Relatório sobre o filme "Germinal"
Na Europa, inclusive na França (onde se passa o filme), estava acontecendo uma evolução no sistema de produção: a Revolução Industrial, que nasceu na Inglaterra. O filme está diretamente relacionado com essa transformação. Retrata, em seu contexto, o processo de produção do trabalho de modelo capitalista. Pois, houve a implantação do capitalismo. E este se expandiu, sendo o modelo de produção dominante.
No filme, podem ser evidenciadas as relações de trabalho e o contexto socioeconômico. Mostra os opostos entre as necessidades humanas e as materiais. Essas mudanças nos aspectos econômicos influenciaram toda a conjuntura social da época: beneficiando uns, prejudicando outros.
Os burgueses tinham muito e o proletariado – classe social surgida devido a Revolução Industrial – pouco. O que prevalecia na época era a dominação de uma classe sobre a outra: a burguesia dominando sobre o proletariado – dominantes e dominados. Os burgueses com o cotidiano de grandes refeições, torres de comidas, luxuosas residências, vestimentas requintadas: condições abundantes comparadas com as do proletariado.
A vida da classe operária era difícil e, as condições, precárias. Trabalhavam muito – a jornada de trabalho era extensa e árdua – e ganhavam pouquíssimo (e ainda erros no serviço eram descontados dos salários). Todos os membros das famílias trabalhavam, desde crianças até os mais idosos. Porque cada pessoa representava um salário que, mesmo mísero, significava muito – para juntos conseguirem a subsistência de todos. Mesmo assim, a remuneração só dava para a sobrevivência de forma frugal. Aquela mãe se desesperou quando a filha foi embora: não porque elas iriam se ver menos, mas pelo fato de que iria ter um salário a menos na casa. As famílias eram grandes para obterem mais renda; mas, não pensavam que, quanto mais gente, iria ter mais bocas para comer.
A burguesia possuía as minas: eram profundas e desciam cinco operários por vez. Os trabalhadores precisavam trabalhar lá para não morrer de fome. Permaneciam lá, se esgotando, correndo riscos, sujeitos à doenças e acidentes; com pouca luz, inseridos na escuridão. Mesmo sujos de carvão, todos os componentes de uma família tinham que tomar banho em uma tina – com a mesma água.
O homem do início do filme – que estava desempregado e chegou até a mineração –, se deparando com aquele senhor que aparentava ter mais idade do que realmente tinha, se chocou com as dificuldades das condições de trabalho (exploração). Sentiu um sentimento de querer mudar essa realidade. Conseguiu o emprego nas minas, porque foi no lugar de um trabalhador que morreu. Aquele senhor mais velho trabalhava no local desde os 8 anos de idade e já estava com 58 anos (50 anos nessa rotina). O carvão já estava em todo o seu organismo (tossia, cuspia). Com essa intoxicação e saúde debilitada, provavelmente, só iria ganhar a "aposentadoria" da época quando estava, praticamente, morrendo. E, mais provavelmente, morrer bem antes disso. Todos estavam submissos a ter um fim assim ou aguentar menos tempo. Ele matou a filha de um burguês num impulso de vingança. Sua experiência o fez notar a desigualdade que persistia e vivenciara durante 50 anos.
Não tinham direitos trabalhistas. A diminuição dos salários e o pouco caso dos patrões aumentava a vontade de correr atrás de melhorias de vida. O homem mencionado antes, se juntando aos trabalhadores das minas, ajudou-os a tomar providências – havendo greve, tensão, resistência e formando uma revolta e luta social. Gritavam, em meio a busca, a palavra "pão", que tanto precisavam. As mulheres também revoltaram-se. Um fato marcante é quando se vingam de um comerciante. Antes da greve, mulheres iam até ele pedir pão; mas, ele queria em troca tal mulher ou sua filha por uma noite. Muitas aceitavam, assim poderiam obter alimento para suster sua família por uma semana.
Além disso, os grevistas quebravam máquinas (ludismo). O fechamento de muitas minas de carvão gerou uma forte crise. A luta dos trabalhadores mineiros foi o marco inicial para, tempos depois, haver mais igualdade. Esses movimentos grevistas marcaram mais atitude, ofensividade, razão e justiça por parte dos trabalhadores. Alguns desistiram da greve; outros mudaram de lado; porém, muitos preferiram morrer do que perder a causa. Existia controvérsias nas greves, assim como hoje – onde uns ajudam, outros não. A resistência dos trabalhadores também os fez ficar numa situação ainda pior – a fome perdurava. Era difícil aguentar por tantos meses. Houve muitas mortes como, por exemplo, na família daquela mãe, que perdeu vários filhos e o marido – um de cada vez, sofrendo constantemente.