"O patinho feio" de Walt Disney
O PATINHO FEIO DE WALT DISNEY
Miguel Carqueija
Realizado em 1939 pelo grande Walt Disney, “The ugly duckling” foi a última das “Silly symphonies” (Sinfonias tolas), uma série de desenhos musicados curtos iniciada em 1929 com “Skeleton dance”. Uma vez, num dos programas “Disneylândia” que ele apresentava, Walt comentou que o estúdio recebia perguntas sobre as “Silly symphonies”, porque já não as produziam. Respondeu Walt que elas se desenvolveram, pois foram na verdade um treino para os desenhos longos. De fato elas representavam também uma forma de homenagear a música, inclusive dos grandes mestres. Depois da primeira longa-metragem, “Branca de Neve e os sete anões” (1937) Disney tratou de preparar várias outras. Encerrou as “Silly Symphonies” em 1939 e já em 1940 lançava “Fantasy”, uma apoteótica homenagem á música clássica.
“O patinho feio”, que teve direção de Jack Cutting, música de Albert Hay Malotte e produção de Walt Disney, baseia-se em conhecido conto de Hans Christian Andersen, fabulista dinamarquês do século XIX. Eu li essa história quando criança, lembro de como era triste. No conto original o protagonista só encontra seu lugar no mundo na idade adulta, mas Walt Disney optou por reduzir radicalmente tal sofrimento. Como sabemos, e posso contar à vontade porque todo mundo conhece a história, de alguma forma um ovo de cisne apareceu no ninho da pata. Ao chocar, o filhote era tão diferente dos outros, seus “irmãos”, que foi rejeitado como aberração pela família inteira, tornando-se um enjeitado.
É claro que chegamos a um final feliz após as lágrimas do coitadinho, quando ele é descoberto pela cisne fêmea com sua prole e carinhosamente acolhido.
O desenho é primoroso, e até nos surpreende diante de tal estética na década de 30, mas Walt Disney era um perfeccionista, cercou-se dos melhores desenhistas e ainda por cima estabeleceu uma escola de arte dentro do estúdio. Assim as imagens são lindas e o drama do excluído, mesmo sendo uma ave, é tocante e perfeitamente didático para as crianças. Uma pequena obra-prima em 9 minutos. E um entre dezenas de filmes de Walt Disney premiados com o Oscar.
Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2018.
O PATINHO FEIO DE WALT DISNEY
Miguel Carqueija
Realizado em 1939 pelo grande Walt Disney, “The ugly duckling” foi a última das “Silly symphonies” (Sinfonias tolas), uma série de desenhos musicados curtos iniciada em 1929 com “Skeleton dance”. Uma vez, num dos programas “Disneylândia” que ele apresentava, Walt comentou que o estúdio recebia perguntas sobre as “Silly symphonies”, porque já não as produziam. Respondeu Walt que elas se desenvolveram, pois foram na verdade um treino para os desenhos longos. De fato elas representavam também uma forma de homenagear a música, inclusive dos grandes mestres. Depois da primeira longa-metragem, “Branca de Neve e os sete anões” (1937) Disney tratou de preparar várias outras. Encerrou as “Silly Symphonies” em 1939 e já em 1940 lançava “Fantasy”, uma apoteótica homenagem á música clássica.
“O patinho feio”, que teve direção de Jack Cutting, música de Albert Hay Malotte e produção de Walt Disney, baseia-se em conhecido conto de Hans Christian Andersen, fabulista dinamarquês do século XIX. Eu li essa história quando criança, lembro de como era triste. No conto original o protagonista só encontra seu lugar no mundo na idade adulta, mas Walt Disney optou por reduzir radicalmente tal sofrimento. Como sabemos, e posso contar à vontade porque todo mundo conhece a história, de alguma forma um ovo de cisne apareceu no ninho da pata. Ao chocar, o filhote era tão diferente dos outros, seus “irmãos”, que foi rejeitado como aberração pela família inteira, tornando-se um enjeitado.
É claro que chegamos a um final feliz após as lágrimas do coitadinho, quando ele é descoberto pela cisne fêmea com sua prole e carinhosamente acolhido.
O desenho é primoroso, e até nos surpreende diante de tal estética na década de 30, mas Walt Disney era um perfeccionista, cercou-se dos melhores desenhistas e ainda por cima estabeleceu uma escola de arte dentro do estúdio. Assim as imagens são lindas e o drama do excluído, mesmo sendo uma ave, é tocante e perfeitamente didático para as crianças. Uma pequena obra-prima em 9 minutos. E um entre dezenas de filmes de Walt Disney premiados com o Oscar.
Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2018.