A LIVRARIA
"Os ratos amam mais os livros do que os sábios"
Frase do livro "o Nome da Rosa",Umberto Eco
DEDICADO A AUGUSTO OLIVEIRA ,GRANDE LIVREIRO ,DONO DA LIVRARIA DO AEROPORTO,FECHADA ,CONTRA A SUA VONTADE ,POR UM GRUPO DESSES RATOS MODERNOS.
Ontem fui agraciada ao assistir o filme "A Livraria", escrito e dirigido pela cineasta espanhola Isabel Coitxet que estava sendo exibido no Paseo Itaigara,cujas salas de cinema só exibem imperdíveis filmes de arte .
O filme me tocou profundamente ,talvez por meu amor aos livros e a minha decepção com o fechamento de grandes livrarias nesse país,onde a Cultura escorre pelo ralo a cada dia.
A protagonista,Florence Green (Emily Mortimer) é uma viúva de guerra que pretende abrir uma livraria numa pequena cidade inglesa onde nunca existiu nenhuma e só um único personagem lê.Otimista e alegre Florence ,pensa como eu , que ninguém está sozinho se tem livros na casa e compara o livro - ele mesmo - a uma casa,com telhados e paredes aonde se abrigam nossas emoções mais profundas.
Então,fiel a seus propósitos ela transforma sua própria residência ,a Old House,numa livraria que ,de inicio ,despertou a curiosidade dos poucos moradores e começou a dar lucros.
Ela chega a contratar uma menina,a Christine,madura,verdadeira e desbocada e cínica,confessando que não gosta de ler e só está ali pelas 12 libras e seis pences do salário prometido.Aos poucos a menina vai construindo seu amor pelos livros e sua admiração pela corajosa proprietária.
Os problemas começam quando uma maligna dama local , Violet,sem nenhuma importância fora do clã,mas,muito bem relacionada resolve tombar e transformar a Old House num Centro Cultural .É aqui que os ratos vestidos com roupas finas e cheirando a champanhe entram na história.E aqui aparecem os novos costumes ,seguindo o rumo da cultura contemporânea vazia e frívola, servindo ,apenas,como verniz cultural para parecer bem na sociedade e não perder seu status de primeira dama,esposa de um general e com firmes laços na corte inglesa.
Os ratos apreciam os livros como alimento para o corpo;esses ratos consomem arte e cultura sob o disfarce de convivência social e preponderância das classes ditas superiores sobre o proletariado semi -analfabeto e aculturado.- "O que seria das elites se o povão fosse educado?" me disse um posudo e conceituado médico local,uma espécie de Violet tupiniquim.
Não por acaso quem se aproxima da Florence é o casmurro local ,Mr.Brundish, (Bill Nighty) o único leitor da cidade,alvo de fofocas e críticas de todos e detentor de grande antipatia recíproca pela Violet e sua família.
Não contarei o final surpreendente.
A Livraria é um presente para quem ama a leitura.A diretora dedicou os inúmeros prêmios Goya que o filme recebeu " a todos aqueles que abrem livrarias,que amam livros ,os compram e os lê.
"Os ratos amam mais os livros do que os sábios"
Frase do livro "o Nome da Rosa",Umberto Eco
DEDICADO A AUGUSTO OLIVEIRA ,GRANDE LIVREIRO ,DONO DA LIVRARIA DO AEROPORTO,FECHADA ,CONTRA A SUA VONTADE ,POR UM GRUPO DESSES RATOS MODERNOS.
Ontem fui agraciada ao assistir o filme "A Livraria", escrito e dirigido pela cineasta espanhola Isabel Coitxet que estava sendo exibido no Paseo Itaigara,cujas salas de cinema só exibem imperdíveis filmes de arte .
O filme me tocou profundamente ,talvez por meu amor aos livros e a minha decepção com o fechamento de grandes livrarias nesse país,onde a Cultura escorre pelo ralo a cada dia.
A protagonista,Florence Green (Emily Mortimer) é uma viúva de guerra que pretende abrir uma livraria numa pequena cidade inglesa onde nunca existiu nenhuma e só um único personagem lê.Otimista e alegre Florence ,pensa como eu , que ninguém está sozinho se tem livros na casa e compara o livro - ele mesmo - a uma casa,com telhados e paredes aonde se abrigam nossas emoções mais profundas.
Então,fiel a seus propósitos ela transforma sua própria residência ,a Old House,numa livraria que ,de inicio ,despertou a curiosidade dos poucos moradores e começou a dar lucros.
Ela chega a contratar uma menina,a Christine,madura,verdadeira e desbocada e cínica,confessando que não gosta de ler e só está ali pelas 12 libras e seis pences do salário prometido.Aos poucos a menina vai construindo seu amor pelos livros e sua admiração pela corajosa proprietária.
Os problemas começam quando uma maligna dama local , Violet,sem nenhuma importância fora do clã,mas,muito bem relacionada resolve tombar e transformar a Old House num Centro Cultural .É aqui que os ratos vestidos com roupas finas e cheirando a champanhe entram na história.E aqui aparecem os novos costumes ,seguindo o rumo da cultura contemporânea vazia e frívola, servindo ,apenas,como verniz cultural para parecer bem na sociedade e não perder seu status de primeira dama,esposa de um general e com firmes laços na corte inglesa.
Os ratos apreciam os livros como alimento para o corpo;esses ratos consomem arte e cultura sob o disfarce de convivência social e preponderância das classes ditas superiores sobre o proletariado semi -analfabeto e aculturado.- "O que seria das elites se o povão fosse educado?" me disse um posudo e conceituado médico local,uma espécie de Violet tupiniquim.
Não por acaso quem se aproxima da Florence é o casmurro local ,Mr.Brundish, (Bill Nighty) o único leitor da cidade,alvo de fofocas e críticas de todos e detentor de grande antipatia recíproca pela Violet e sua família.
Não contarei o final surpreendente.
A Livraria é um presente para quem ama a leitura.A diretora dedicou os inúmeros prêmios Goya que o filme recebeu " a todos aqueles que abrem livrarias,que amam livros ,os compram e os lê.