Donnie Darko – Parte 2 - Teoria do Loop e mais

Você que assistiu o filme Donnie Darko (2001) e já leu “Donnie Darko – Parte 1 - Resenha e Teoria Oficial”, já conhece a teoria oficial do filme. Agora prepare-se para mais viagens pelo tempo. Se ainda não assistiu ao filme, assista, leia a resenha da Parte 1 e venha conhecer mais sobre o filme.

TEORIA DO LOOP TEMPORAL

Além da teoria oficial, a teoria extraoficial de que o filme se passa em um loop temporal, uma “time loop”, é uma das mais estimulantes teorias para o filme, e que enriquece a teoria oficial.

A ideia de loop temporal é quando o tempo trava em um intervalo de horas ou dias, voltando para o mesmo evento em um ciclo indefinido de repetições, e a cada vez que o loop se reinicia, seus integrantes revivem sempre o mesmo período com as mesmas ações e reações, mas sem ter consciência da repetição, como se tudo, para eles, estivesse acontecendo pela primeira vez. Os únicos integrantes com consciência de que estão presos em um loop e que, além disso, mantêm a memória de cada intervalo intermitente anterior são os personagens centrais da estória, que, é claro, ficam com a missão de descobrir um meio de interromper o loop, o que não só os libertaria da tortura de reviver o mesmo período infinitamente, mas também libertaria os demais integrantes, mesmo eles estando inconscientes de sua situação. Após várias tentativas fracassadas em que o personagem consciente adquire mais e mais experiência ao testar as várias possibilidades de intervenção na vida dos demais integrantes, resolvendo suas pendências, loop após loop, o personagem central finalmente consegue alterar um evento específico-chave que tem o poder de anular o loop, restabelecendo, assim, a normalidade temporal. Após o equilíbrio temporal ser restabelecido, os seus integrantes continuam suas vidas como se todo o intervalo só tivesse ocorrido uma única vez, linearmente, sem ter ideia de que estavam presos em uma anomalia temporal, com exceção do personagem central, que, mesmo após o loop ter sido anulado, permanece consciente de todo o ocorrido. Alguns filmes com loop temporal são “Feitiço do Tempo”, 1993, “Meia Noite e Um”, 1993, e “Nu”, 2017.

Nesses filmes, assistimos a tragicomédia do protagonista em passar pelo loop muitas e muitas vezes, sofrendo para aprender como interromper o loop, repetindo e refinando cada ação exitosa cada vez que o loop reinicia, evitando também os mesmos erros que o levaram ao fracasso anterior, até que, ao final, após muitas tentativas e erros, já tendo aprendido muito sobre amor altruísta, está mais sábio e resiliente, e conclui-se o processo que traz de volta o equilíbrio da realidade e o tempo volta a correr normalmente.

“Donnie Darko” se enquadra perfeitamente na teoria do loop temporal. Só que o filme todo se passa na realização do último loop, o primeiro que teve sucesso de anulá-lo, quando todas as outras tentativas já foram testadas e falharam. E como sabemos disso? As evidências e pistas deixadas no filme e que corroboram com a teoria oficial.

UM CICLO INFINITO

Um loop é um ciclo de repetições intermináveis. Segundo a teoria oficial, a duração de um Universo Tangente é precisado em "algumas semanas", mas lembremos que quem escreve o livro fictício é um dos personagens do filme, Roberta Sparrow, uma ex-freira que viveu sua experiência temporal sob a ótica religiosa e filosófica. É Frank quem nos dá um prazo muito preciso do tempo que o Universo Tangente irá durar: 28 dias, 6 horas, 42 minutos, e 12 segundos. Esse período chama a atenção não por se saber depois que o filme foi feito em 28 dias e tem 28 cenas, mas por esta forma de contagem coincidir com o ciclo lunar, que é de 29 dias, 12 horas, 44 minutos, e 3 segundos. Mas não pense que a diferença entre os dois períodos foi só um capricho do diretor para enganar o espectador. Pelo contrário, é uma pista preciosa. O período está correto, o espectador é que deve se atentar que Frank só aparece para Donnie após a turbina cair, ou seja, após o artefato colocar o Universo Tangencial em risco, o que ocorre 1 dia depois que Frank acorda no começo do filme.

Isso mesmo. Lembra de como o filme começa? Uma tela preta ao som das mesmas trovoadas que sinalizam o fim do Universo Tangente. Ou seja, o filme começa com fim do loop anterior. Quando a cena se abre, o céu está limpo, e Donnie se encontra precisamente no mesmo vale do fim do filme. Nada foi feito por acaso. Ele está lá porque não conseguiu interromper o loop anterior e acordou no mesmo lugar em que estava na tentativa anterior. Notem que ele acorda, olha para o vale, faz uma expressão de frustrado, depois ri com a mesma característica de quem se recorda do Universo Tangente em sonho, e então volta para casa.

Você pode até pensar que o Universo Tangente só tem início quando a turbina cai, mas a verdade é que a turbina é um artefato tragado após o Universo Tangente ter sido criado, o artefato é um efeito posterior à criação, e o próprio livro de Roberta Sparrow explica isso. Muitos pensam que o primeiro dia do filme se dá no Universo Principal, e somente quando o relógio toca meia-noite e a turbina cai é que passamos para o Universo Tangente. Mas o ciclo lunar preciso e o tempo restante preciso informado por Frank não deixam dúvidas. O filme já começa em um Universo Tangente, e, somando a cena de abertura, um universo que reiniciou.

Mas por que isso não é dito na teoria oficial? Percebam a intenção do diretor. Toda a teoria oficial é apresentada sob o livro ficcional de uma das personagens da estória! Roberta Sparrow teria passado pela mesma experiência enquanto era freira. Quando escreveu seu livro, identificou os fenômenos experimentados por ela sob uma ótica religiosa e filosófica, não uma constatação científica. O próprio termo "Universo Tangente" é dado sob a ótica da personagem. E a própria interpretação de que a existência entrará em colapso se a falha no Universo Tangente não for corrigida é só um jeito de dizer que, em um loop infinito, o universo está colapsado no tempo e no espaço, e não terá continuidade. Portanto, a teoria do loop não contradiz em absolutamente nada a teoria oficial.

Mas tem mais!

A TRILHA SONORA

Nada no filme está lá por acaso. A trilha sonora foi escolhida propositalmente para cada momento-chave da estória e também nos indica que todos estão presos em um loop temporal. E cada canção por si só nos traz pistas sobre o tempo esmagador e de como estamos fadados a repetir as mesmas ações. Logo a primeira canção, quando Donnie volta do vale para casa, “Killing Moon (A lua mortal)”, nos apresenta a influência do ciclo lunar e da brevidade do tempo. A canção fala do quanto está ficando tarde para anular as ações do passado, do quanto o tempo é mortal, e de como isso é frustrante. O refrão fala de uma fatalidade que logo virá, e do quanto o destino espera que nos nos rendamos a ele.

Na cena de apresentação do ambiente escolar é tocado “Head Over Heels (De Ponta-Cabeça)”, que fala das pessoas desperdiçando seu tempo, de quando alguma coisa que acontece que faz tudo pareça de ponta-cabeça, sobre pensar no futuro com o pé no passado, e de como o tempo voa. Um verso fala de fazer uma fogueira e assisti-la queimar. É notável também que, ao fim da canção, e em sua continuidade, a aula começa e a professora de literatura está comentando o conto “Os destruidores”, do escritor Graham Green, escritor real, e que, coincidência, nasceu em um 2 de outubro. Na obra de Green, adolescentes colocam fogo na casa da Velha Miséria, um plano executado após ter sido planejadao durante uma vida e meditado estação após estação, em uma clara alusão a um tempo cíclico. Donnie já havia posto fogo em uma casa antes e colocará fogo em outra novamente mais tarde. Donnie entende que a destruição é uma forma de criação, como em um loop.

Quando Gretchen vai atrás de Donnie na festa, está tocando “Love Will Tear Us Apart”, que fala sobre como algo tão bom pode não funcionar mais, e o amor irá dilacerá-los, de novo, e de novo.

E, por fim, quando a existência é restaurada, e todos vão acordando, é tocado “Mad World (Mundo Louco)”, que fala sobre ver sempre os mesmos rostos familiares, indo a lugar nenhum, sem amanhã, andando em círculos.

O NÚMERO 8

O número 8 tem a forma de um loop infinito, e ele não aparece no filme tantas vezes por acaso, é mais uma pista. O filme se passa em 1988; o mês em que se passa o filme é outubro, que tem origem no número 8; Donnie brinca que a irmã caçula poderá ser mãe na 8ª série; Donnie conta que seu cachorro morreu quando ele tinha 8 anos; Donnie se recorda do filme “De volta para o futuro”, em que se viaja no tempo ao atingir 88 milhas por hora; a casa do consultor é incendiada por volta das 8 da noite; o avião onde a mãe e a irmã estão chegará por volta das 8 da manhã; a soma dos números no prazo de Frank (28:6:42:12) é 88; e a soma dos números do ciclo lunar (29:12:44:3) também é 88.

O VEM E VAI

“Donnie darko” possui várias outras pistas que se repetem ao longo do filme e que indicam o loop. Temos várias cenas em que pessoas estão pulando na cama elástica, onde não importa quão longe pulem, sempre voltam para o mesmo lugar; quando a turbina é retirada no começo do filme, a câmera dá um close na espiral vermelha, uma clara alusão a um loop; a mola, que é um loop, que Donnie coloca sobre os ombros quando conversa sobre viagem no tempo com o professor de física; a Vovó Morte, que vem e vai sem parar atrás de uma carta que nunca chega; quando Donnie diz que um dia poderia escrever e ilustrar um livro para que assim todos o entendessem, antes mesmo de saber que Roberta Sparrow já fizera o mesmo; o próprio nome Frank, que se repita várias vezes; sem contar a projeção que sai do peito das pessoas, indicando que elas já fizeram aquele caminho repetidas vezes, e apenas seguem o mesmo destino.

FRANK

De longe, a evidência mais clara de que o filme se passa em um loop temporal é o próprio fantasma de Frank. Ora, para que o fantasma de Frank seja possível, Frank deve ter morrido em algum momento, mas é sabido que Frank está vivo e só morrerá no futuro. Portanto, para o Frank e seu fantasma possam conviver ao mesmo tempo na mesma realidade do Universo Tangente, aqueles eventos só podem ser uma repetição de um evento anterior em que Frank morreu, para que seu fantasma volte no tempo e guie Donnie por todos os passos que serão eficazes para restabelecer a normalidade do universo. Nem mesmo Donnie sabia ao certo aonde cada ação instigada por Frank o levaria. Mas o fantasma de Frank sabia. Como? Por ter tentado várias ações infrutíferas, até chegar a uma que realmente funcionasse. Lembre que quando Frank se apresenta para Donnie, ele diz: “Tenho estado observando você”. Como ele diria isso se o Universo Tangente estivesse ocorrendo pela primeira vez?

No cinema, Donnie pergunta para Frank: “Quando isso vai parar?”. Não se pergunta isso quando se está vivendo algo pela primeira vez. Quando Donnie pergunta o porquê do nome Frank, este responde: “Era o nome do meu pai. E do pai do meu pai”, uma alusão à repetição. E quando Donnie pergunta o que aconteceu com o olho dele, Frank diz: “Me perdoe”. Diz isso porque já sabe o que vai acontecer. Sabe que ele irá matar Gretchen, que Donnie tanto ama.

Frank sabia que Donnie era o receptor vivo, por estar no epicentro do caminho do artefato. Sabia que Donnie precisava alagar a escola para conhecer Gretchen e se importar com ela, a ponto de se vingar de quem a machucasse. Se Donnie não alagasse a escola, não se aproximaria de Gretchen, eles não se apaixonariam, e Donnie não atiraria em Frank, e Frank não poderia retornar como manipulado morto e arauto fantasma do fim do mundo. Ao mesmo tempo, Frank sabia que Donnie precisava incendiar a casa de Cuningham, para que este fosse investigado por pedofilia, fazendo com que a professora Farmer ficasse na cidade para defendê-lo e a mãe de Donnie viajasse com as alunas, deixando, assim, a casa vazia para que Donnie e sua irmã fizessem a festa. É na festa que descobrimos que Frank, ainda vivo, um amigo da irmã de Donnie, havia saído para comprar cerveja. Donnie lê o recado de Frank na geladeira, com a mesma letra escrita no pátio da escola “Eles me obrigaram a fazer isso”. Se Frank vivo não tivesse ido comprar cerveja por causa da festa, não teria se desviado da Vovó Morte na volta, e não teria atropelado Gretchen, e não teria sido morto, e não teria virado um fantasma anunciador. Portanto, sem o Frank, o loop nunca teria sido interrompido e o universo nunca teria sido salvo!

FRANK SALVOU A TODOS

Donnie pode ter sido um herói, mas Frank é o maior herói do filme! Aliás, o filme nos dá essas pistas com os nomes dos personagens. Donald Darko, por exemplo. O nome Donald significa “regulador do mundo”, e Darko significa “dádiva, dom”, portanto, Donnie Darko recebeu a missão de regular o mundo. Outro nome com referência é o nome do arruaceiro da escola, Seth Devlin. Seth era o deus egípcio do caos e da desordem, e Devlin é uma analogia a “devil in”, que quer dizer “com o demônio dentro”. Gretchen significa “pérola”, uma jóia que surge de uma ferida cicatrizada. Gretchen também aparece na literatura, como o objeto de desejo de Fausto.

É Gretchen que nos alerta na brincadeira sobre o nome de Donnie parecer o de um super-herói, ao que Donnie retruca que ele poderia bem ser um super-herói. Na verdade, o diretor deixou vários personagens com nomes típicos das histórias em quadrinhos de herói. Temos Donnie Darko, Frank Feedler, Cherita Chen, Joanie Jones, Daye Dennis, por exemplo, além dopróprio nome do escritor real Graham Green.

O nome Frank quer dizer “livre”, ou seja, é o espírito libertado daquela realidade tangente e que está livre para circular pelo espaço-tempo. Assim como Donnie, Frank é um herói sofredor, preso em um loop temporal, que em determinado momento morre com um tiro no olho. Estando morto dentro do loop, Frank se liberta de seus efeitos aprisionadores, e se torna acima da realidade do loop, além do tempo e do espaço, sua alma se torna consciente da anomalia temporal, permanecendo presente cada vez que o loop se reinicia, presenciando sempre as mesmas coisas, sabendo cada vez mais como cada um reage e como cada ação trará determinada consequência dentro do intervalo, até descobrir como anular os efeitos do loop. Já sabendo o tempo exato para o mundo acabar e o que deveria ser feito para restabelecer a ordem do universo, Frank só precisava de um contato vivo para colocar o plano em prática, como se Frank fosse praticamente um ser divino, agindo sobre Donnie, quase uma marionete de seus planos.

É por isso que Frank é, nas próprias palavras de Donnie, uma espécie de “Deus ex machina”, uma intervenção que surge para solucionar milagrosamente uma situação sem saída. Donnie inclusive diz exatamente isso quando é livrado da morte com a chegada inusitada do Frank vivo em seu carro, em sua máquina: “Deus ex machina, o nosso salvador!”. Então Frank é assassinado. Como um Jesus, Frank é morto como um sacrifício necessário para salvar o mundo. Não é à toa que Frank está vestido de coelho, um símbolo da Páscoa, um símbolo da morte e ressurreição de Jesus. E agora, como um Jesus, depois de morto Frank retorna, em espírito, para guiar a humanidade.

Várias frases de Frank ressoam como Jesus: “Eu mostro o caminho”. Frank é o mensageiro de que este mundo irá acabar. Quando a psiquiatra pergunta sobre Frank e o que ele quer, Donnie responde: “Ele quer que eu o siga”. Na última sessão de terapia, Donnie tem um vislumbre do fim do mundo: “Ele vai matar e o céu vai se abrir”. No cinema, quando Frank se revela, estão em cartaz os filmes “A morte do Demônio” e “A última tentação de Cristo”.

O nome Frank também aparece várias vezes no filme. O primeiro Frank é um amigo da época da escola dos pais de Donnie. O pai de Donnie relembra que Frank era um amigo que morreu a caminho da festa de formatura. Essa é a primeira referência do papel de Frank a Jesus. O pai do Donnie chega a exclamar literalmente sobre Frank: “Jesus!”.

A segunda menção a Frank é quando Donnie conta à psiquiatra que o nome de seu novo amigo imaginário é Frank. Como já sabemos que o nome do colega de escola da época dos pais era Frank, ficamos a pensar se o Coelhão é só uma alucinação ou uma aparição sobrenatural. Quando alguém lhe diz que conversa com Jesus, isso é só uma alucinação ou ocorre uma aparição sobrenatural?

O nome Frank também é mencionado pelo palestrante Cuningham, na escola, quando este ilustra que Frank era um cara que andava por caminhos “errados”. Jesus também caminhava por caminhos “errados”, pois andava ao lado dos pecadores. Percebendo que Cuningham é uma fraude, um falso profeta, Donnie o identifica como o Anticristo. Como ficaremos sabendo depois, Cuningham, o idolatrado palestrante que vendia consultoria sobre como superar o medo por meio do amor, é, na verdade, um pervertido.

A próxima menção a Frank é quando o Coelhão se revela para Donnie no cinema. Para nossa surpresa, Frank retira a máscara e revela ser um jovem que tem um dos olhos sangrando, como que ferido por alguma chaga. Donnie pergunta por que o nome dele é Frank e Frank responde: “É o nome do meu pai”, outra referência a Jesus, “Eu e o pai somo um”. Até então, continuamos com a ideia que Frank é ou o espírito de alguém que morreu tragicamente ou uma alucinação de Donnie.

A última menção ao nome Frank é quando sabemos que Frank existe mesmo, ele é real, é um amigo da irmã de Donnie. Quando Donnie e Frank se encontram, finalmente sabemos que ele é real e como ele conseguiu o ferimento no olho. O mundo começa a fazer mais sentido. Frank existia de verdade, foi morto, e retornou a nós como guia espiritual.

FRANK E O OLHO DA PROVIDÊNCIA

Frank não é baleado no olho por acaso. Lembre-se de que tudo no filme é proposital. O olho ferido de Frank é uma das muitas alusões do filme ao Olho da Providência, o olho que tudo vê.

Um de seus símbolos mais antigos é o Olho de Hórus. Segundo a mitologia egípcia, o olho esquerdo do deus Hórus representava o sol, e o olho direito, a lua. Hórus tem o olho do sol arrancado. Frank é baleado no olho da lua, mais uma referência ao ciclo lunar. O olho da lua também representa o entendimento concreto e numérico do mundo. Não é à toa a precisão de Frank quanto ao fim do mundo. O olho de Hórus simboliza a visão na vida após a morte, por isso o poder de Frank em ver o tempo além da morte. A simbologia de se perder um olho físico representa ganhar um olho espiritual que tudo vê. O mesmo simbolismo está na mitologia nórdica, quando Odin perde um olho em troca de se tornar mais sábio, e passa a tudo ver.

Também vemos o Olho da Providência na imagem de um Olho de Hórus logo no começo do filme. A câmera dá um close na turbina e lá vemos a espiral vermelha como um olho sangrento.

O Olho da Providência aparece pela primeira vez no filme, se você perceber bem, logo na apresentação do título. Em meio ao título, um ponto de luz surge no céu e se expande sobre a cena. Outras cenas em que o Olho que Tudo Vê aparece são: no desenho no quarto de Donnie; o sol atrás do Jim no campo de golfe; o olho do Coelhão brilhando no espelho; várias cenas de um ponto de luz entrando por uma janela; várias cenas de uma lâmpada ao fundo dos personagens; a lanterna dos bombeiros na nossa direção quando estão prestes a descobrir o quarto secreto de Jim; a lanterna do agente do governo na nossa direção, mostrando que ele sempre está vigiando; e, finalmente, os olhos de Donnie adquirindo entendimento e visão total dentro da projeção de Gretchen, na festa.

É por essas e outras que “Donnie Darko” foi produzido com essa riqueza de detalhes que atrai tantos fãs e tantas teorias. É um dos melhores filmes de ficção científica que você verá, e fará você pensar na vida e nas escolhas que fazemos.

Obrigado pela visita e nos vemos, no futuro.

Vitor Pereira Jr
Enviado por Vitor Pereira Jr em 07/02/2018
Reeditado em 03/10/2018
Código do texto: T6247961
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