconderão em casa um judeu, com grave risco.
Liesel tem um grande amigo no jovem Rudy. O amor pelos livros ela adquire ao ler um deixado cair pelo coveiro que enterrara seu pequeno irmão, morto no início da película. Depois, por falta de opção, ela passa a “pegar emprestados”, clandestinamente, livro da biblioteca particular do prefeito.
É nesse minimalismo, sem grandes dramas externos (batalhas terríveis, por exemplo) que se passa essa moderna obra-prima, uma obra encantadora por mostrar a luta pela sobrevivência do lado humano das pessoas, em meio a uma sociedade desumana.

Rio de Janeiro, 16 de setembro de 2018.