O pequeno índio que queria ser guerreiro

O PEQUENO ÍNDIO QUE QUERIA SER GUERREIRO
Miguel Carqueija


Resenha do desenho animado de curta-metragem “Little Hiawhata” (O pequeno Hiawhata). Walt Disney Productions, Estados Unidos, 1937. Produção: Walt Disney. Direção: David Hand. Música: Albert Hay Malotte. Série Silly Symphony. Distribuição da United Artists. Em cores, 8 minutos.

Hiawhata é um chefe iroquês do século XVI, conforme conta a história norte-americana. Sobre ele existe um poema famoso de Longfellow, “A canção de Hiawhata”. Walt Disney fez desse personagem um menino (coisa que obviamente ele foi também na vida real) que navega sozinho em sua canoa pelos rios de sua terra, sonhando em se tornar um grande caçador. Para seu embaraço, porém, as suas calças frequentemente arreiam espontaneamente, por largas demais. Ele se endireita e prossegue.
As suas tentativas de caçada são desastradas: nem um gafanhoro ele consegue apanhar. Mas quando quase por acaso o indiozinho logra cercar um filhote de coelho, diante do medo que o bichinho sente simplesmente não tem coragem de disparar a flecha, deixando o filhote ir embora. Assim ele obtém a gratidão dos animaizinhos da floresta: esquilos, coelhos, castores, racuns etc. Quando é perseguido por uma ursa, eles o ajudam a fugir.
Esta animação foi uma das que Walt Disney produziu e que foram distribuídas pela United Artists de Charles Chaplin, seu grande amigo. Uma curiosidade é que Walt Disney, mostrando esta singela obra num dos episódios da Disneylândia (saudosa série de tv dos anos 50/60) referiu-se ao projeto de filmar um dia Hiawhata em longa-metragem. Este sonho de Disney até hoje não se realizou.
O indiozinho, porém, foi perpetuado nas histórias em quadrinhos, com seu pai, um chefe de tribo (geralmente sem nome identificado) e sua irmã Pão de Mel — personagens criadas nas HQ’s, inexistentes no desenho.

Rio de Janeiro, 27 de abril de 2018.