RED GARDEN episódio 1: a noite da memória perdida

RED GARDEN episódio 1: a noite da memória perdida
Miguel Carqueija



Damos início ao guia de episódios de um dos mais tenebrosos seriados de terror da televisão, “Red garden” (Jardim vermelho), baseado no mangá do mesmo nome e apresentando uma animação insólita, com um traçado pouco comum dos personagens. “Red garden” passa-se numa Manhattan anacrônica (na verdade uma fictícia Roosevelt Island, semelhante a Manhattan) e focaliza uma maldição de família e uma guerra que passa despercebida tanto da mídia como da opinião pública e das autoridades. Apenas, cadáveres são encontrados, mas o substrato sobrenatural permanece ignorado...
Acompanhemos o drama de quatro jovens estudantes bem diferentes entre si — Kate, Rose, Rachel e Claire — que estudam no mesmo Colégio Grace e por uma armadilha do destino, embora não fossem amigas, ficarão juntas perante a mesma terrificante situação...


Resenha do episódio 1 – “Adeus, garotas” – do seriado japonês de animação “Red garden”. Estúdio Gonzo, Japão, 2006-2007. Produção: Jin Ho Chung. Direção: Kou Matsua. Adaptação do mangá de Kirihito Ayamura.

Elenco de dublagem:

Kate Ahsley.....................................Akira Tomisaka
Claire Forrest..................................Myiuki Sawashiro
Rachel Benning...............................Ryouko Shintani
Rose Sheedy...................................Ayumi Tsuji
Lise Harriette Meyer.......................Misato Fukuen
Lula..................................................Rie Tanaka


“Já que me obrigaram, eu topei.”
(da canção-tema de abertura)


“Quando nossa promessa se acaba?
Diga-me gentilmente da felicidade que está por vir.
Te procurarei, esperarei em meu pequeno e solitário coração
que você estará quase sozinha.”

(canção interpretada por Kate)

Esta série, bem adulta diga-se de passagem (é bom esclarecer pois no Brasil é muito difundido o preconceito de que desenho animado é coisa para crianças), é perpassada por um clima gótico angustiante concentrando uma situação pesada em quatro garotas que absolutamente de nada desconfiavam e que, como colegas de escola, na verdade não tinham muitas afinidades umas com as outras. De repente, após o desaparecimento de uma quinta garota, Liz, encontrada morta por violência no bosque, cada uma das quatro acorda na manhã seguinte sentindo-se estranha. Nenhuma delas se lembra do que aconteceu naquela noite. Kate, centrada e ligada ao conselho estudantil do Colégio Grace, sequer escutou as sirenas da polícia durante a madrugada. Rose, de natureza mais doméstica e que cuida de um casal de irmãos menores, sente-se tão cansada que chega a pegar no sono em pé. Rachel, a ruiva e de temperamento mais alegre, estranha sua unha quebrada. Claire, mais transgressora, não consegue dizer ao amigo Ewan o que fez na noite anterior, que não atendeu às chamadas pelo celular. E ele não crê que ela se tenha esquecido.
Desde o princípio, portanto, fica bem explícito um clima sombrio e angustiante. O que aconteceu com as quatro? O que significam as borboletas que só elas enxergam e que sinalizam para que se reúnam? Uma primeira e tão terrificante quanto incompreensível explicação é dada pela mulher de má catadura e misteriosa, acompanhada por um homem, que depois de perguntar às garotas se elas se recordam do que lhes acontecera na véspera, faz a chocante revelação: “Na noite passada, vocês todas... morreram.”

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2017.