RED GARDEN episódio 3: o que aconteceu naquela noite

RED GARDEN episódio 3: o que aconteceu naquela noite
Miguel Carqueija


O terceiro episódio da série de terror em animação “Red garden” confirma o clima de perplexidade, aflição e desespero que atinge verdadeiros picos. Mesmo com certas inverossimilhanças (o velho clichê de coisas espantosas acontecendo na via pública sem testemunhas estranhas ao drama) a história passa uma elevada angústia ao público. Garotas envolvidas num turbilhão de acontecimentos terríveis e presas num destino implacável do qual elas não vêem uma saída e nem uma explicação satisfatória. Por que afinal essas coisas estão acontecendo?
Logo porém elas saberão com mais clareza o que realmente se passou naquela noite pavorosa em que Lise morreu: o começo do terror...


Resenha do episódio 3 – “O meu verdadeiro eu” – do seriado japonês de animação “Red garden” (Jardim vermelho). Estúdio Gonzo, Japão, 2006-2007. Produção: Jin Ho Chung. Direção: Kou Matsua. Adaptação do mangá de Kirihito Ayamura.

Elenco de dublagem:

Kate Ahsley.....................................Akira Tomisaka
Claire Forrest..................................Myiuki Sawashiro
Rachel Benning...............................Ryouko Shintani
Rose Sheedy...................................Ayumi Tsuji
Lise Harriette Meyer.......................Misato Fukuen
Lula..................................................Rie Tanaka


“Mas quem diabos são vocês?”
(Rachel Benning)

“Vocês não acreditaram no que eu disse, certo? O fato de estarem mortas.”
(Lula)

“Quero saber a verdade.”
(Kate Ahsley)

“A única coisa que temos em comum é que estamos conectadas à Lise.”
(Claire Forrest)

“Matar ou serem mortas, esta é a sua única escolha. Este é o destino de vocês.”
(Lula)


As quatro garotas — Kate, Rachel, Rose e Claire — são tão diferentes entre si que encontram dificuldade em se relacionarem e confiarem umas nas outras. Mas não há muito o que fazer: elas foram unidas pelo destino. Como diz a misteriosa Lula, não há volta. Elas ainda não sabem quem são esses homens de terno que viram lobisomens e atacam mortalmente, mas testemunham de longe a morte de quatro jovens (uma delas, Mary, aluna da mesma escola) cujos corpos se desfazem em cinzas. Finalmente surge a verdade em suas machucadas consciências: havia entre elas uma ligação comum em torno de Lise, por causa da bizarra “troca de diários” que elas faziam. E quando Lise desaparece, apesar da falta de foco as quatro se juntam e buscam uma pista da amiga desaparecida, até penetrarem numa mansão onde está o cadáver... mas são atacadas por homens armados de punhais que as chacinam sem dó nem piedade.
Lula e seus agentes recolheram os corpos e lhes deram (por meios não esclarecidos) “vidas emprestadas” que lhes permitem viver ainda neste mundo (pode-se supor que não haviam ainda morrido quando ocorre a troca). Agora elas são mortas-vivas e quando feridas, seus ferimentos regeneram de um dia para o outro. E segundo Lula elas terão de lutar contra os monstros, ou irão morrer em definitivo.
Apesar do traço do desenho meio rude, bem diferente do comum dos animês, o notável neste desenho adulto é a densidade da história, que como terror possui uma psicologia impactante. Sentimos o drama das quatro garotas que apenas queriam levar suas vidas com suas idiossincrasias: Kate com seu jeito comedido, que lhe valia prestígio junto à direção da escola; Rachel como aprendiz de “socialite”; Rose com seu tipo mais timido e doméstico; Claire largada, quase “hyppie”, sem eira nem beira. Mas agora, apesar das diferenças de personalidade, elas terão de se unir contra o terror que as ameaça...

Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2017.



imagem pinterest: Rose, Kate, Rachel e Claire