GENE SHAFT episódio 6: encontro com o passado

GENE SHAFT episódio 6: encontro com o passado
Miguel Carqueija

Um curioso interlúdio acontece a bordo da Bilkis, quando a mesma depara com uma estranha e pequena astronave do passado, de dois séculos atrás. Três astronautas ali se encontram, perdidos de sua época. O comandante os trata quase como prisioneiros, ele embora do século XXI, eles são considerados quase como selvagens. Para Hiroto Amagawa, o comandante, os habitantes daquele tempo eram os responsáveis pela quase extinção da humanidade. O choque cultural é notável: na civilização do século XXIII não se cuida de crianças, elas são geradas em tubo de ensaio e criadas longe dos pais. Depois dos 45 anos as pessoas deixam de ser funcionais. A manipulação genética mantém uma proporção de 9 mulheres para cada homem; mesmo assim são homens os comandantes das naves. Mas os três astronautas do passado têm razões para descrer de que aquele esquema seja humano. Mika, porém, mostra-se grandemente interessada nos estranhos vindos de outra época.



Resenha do episódio 6 (Linha direta com o passado) do seriado “Gene Shaft”. Bandai Visual, Japão, 2001. Direção: Kazuki Akane.

Elenco de dublagem:
Mika Seido.......................Kumiko Hida
Sofia Galgalim..................Yuko Kaida
Amagawa Hiroto..............Takahira Sakurai
Tiki Musicanova...............Houko Kuwashima
Mir Lotus..........................Yumi Kazaku
Mario Musicanova...........Kenji Amada
Remmy Levistraus............Ryouka Yuzuki
Dolce Saito.......................Ayako Kawazumi
Lord Serguei.....................Shinji Kawada


“É uma boa garota. Não há nada de errado nela.”
(Rally)

“Nós sobrevivemos porque temos algo em que acreditar.”
(Rally)

“É possível acreditar em outra coisa além do DNA.”
(Rally)


O contato com o misterioso anel trouxe a nave do passado e depois levou-a de volta com seus tripulantes. Nisso tudo a mensagem é clara: Mika Seido, mesmo sendo de certa forma menosprezada na Bilkis, é a pessoa mais normal a bordo. Sophia e Tiki também demonstram curiosidade em relação a seus hóspedes, porém Mika é quem revela mais afinidade com os recém-chegados. Este atípico episódio na verdade aponta claramente uma mensagem em favor das coisas mais naturais. O personagem Rally simpatiza com Mika e chega a observar aos seus dois companheiros, que “não há nada de errado nela”. Mika, a garota do gene branco — ou seja, ela não foi gerada por manipulação genética, mas pela forma natural — que representa uma anomalia nesta sociedade futurista semelhante à de Huxley em “Admirável mundo novo”, mas que é, afinal de contas, a pessoa mais normal a bordo da Bilkis.
Cada vez mais se percebe porque Mika é centralizada na trama desde o início. Mesmo com seus defeitos e instabilidades de temperamento, ela representa a humanidade mais autêntica.

Rio de Janeiro, 9 de agosto de 2018.



(Mika Seido e Sophia Galgalim na figura)