NISE: O CORAÇÃO DA LOUCURA
2015
Brasil
com Glória Pires
de Roberto Berliner
baseado na vida de NISE DA SILVEIRA
Coincidentemente estou no 4º capítulo do "O demônio do meio-dia", de Andrew Solomon, que fala de terapias alternativas ao tratamento da depressão.
No filme os pacientes, ou clientes, como inovou Nise, são esquizofrênicos.
Mas a palavra "alternativa" mantém o foco.
O filme mostra claramente duas coisas:
A indignação.
A humanidade.
A indignação que Nise sente vem do seu Humanismo.
A palavra "DEIXA" é estrategicamente repetida durante o filme.
Nise repete sempre.
DEIXA eles serem que são.
DEIXA eles nos mostrarem quem são.
DEIXA eles nos indicarem a "cura".
No livro é citada a repetição do que nos dá prazer.
Não como cura mas como... prazer...
Exatamente como são os sãos.
Como soam os sãos.
E... o que é ser "são" senão se adaptar ?
A academia... o bar... a aula de dança...
Até o workaholic busca prazer em ser o que é.
Nise deixa que façam e desse fazer surge uma arte que passando por Jung, com quem ela tem uma correspondência, vira psicanálise.
Como toda batalha ela consegue aliados.
Pessoas que, como ela, enxergam que um mais um é outro e não dois uns.
Um filme emocionante, bonito, sincero.
Daqueles que inspiram a fazermos alguma coisa das nossas vidas,
muitas vezes vazias...