Faroeste: releitura da ideologia - xenofobia, patriarcalismo e darwinismo compulsivamente individualista e perverso

"Eu sou a vide, vocês são os ramos! Aquele que permanecer em mim, e eu nele, esse dá muitos frutos; porque vocês sem mim nada podem fazer!

Se alguém não permanecer em mim, será jogado fora como o ramo que não dá fruto, e secará.

E o recolherão, e o lançarão ao fogo para que arda em chamas. Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que quiserem e ser-lhes-á dado.

Nisto será glorificado meu Pai: em que vocês deem muito fruto e se comportem como discípulos meus!” Jo (15, 1-8)

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Tango com Antonio Banderas no filme Vem Dançar

https://www.youtube.com/watch?v=Zq1DoB0z11k

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DANÇA COMIGO?

https://www.youtube.com/watch?v=XvjF1o58xRo

Mesmo tendo uma ótima carreira e uma família adorável, o advogado John Clark sente falta de algo em sua vida porque vive uma rotina que o sufoca. Uma noite, voltando do trabalho, ele percebe uma mulher atraente em um estúdio de dança e decide se matricular na classe. Enquanto Clark encontra um novo … MAIS

Data de lançamento: 15 de outubro de 2004 (EUA)

Direção: Peter Chelsom

Figurino: Sophie Carbonell

Música composta por: Gabriel Yared, John Altman

Roteiro: Masayuki Suo, Audrey Wells

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Há o gênero Faroeste que marcou muita gente na infância.

Os motivos são diversos, contudo, há de se prestar a atenção de que a xenofobia é um dos temas marcados nesse gênero. O forasteiro incomoda e é perseguido. A ambiguidade de sua figura representa o recheio de possibilidades negativas e positivas. Ele pode ser o criativo e o que promove a paz ou expulsa os bandidos de um vilarejo.

O índio americano é visto sempre como empecilho ao avanço e progresso. Ele é exterminado sem compaixão. É um exemplo clássico de xenofobia.

Touro sentado é um filme em que o índio é ridicularizado em apresentações de circo e manipulação de desdém o tempo todo em nome do etnocentrismo e superioridade do homem branco e sua cultura. O aspecto mitológico das narrativas eivam a história de ódio e disputa pelo território oprimindo o índio - avançando a fronteira dos brancos - a ideologia da carnificina e do endeusamento do outro e terras.

J B PEREIRA

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OUTRAS PESQUISAS

"O sioux hunkpapa Touro Sentado e William Cody, mais conhecido como Buffalo Bill, reconhecidos personagens do popularmente chamado "Velho Oeste" dos Estados Unidos.

"Velho oeste, Oeste selvagem ou faroeste (em inglês: old west, wild west ou far west), são os termos com que se denomina popularmente o período e episódios históricos que tiveram lugar no século XIX (principalmente entre os anos de 1860 a 1890) durante a expansão da fronteira dos Estados Unidos para a costa do Oceano Pacífico. Embora a colonização do território tenha começado no século XVI com a chegada dos europeus, o objetivo de alcançar a costa oeste deveu-se principalmente à iniciativa governamental do presidente Thomas Jefferson, depois da Compra da Luisiana em 1803. A expansão da fronteira foi considerada como uma oportunidade de riqueza e progresso."

"Os estudos atuais consideram que por trás desta mistificação esconde-se uma realidade complexa e que há a tendência de reconsiderar o papel de todos os atores que participaram naquela conjuntura social, econômica e cultural que foi a fronteira dos EUA no século XIX. A fronteira é aquele lugar onde a civilização pode avançar à custa do selvagem. É uma delgada linha geográfica onde o velho e o novo, o conhecido e o desconhecido se encontram e se colocam limites.[1]"

Referências

1. Compton´s Interactive Encyclopedia (1996), Frontier.

2. Hakim, Joy (1999), A history of Us, book 5, pp. 14-15.

3. Berkin, Carol, et. al., (2006), Making America, p. 373.

4. Berkin, Carol, et. al., op. cit., p. 593.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Velho_Oeste

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J B PEREIRA

Sabe-se que mesmo cristianizados e separados em missões, foram mortos em massa e cruelmente aniquilados.

O que se vê é idealização maniqueísta e o heroísmo exagerado ao lado de uma ambição patriarcalista rude e violentamente propagada.

"A justiça é feita com as próprias mãos" que se justifica em uma ideologia nada cristã, nada ética e propaga o individualismo, a pena de morte, a tortura, o trabalho escravo, a violação de direitos, perseguição e ambição de propriedade e gado, ouro e poder, reducionismo do papel da mulher.

Ambição dos pecados capitais e a vingança atiram pedras na Bíblia e nos Evangelhos. Há casos que merecem estudos à parte pela narrativa densa e tensa.

Talvez, servir-se dos próprios filmes para mostrar o que está por trás das narrativas é uma crítica interessante e urgente. Em tudo, pode-se aprender a mirar algum valor e deixar de lado um mau exemplo.

O risco do maniqueísmo e auto-heroísmo e vitimação ou comiseração são objetos de "catarse" (termo do teatro grego: purificação - inconsciente - passional a partir da identificação de um telespectador com algum ator ou alguma atriz) que nos pega a cada película, além da trilha sonora a fisgar emocional e hipnoticamente. O cenário nem sempre convidativo, para não dizer inóspito, engendra a briga pelo ouro, destruição do outro, emboscada, perseguição cruel ao índio e aos estrangeiros, pena de morte sem provas, autoridades corruptas.

O envólucro romantesco ou épico envolve o caso de amor de figuras famosas e mulheres ou homens lindos, em paisagens opressoras e casos horripilantes de ódio e banalização ou não de valores e sentimentos em nome de Deus, da Pátria e da recompensa.

Os cenários do caminho do outro, minas e fugas ou rotas de enriquecimento e extermínio de índios, seja Texas e Arizona, seja Alabama, Alasca, Arizona, Arkansas, Califórnia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Colorado, Connecticut, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Delaware e outros vislumbram Montes Apalaches, Montanhas em Virginia, chapadas, kions, Cordilheiras dos Estados Unidos por estado (https://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Cordilheiras_dos_Estados_Unidos_por_estado), desertos, ventos de poeira, cavalos a serem sacrificados a cada momento, duelos a sangue quente e de repente o outro cai morto, quando não os dois, duelos a sangue frio (sem dó, vingança), luta pelo território selvagem...

O ouro corrompe as relações e não há amizade que perdure depois do brilho desse metal.

A lei de Hobbes permanece em seu lastro mais abjeto e perverso quando justifica o ódio e a pena de morte, a tortura, a xenofobia e a invasão de terras e minas, roubo de bancos, emulação de cowboy, a matanção ou assassinato de índios e mulheres como um espectáculo a justificar o teatro da morte e da lei do mais forte. darwanismo mais opaco e desumano.

A civilização está sempre inquieta pela barbárie!

A quietude é a antecipação fúnebre dos atentados aos povos e às pessoas.

O retrocessos de vingança e apogeu de luxo e luxúria.

Nesses paradoxos do faroeste, a conquista a todo custo de tudo contra tudo e todos, o artigo No velho Oeste, de Olavo de Carvalho, escrito no

Jornal do Brasil, em 20 de março de 2008, aparece em latim: "Sapientiam autem non vincit malitia." (= A malícia não vence a sabedoria! ) em: http://www.olavodecarvalho.org/no-velho-oeste/

Tradução em: http://www.cucumis.org/traducao_42_t/ver-traducao_v_253421.html

O autor faz uma interessante crítica conjunta de opostos entre si - que se tornam contraditórios e sem fundamentação, quando não examinados com ponderação e cuidado.

"Como, no entanto, não são capazes de rastrear as fontes de suas próprias opiniões – e nem têm a menor suspeita de que fazer isso é necessário –, acreditam piamente que são inteligências independentes discutindo com o porta-voz de uma crença ou ideologia pronta – aquela que mais detestam. Por outro lado, também não se lêem uns aos outros e por isto não percebem o quanto é cômico, desde o meu posto de observação, ver-me classificado ora como católico devoto, ora como protestante, como herético gnóstico, como nazifascista, como esotérico sufi, como neoliberal, como sionista, como esquerdista enrustido, como neoconservative etc. etc. Para cúmulo de asneira, uma vez escolhida a chave classificatória na qual julgam poder me enquadrar, passam a deduzir dela a explicação integral das minhas idéias expressas e inexpressas, incluindo, naturalmente, algumas secretas, outras que jamais tive nem poderia ter e umas quantas cujo sentido me escapa por completo. Feito isso, pavoneiam-se de haver – cada um deles pioneirissimamente, é claro – decifrado o enigma Olavo de Carvalho."

Além de que fica claro acima que a opinião é liberdade, mas ferir o outro nada justifica com palavras prontas de um dogmatismo para defender outras ideologias.

Com isso, o velho faroeste é a metáfora de quem se sente encurralado por adversários mesquinhos ou oportunistas. Mas, tenhamos cuidado e coloquemos antes de tudo uma indagação em nossas premissas, deixando aos outros a opção de escolher ou não ao nosso ponto de vista.

O faroeste nos atrai, por quê?

Ele trás indícios da luta pela sobrevivência e mudanças da humanidade ao longo do tempo e não só nos USA. Trata-se de uma saga da civilização, narrativas a serem criticadas e vistas à luz da ética e do evangelho. Muita gente morreu, inocentemente. Outras, buscaram seu eclipsamento. O gênero às vezes ressurge em outros subgêneros e o anti-herói flui magneticamente e os da lei se corrompem, deixando a escolha de um ou algum não se corromper. "Eis a questão: ser ou não ser!"

FONTE:

http://www.olavodecarvalho.org/no-velho-oeste/

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CRÍTICA

Por Ana Lucia Santana

A expressão faroeste nasce da união dos termos ingleses ‘far’, que tem o sentido de ‘distante’, e ‘west’, que indica ‘oeste’, ou ocidente, em algumas interpretações o limite entre a civilização e a área mais remota, não urbana, no contexto da colonização do território norte-americano; em outra análise, uma forma de contrapor o Ocidente esclarecido ao Oriente.

O faroeste, também conhecido como cinema western ou filme de cowboy foi, dos anos 40 à década de 70, mais um instrumento de doutrinação ideológica dos EUA, no período histórico da Guerra Fria, travada entre o bloco capitalista, representado pelos norte-americanos, e a esfera comunista, liderada pela antiga União Soviética.

No Brasil e em Portugal este estilo popularizou-se como ‘faroeste’, um aportuguesamento da expressão inglesa ‘far west’, que também tem sua versão jovial no termo ‘bang-bang’.

A primeira grande obra cinematográfica a ser caracterizada como ‘western’ foi O Grande Roubo do Trem, uma película de dez minutos veiculada em 1903.

A era de ouro do faroeste americano foi liderada por dois mestres do cinema, John Ford, para muitas pessoas o maior de todos, responsável por sucessos como No Tempo das Diligências, Paixão dos Fortes e o clássico Rastros de Ódio, protagonizado por um dos melhores atores do gênero, John Wayne; e Howard Hawks, diretor de Rio Lobo, El Dorado, entre outros.

Atualmente este estilo cinematográfico encontra-se desgastado pelo tempo. Mesmo assim, a nossa época presenciou o sucesso de produções como Dança dos Lobos, de Kevin Costner, lançada em 1990 e premiada com o Oscar de melhor filme; e Os Imperdoáveis, de 1992, filme dirigido e protagonizado por Clint Eastwood.

Não há mais a clássica contraposição entre o herói e o vilão, tão frequente nos seus antecessores, mas sim um anti-herói, ou seja, um personagem pago para lutar, interessado apenas na recompensa prometida, enquanto os encarregados de cumprir a justiça, os antigos xerifes, são agora pervertidos pelo veneno da corrupção.

Fontes

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema_western

http://www.jorwiki.usp.br/gdnot08/index.php/O_nem_t%C3%A3o_distante_faroeste

Arquivado em: Cinema

https://www.infoescola.com/cinema/faroeste/

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Top 50

Faroeste - Nota - Votos

1.Era Uma Vez no Oeste (1968)9.0732

2.Três Homens em Conflito (1966)9.0796

3.Os Imperdoáveis (1992)8.7791

4.A General (1926)8.6239 5.O Homem Que Matou o Facínora (1962)8.6335

6.O Tesouro de Sierra Madre (1948)8.5239

7.Vento e Areia (1928)8.538

8.Sete Homens Sem Destino (1956)8.436

9.Galante e Sanguinário (1957)8.430

10.Consciências Mortas (1943)8.492

11.O Portal do Paraíso (1980)8.469

12.Quando Explode a Vingança (1971)8.4210

13.Matar ou Morrer (1952)8.4320

14.Pat Garrett & Billy The Kid (1973)8.4185

15.Onde Começa o Inferno (1959)8.4306

16.Renegando Meu Sangue (1957)8.449

17.Audazes e Malditos (1960)8.326

18.No Tempo das Diligências (1939)8.3229 19.A Paixão dos Fortes (1946)8.3111

20.Golpe de Misericórdia (1949)8.317

21.A Volta do Pistoleiro (1978)8.319 22.Rastros de Ódio (1956)8.3408 23.Por Uns Dólares a Mais (1965)8.3384

24.Keoma (1976)8.262 25.O Testamento de Deus (1950)8.226

26.O Dia da Desforra (1966)8.236

27.Butch Cassidy (1969)8.2386

28.Winchester '73 (1950)8.2134

29.El Dorado (1966)8.2100

30.Paixão de Bravo (1952)8.226

31.Meu Ódio Será Sua Herança (1969)8.2250

32.Reinado de Terror (1958)8.227

33.Choque de Ódios (1955)8.220

34.Homens Indomáveis (1954)8.223 35.O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969)8.2113

36.Quadrilha Maldita (1959)8.118 37.Django Livre (2012)8.11122 38.Paixão Selvagem (1946)8.136

39.O Homem dos Olhos Frios (1957)8.161

40.Região do Ódio (1954)8.131

41.O Homem do Oeste (1958)8.1127

42.Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia (1974)8.1180

43.Rio Vermelho (1948)8.1128

44.Johnny Guitar (1954)8.1133

45.Dead Man (1995)8.0145

46.O Resgate de um Bandoleiro (1957)8.023

47.A Morte Não Manda Recado (1970)8.027

48.Os Brutos Também Amam (1953)8.0192

49.Disparo para Matar (1968)8.064

50.Cavalgada Trágica (1960)8.024

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Western (gênero)

Batalha de Little Bighorn

Big Nose George

Buffalo Bill

Cavalo Louco

General Custer

Genocídio dos indígenas dos Estados Unidos

George Crook

Jane Calamidade

Pony Express

Touro Sentado

Thomas Jefferson

Wild Bill Hickok

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J B Pereira e https://www.infoescola.com/cinema/faroeste/
Enviado por J B Pereira em 29/04/2018
Reeditado em 07/05/2018
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