Nova Iorque, eu te amo!
“New York, I love you” (2009) é um filme que retrata a relação de vários personagens completamente diversos entre si com a cidade que não dorme. Onze curta-metragens se articulam em torno de Nova Iorque, abordando as tragédias e farsas que se sucedem no dia-a-dia da cidade. As paixões humanas se agitam em cada uma das histórias numa espiral dramática impressionante: um batedor de carteiras que se apaixona à primeira vista pela amante de um homem que foi roubado por ele. Um indiano e uma judia que se, separados por abismos culturais, reconhecem um desejo mútuo. Um homem casado que conhece uma estranha. São os pequenos dramas do cotidiano que o filme traz à toda de maneira magistral.
Um pequeno mosaico da vida
Há toda uma gama de filmes que misturam várias estórias que, ao final, se encaixam como peças de azulejo num mosaico , basta lembrar aqui a célebre trilogia de Iñarritu (“Amores Brutos”, “21 Gramas” e “Babel”). O filme “New York, I love you”, ainda que seguindo a mesma linha, algo de original. Nele, o fio condutor não é mais o enredo, ou um personagem, mas sim o cenário: a cidade. A protagonista de fato é Nova Iorque, vista pelos olhos de diferentes realizadores, cada um contando histórias independentes cujo ponto de contato é sempre ela: bela, cosmopolita, desigual; cidade de esperanças e desesperos; comerciantes de diamante e batedores de carteira que assumem, cada um a seu modo, por instantes, um papel no grande palco iluminado que é mundo.
Os personagens passam, a cidade fica. E com seus esplendores e misérias dará lugar a outros atores: gênios ou canastrões, milionários ou pés-rapados. New York I love you nos mostra que todos, de alguma maneira, constroem o a cidade, espaço comum das batalhas cotidianas.