A casa que afundava
A CASA QUE AFUNDAVA
Miguel Carqueija
Resenha do filme “A colina escarlate” (Crimson peak) – Legendary Pictures, Estados Unidos, 2015. Direção: Guillermo Del Toro. Produção: Guillermo Del Toro, Cellin Greene, Jhn Jashnu e Thomas Tull. Roteiro: Guillermo Del Toro e Matthew Robbins. Distribuição: Universal Pictures. Música: Fernando Velázquez. Duração: 119 minutos.
Intenso drama de terror, prende a atenção do início até o fim, concentrando a narrativa em torno da jovem escritora Edith Cushing (nome talvez inspirado no astro britânico de terror, Peter Cushing) que no início do século XX mora com seu pai, Carter, até conhecer o inventor inglês Sir Thomas Sharpe (um baronete), que veio à América em busca de financiamento para sua máquina extratora de argila. Thomas vem acompanhado por sua fria irmã, Lucille. Ele se mostra galante e sedutor com Edith. Esta acaba desprezando a corte do jovem médico Dr. Alan. O pai de Edith, sabendo que Thomas é um vigarista, opõe-se à união mas morre em circunstâncias misteriosas e nada mais impede o casamento.
A parte realmente sinistra e sobrenatural da película começa com a chegada na “colina escarlate” em Cumberland, na Inglaterra, onde se localiza a macabra mansão Sharpe, arruinada, que aos poucos vai afundando na argila vermelha e gosmenta que infesta o lugar. Do salão da entrada avista-se o céu e uma estranha chuva de fragmentos desce permanentemente. Edith, muito bem interpretada por Mia Wasikowska, apresenta uma convincente máscara de jovem perplexa, assustada com as visagens que lhe aparecem e com as estranhezas da casa, e que aos poucos vai descobrindo a terrível verdade que se oculta dentro daquelas frias paredes. Como pano de fundo, adensando o clima gótico, surgem as reflexões de Edith:
“Talvez só percebamos as coisas quando chega a hora de vê-las.”
“Os fantasmas existem, disso tenho certeza. A primeira vez em que vi um, tinha dez anos. Foi o da minha mãe.”
“Há coisas que se prendem a um lugar, como prendem a nós. Alguns acorrentam-se a um pedaço de terra, a uma época, ao sangue derramado, a um crime terrível. Mas há outros... que se apegam a uma emoção. A um anelo. À perda, à vingança ou ao amor. Esses... nunca partem.”
Assim o drama vai ganhando consistência e convencendo afinal como um excelente filme de terror, culminando no terrível duelo final entre Edith Cushing e Lucille Sharpe. Esta, magnificamente interpretada por Jessica Chastain, compõe uma vilã de primeira, verdadeiramente sinistra.
Rio de Janeiro, 2 de abril de 2018.
ELENCO:
Mia Wasikowska......................Edith Cushing
Jessica Chastain.......................Lucille Sharpe
Tom Hiddleston.......................Sir Thomas Sharpe
Sofia Wells...............................Edith em criança
Charlie Hunnam.......................Dr. Alan McMichael
Jim Beaver...............................Carter Cushing
A CASA QUE AFUNDAVA
Miguel Carqueija
Resenha do filme “A colina escarlate” (Crimson peak) – Legendary Pictures, Estados Unidos, 2015. Direção: Guillermo Del Toro. Produção: Guillermo Del Toro, Cellin Greene, Jhn Jashnu e Thomas Tull. Roteiro: Guillermo Del Toro e Matthew Robbins. Distribuição: Universal Pictures. Música: Fernando Velázquez. Duração: 119 minutos.
Intenso drama de terror, prende a atenção do início até o fim, concentrando a narrativa em torno da jovem escritora Edith Cushing (nome talvez inspirado no astro britânico de terror, Peter Cushing) que no início do século XX mora com seu pai, Carter, até conhecer o inventor inglês Sir Thomas Sharpe (um baronete), que veio à América em busca de financiamento para sua máquina extratora de argila. Thomas vem acompanhado por sua fria irmã, Lucille. Ele se mostra galante e sedutor com Edith. Esta acaba desprezando a corte do jovem médico Dr. Alan. O pai de Edith, sabendo que Thomas é um vigarista, opõe-se à união mas morre em circunstâncias misteriosas e nada mais impede o casamento.
A parte realmente sinistra e sobrenatural da película começa com a chegada na “colina escarlate” em Cumberland, na Inglaterra, onde se localiza a macabra mansão Sharpe, arruinada, que aos poucos vai afundando na argila vermelha e gosmenta que infesta o lugar. Do salão da entrada avista-se o céu e uma estranha chuva de fragmentos desce permanentemente. Edith, muito bem interpretada por Mia Wasikowska, apresenta uma convincente máscara de jovem perplexa, assustada com as visagens que lhe aparecem e com as estranhezas da casa, e que aos poucos vai descobrindo a terrível verdade que se oculta dentro daquelas frias paredes. Como pano de fundo, adensando o clima gótico, surgem as reflexões de Edith:
“Talvez só percebamos as coisas quando chega a hora de vê-las.”
“Os fantasmas existem, disso tenho certeza. A primeira vez em que vi um, tinha dez anos. Foi o da minha mãe.”
“Há coisas que se prendem a um lugar, como prendem a nós. Alguns acorrentam-se a um pedaço de terra, a uma época, ao sangue derramado, a um crime terrível. Mas há outros... que se apegam a uma emoção. A um anelo. À perda, à vingança ou ao amor. Esses... nunca partem.”
Assim o drama vai ganhando consistência e convencendo afinal como um excelente filme de terror, culminando no terrível duelo final entre Edith Cushing e Lucille Sharpe. Esta, magnificamente interpretada por Jessica Chastain, compõe uma vilã de primeira, verdadeiramente sinistra.
Rio de Janeiro, 2 de abril de 2018.
ELENCO:
Mia Wasikowska......................Edith Cushing
Jessica Chastain.......................Lucille Sharpe
Tom Hiddleston.......................Sir Thomas Sharpe
Sofia Wells...............................Edith em criança
Charlie Hunnam.......................Dr. Alan McMichael
Jim Beaver...............................Carter Cushing